Correio Braziliense
postado em 16/07/2020 04:12
Consumidores impulsivos não costumam pensar duas vezes antes de encarar um financiamento. Eles sabem que, em alguns casos, pagam até duas vezes o valor do bem. Mesmo assim, o hábito não muda. O melhor caminho para fugir dos juros abusivos é comprar à vista, mas essa opção é para poucos. Diante deste dilema, uma saída é avaliar bem (e negociar) as taxas, antes de assinar o contrato. Outro caminho é recorrer ao consórcio.
Nessa modalidade, cobra-se, em média, 15% de taxas de administração. Fazendo os cálculos, uma carta de crédito de R$ 50 mil, no final, sairá por aproximadamente R$ 57.500. O serviço é oferecido por empresas autorizadas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil.
Tá bom! Daí, você me pergunta: "Como faço para ter acesso ao dinheiro?" Bom, a contemplação é realizada por sorteio ou lance. Caso a sorte não bata na sua porta, basta oferecer um valor à administradora.
Caso a proposta seja aceita, você transfere a quantia e pegará o montante contratado para adquirir um carro, moto, barco etc. Esse lance pode ser, por exemplo, a entrada cobrada em um financiamento convencional. Já fica a dica!
"O fator emocional faz o cliente pagar mais caro. O problema não é a vontade comprar um carro, mas não planejar essa aquisição. Com o pagamento, apenas, da taxa de administração, o custo financeiro vai lá pra baixo. Com disciplina, é possível ter o mesmo veículo sem os juros futuros", declara André Marini, diretor comercial da Ademimotors — empresa do grupo Ademilar com 29 anos de mercado e presente em 78 cidades brasileiras.
Cláudio Veiga, economista e diretor da Economy Assessoria, reforça mais alguns argumentos nessa direção. "Quando você é contemplado, seja por lance ou sorteio, ganha um poder de barganha gigantesco. A carta é como se fosse um pagamento à vista. Além de economizar na redução dos juros, você consegue negociar ótimos descontos no preço do veículo. Eu defendo o consórcio para quem não tem pressa e sabe se organizar”, destaca.
É uma questão de anotar os prós e contras, analisar as informações e tomar a decisão. De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, ABAC, mesmo com a pandemia, os consórcios cresceram 9,7%, nos primeiros três meses de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado. "Quando uma pessoa entende tudo isso, ela nunca mais entra nos juros altos. Ela se vacina, aprende que vale a pena esperar e planejar melhor", conclui André Marini.
Para finalizar a nossa conversa, tenho mais algumas dicas. Antes de pegar a caneta e assinar qualquer papel, observe a solidez da administradora. Depois, tenha em mente que consórcio é um investimento a longo prazo.
Quem não é sorteado ou não consegue adiantar um lance, receberá a carta de crédito apenas no final do plano. Esse é o pior dos cenários, mas pode acontecer. Juntar dinheiro, seja na poupança ou outros aplicações, é, sempre, o melhor caminho.
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