Cecan

Incentivo à autonomia

Entenda como o estímulo de pequenos hábitos pode fazer toda a diferença na segurança e na autoestima das crianças durante a primeira infância.

postado em 11/01/2018 02:45
Soraya, com a filha Sofia (D), e Cristine, mãe de Arthur e Davi, acreditam que o cuidado é essencial na educação dos pequeno
A primeira infância é o momento em que a criança começa a descobrir o mundo ao seu redor e a construir a base da sua personalidade, por isso, é essencial que ela desenvolva autonomia e segurança em relação às próprias capacidades. Aprender a depender menos dos pais e professores permite um crescimento mais saudável e fortalece a autoestima. Nesse contexto, o papel da escola é ajudar os pais a transmitir noções de organização, respeito às regras e normas, relações cotidianas e realização de boas escolhas.
Carla Soares, coordenadora do berçário e do maternal do Centro de Ensino Candanguinho (Cecan), lida com crianças a partir dos 4 meses até os 3 anos de idade e explica que essa autonomia é desenvolvida a partir de gestos bem simples, que quando incentivados, resultam no cultivo de bons hábitos nas próximas fases da vida. ;À criança de um ano e meio, já começamos a pedir para ajudar a guardar os brinquedos na sala. Temos uma musiquinha que incentiva a organização. Depois, ensinamos a tirar o tênis e as meias e a colocar num cantinho;, detalha.
Sofia, 3 anos, filha de Soraya Chaibub, gosta de manter o quarto sempre arrumado e, na hora de organizar as coisas, canta a música que aprendeu no maternal. ;O raciocínio dela evoluiu demais depois que entrou na escola. A memória também tem sido algo bem marcante. Mas uma coisa muito legal que ocorreu foi a questão da socialização: ela aprendeu muito rápido a compartilhar, saber que há outro coleguinha que também quer brincar com o mesmo brinquedo, por exemplo;, conta a mãe.
Alunos com mais de 2 anos entregam a agenda para a professora no início da classe e têm a responsabilidade de guardá-la de volta na mochila ao fim da aula. Eles também devem tirar o lanche da lancheira, colocar na mesa para comer e jogar o lixo fora depois. Ao sair da sala, para o parquinho ou para o lanche, criam o hábito de arrumar a cadeira e os materiais e, na hora de ir embora, colocam tudo na mochila e deixam perto da porta. ;Quando a gente observa que a criança está pronta para o desfralde, avisamos a família e, na sala, vamos convidando toda hora essa criança a ir ao banheiro;, destaca Carla.

Mudanças


Cultivar pequenos hábitos acaba resultando em grandes mudanças. ;Minha filha entrou na escola com 8 meses e minha mulher sempre foi muito criteriosa, então pesquisamos bastante;, conta Renato Paz de Almeida, 38. O casal optou pelo Cecan devido à estrutura de qualidade e à proporção de cuidadores para o número de crianças, mas as mudanças de comportamento em casa foram uma surpresa que não estavam esperando.
;Eu achava que era só um lugar para deixar as crianças, mas tem toda uma preocupação pedagógica por trás. As professoras são muito experientes, cuidadosas, relatam tudo o que acontece.; A filha, Gabriela Garcia Paz, hoje com 2 anos, é decidida e organizada. Tudo o que aprende na escola acaba levando para dentro de casa, principalmente quando é sobre alimentação. Ela faz escolhas mais saudáveis e sempre lava as mãos antes de comer.
O cuidado com as relações construídas desde a entrada da escola também é considerado um ponto importante pelos pais. ;Vejo o carinho e a atenção de todos desde a portaria, a recepção, as próprias assistentes e todas as professoras pelas quais passei, sempre muito prestativos;, observa Cristine Dourado, 36, mãe de Arthur, 5, e de Davi, 3.
;Eles têm muito domínio dos conteúdos, assim como sensibilidade para entender o ritmo dos nossos filhos;, completa. A mãe sente que foi acolhida pela escola e pelos outros pais como em uma família. Em um grupo de WhatsApp, eles marcam atividades fora da escola. As crianças também são muito amigas. ;Quando chegam em casa, eles contam tudo: quem levou o brinquedo mais legal, quem estava doente, quem fez aniversário, quem foi o ajudante do dia;, relata Cristine.

Participação


A escola também estimula o relacionamento mais próximo com as famílias. Todo início de ano, as professoras mandam os temas que serão abordados em cada semana, para que os pais possam conversar com os filhos e participar. ;Os assuntos são bem variados e adequados a cada idade. Davi, que é o mais novo, conversa comigo sobre cores, formas, férias, Natal, vestuários e partes do corpo humano. Já o Arthur se interessa por sistema solar, meios de transporte, plantas, seres vivos, estações do ano;, elenca Cristine. ;E tem também os combinados, que eles sempre comentam em casa, como esperar a vez de falar, guardar as coisas no lugar, usar o banheiro direitinho e dizer as palavras mágicas: por favor, obrigado, licença e desculpa;, conclui.

Atividades no período integral


O ensino em período integral também pode contribuir para a construção de hábitos importantes na primeira infância. O Cecan adota o Educo ; Educação complementar, projeto que oferece diversas atividades extracurriculares ; ligadas a esporte e a cultura ; no contraturno. Tanto crianças da escola quanto do resto da comunidade podem participar. As turmas vão desde o berçário até o ensino médio, com algumas niveladas por idade e outras por experiência.
São oferecidas aulas de artes marciais, danças, teatro, natação, esportes coletivos, ginástica, patinação, xadrez, aquarela, música e treinamento funcional (este último apenas para adolescentes). A prática de atividades físicas e modalidades artísticas são formas divertidas de desenvolver valores como disciplina, responsabilidade, cooperação e cumprimento de normas e condutas, por meio de uma rotina flexível e variada de atividades.
Além dos benefícios para a saúde, os estudantes têm a oportunidade de desenvolver novas habilidades. A escola fornece as refeições e oferece apoio na realização dos deveres de casa.


Pontos fundamentais

Confira as principais tendências em educação integral, necessárias para um ensino de qualidade


Ter projeto pedagógico bem definido
; É importante a elaboração cuidadosa de um projeto político-pedagógico que preveja experiências voltadas ao desenvolvimento dos diferentes tipos de habilidades humanas: cognitivas e intelectuais, mas também físicas, éticas, afetivas e sociais.

Estender a jornada escolar
; O período letivo diário de cerca de 4 horas é considerado insuficiente por especialistas, até mesmo para a transmissão do conteúdo curricular obrigatório. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases, a jornada ideal deveria ser de 7 horas.

Relacionar atividades do turno e do contraturno
; Para aumentar a eficácia da aprendizagem, é importante que as atividades realizadas no contraturno estejam ligadas com os conteúdos sendo estudados na sala de aula. Não basta preencher o tempo aleatoriamente.

Integrar espaços, saberes e agentes educadores
; Situar os alunos no mundo que o cerca: eis uma das melhores maneiras de tornar o processo de aprendizagem envolvente. Quando relaciona a alfabetização às placas de rua, por exemplo, a aquisição do conhecimento ocorre de maneira mais natural.

Promover a diversidade cultural
; Uma visão que ultrapasse os horizontes mais próximos é chave da formação de cidadãos conscientes e preparados para exercer seu papel na sociedade.

Valorizar a família e a comunidade
; É preciso garantir que haja uma interligação dos aprendizados ocorridos em casa e na sala de aula, em um relacionamento que se expanda também para a comunidade em que elas estão inseridas.

Fazer parcerias com a comunidade
; Estimular a participação de alunos das mais diferentes idades em projetos extracurriculares é uma excelente maneira de criar cidadãos integrados com suas comunidades, ampliando assim os limites de suas atuações.

Expandir a educação para outros setores
; Passear pelo centro da cidade a pé, em uma sociedade em que cada vez mais se anda de carro. Apresentar alunos de escolas rurais a um centro comercial de cidade grande. Os dois exemplos se tratam de oportunidades de aprendizagem além da sala de aula.

Fonte: Blog Novos Alunos, do SEB
Entenda como o estímulo de pequenos hábitos pode fazer toda a diferença na segurança e na autoestima das crianças durante a primeira infância.
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