postado em 11/01/2018 04:30
Desenvolver as habilidades que o mercado de trabalho exige dos profissionais atualmente vai além de aprender um ofício. Saber se portar no ambiente organizacional e apresentar as competências necessárias para expor soluções criativas e ágeis às exigências diárias de cada profissão também são requisitos buscados pelos recrutadores.
Pensando nessa demanda, o Serviço Social da Indústria (Sesi) oferece o programa Educação Básica Articulada com Educação Profissional (Ebep), em articulação com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O modelo integra o ensino médio ao profissionalizante e o aluno termina a última etapa da educação básica com os dois diplomas. Os cursos disponíveis são selecionados com base em uma pesquisa de demanda, realizada com alunos do 8; e 9; anos do Sesi.
O programa permite ao estudante alcançar uma formação empreendedora. Usando como base o conceito de ensino 360;, a parceria tem o objetivo de proporcionar o desenvolvimento integral. Nas aulas, o aluno tem acesso às competências e habilidades necessárias para tomar decisões quanto à escolha da profissão, incluindo a formação ética, a construção do pensamento autônomo e crítico.
;Nós que trabalhamos com educação básica há anos temos notado que o aluno amadurece muito por estar fazendo o curso técnico;, avalia a coordenadora técnica de Educação do Sesi, Cláudia Rocha. Ela garante que a integração com os cursos profissionalizantes prepara o estudante para o mundo do trabalho e é útil também para quem almeja ingressar no ensino superior. ;Principalmente nas engenharias, tem muito universitário que acaba nos procurando para completar a formação;, destaca.
Experiências
Kalini Andrade, 17 anos, quer fazer medicina desde pequena, e se formou em webdesign pelo Senai, no modelo de ensino médio integrado ao técnico. Ela afirma que, apesar de não ter relação com a área que deseja seguir, o curso deixa o estudante à frente da concorrência. ;Só de ter o certificado, já dá pra saber que é uma pessoa dedicada, que estudou;, explica. Na avaliação dela, a formação também contribui para o desenvolvimento de senso de responsabilidade com o trabalho.
O acompanhamento escolar é outro ponto destacado pelos alunos. ;Os coordenadores conversam com a gente, nos ajudam a montar uma estratégia, falam que, caso não dê certo, é preciso ter um plano B;, conta o irmão de Kalini, Maycon Andrade, 15, que acabou de terminar o ensino fundamental e vai ingressar no ensino médio integrado ao técnico este ano.
Referências
Para quem está em dúvida sobre que curso seguir, o Sesi realiza uma feira de profissões ao longo do ano, além do Culturarte, um espaço para os alunos apresentarem projetos pessoais, de dança, música, artes, entre outros. O Senai ainda promove a Olimpíada do Conhecimento, que reúne estudantes de todas as unidades da Federação para participar de desafios em diferentes áreas técnicas.
Com o intuito de preparar os estudantes para o vestibular, o sistema também oferece uma plataforma on-line com simulados, conteúdos e banco de dúvidas. Já os professores passam por avaliações constantes, para mapeamento de competências.
Competição tecnológica
O ensino fundamental no Sesi inclui aulas de robótica na grade curricular desde 2013, com o objetivo de despertar o interesse dos alunos para disciplinas da área de exatas. Todos os anos, ocorre um torneio interno que seleciona os melhores alunos para participar da equipe que representará a instituição no First Lego League (FLL), um dos maiores campeonatos internacionais. ;Nós já fomos classificados para a etapa internacional duas vezes;, comemora a coordenadora Cláudia Rocha. Na temporada de 2016/2017, disputada no Reino Unido, a equipe da instituição ficou em segundo lugar na classificação geral. A temporada 2017/2018 está em andamento e tem quatro equipes do Sesi-DF classificadas para a etapa nacional, que ocorrerá em março, no Paraná.
;Não é só uma competição,você conhece muita gente e aprende a partir das interações. Eu competi e agora sou mentor;, relata o técnico em redes Gabriel Valério Duarte, 17. Ana Luísa de Brito, 17, está no 2; semestre se engenharia de energia na UnB e é membro da empresa júnior do seu curso. Ela participou da equipe vencedora do segundo lugar internacional e conseguiu fazer uma parceria entre as equipes do Gama e o projeto de extensão da faculdade. A empresa auxilia na parte técnica de construção dos projetos, sugere modificações e disponibiliza a base de dados da universidade para pesquisas. ;Está sendo uma experiência interessante e nós pretendemos continuar;, declara a jovem.