Entre as diversas iguarias que compõem a riqueza da gastronomia brasileira, alguns pratos conquistam multidões enquanto outros dividem paladares. Recentemente, o Cuscuz Paulista entrou no centro de uma discussão, após receber a nota 3,1 pela plataforma TasteAtlas, especializada em avaliar comidas ao redor do mundo. Esse índice colocou o prato na incômoda posição de pior avaliado entre as receitas nacionais, surpreendendo muitos admiradores da culinária típica do Brasil.
A avaliação provocou questionamentos sobre os motivos do Cuscuz Paulista não agradar tanto a críticos internacionais. Apesar de ser bastante consumido em reuniões familiares e festas regionais, a mistura de sabores e ingredientes próprios dessa receita pode causar estranheza para quem não está habituado. Ingredientes como fubá, ovos cozidos, azeitonas, peixe enlatado e ervilha são combinados de forma única, formando um prato de textura distinta e sabor marcante.
Como surgiu o cuscuz paulista e quais suas principais características?
O Cuscuz Paulista tem origens que remontam ao século XIX, fruto das adaptações feitas por imigrantes, povos indígenas e influência africana. Diferente do tradicional cuscuz com base de milho consumido em outras regiões do Brasil, a versão paulista incorporou uma mistura de ingredientes que refletem a diversidade cultural do estado. A escolha por fubá, ou farinha de milho, associada a elementos típicos como sardinha ou atum em conserva, ovos e vegetais, tornou a receita uma espécie de símbolo da cozinha paulista.
Visualmente, possui uma apresentação marcante: é servido em formato de anel, decorado com rodelas de ovo e legumes, remetendo aos grandes banquetes do passado. Além do aspecto visual, sua textura é peculiar — nem totalmente sólida, nem cremosa, criando uma sensação única ao paladar. Essas características ajudam a entender por que o prato, apesar de muito querido regionalmente, pode não ser imediatamente apreciado por quem não está habituado a tais combinações.
Por que o cuscuz paulista recebeu a menor pontuação no TasteAtlas?
Segundo a TasteAtlas, o prato foi avaliado com a nota 3,1, ficando abaixo de diversas outras receitas brasileiras analisadas pela plataforma. O sistema de avaliação leva em conta critérios como sabor, harmonia de ingredientes, tradição e aceitação global. Entre os aspectos possivelmente desfavoráveis estão o uso de enlatados, a mistura de ingredientes vistos como pouco convencionais para um cuscuz tradicional e a textura diferenciada.
Há também o fator cultural: o paladar de quem avalia pratos de diversas origens pode não estar acostumado a algumas criações tipicamente brasileiras. Isso interfere na pontuação final e ajuda a explicar a posição do Cuscuz Paulista no ranking. Apesar disso, é importante destacar que a avaliação não representa um consenso universal, já que muitos brasileiros consideram o prato essencial em festas e almoços de família.

Quais ingredientes tornam o cuscuz paulista tão diferente?
O diferencial do Cuscuz Paulista está na criatividade dos ingredientes agregados ao fubá. A combinação clássica inclui:
- Fubá ou farinha de milho
- Peixe enlatado (geralmente sardinha ou atum), agregando sabor marcante e ligeiro toque salgado
- Ovo cozido, proporcionando textura e beleza ao prato
- Azeitona e ervilha, que acrescentam cor, aroma e sabor
- Molho de tomate, cebola e temperos, responsáveis pela liga do preparo
Existe ainda variações regionais, com inclusão de tomates, pimentão, palmito, camarões e outros ingredientes, de acordo com gostos pessoais. O modo de preparo envolve mexer e cozer os ingredientes até formar uma massa homogênea, que vai ao molde untado e, depois de desenformado, é decorado para servir.
O futuro do cuscuz paulista após a avaliação do TasteAtlas?
Apesar da nota baixa recebida em 2025, o Cuscuz Paulista permanece presente no cardápio de muitas famílias e padarias do Sudeste, reforçando seu papel na identidade gastronômica brasileira. O reconhecimento internacional, embora importante para chefs e estudiosos, não parece abalar o prestígio regional do prato histórico. A avaliação da TasteAtlas serve mais como provocação para debates e reflexões sobre a complexidade dos sabores brasileiros, revelando que a pluralidade da culinária nacional é, acima de tudo, uma questão de tradição e costume.








