Em 2024, uma decisão da prefeitura de Araguaína, no Tocantins, trouxe novos rumos à gestão ambiental da cidade. Isso porque foi recomendado que os moradores não cultivem mais Nim, árvore considerada invasora e reconhecida pelo seu impacto negativo sobre a fauna local, especialmente as abelhas. A medida tem o intuito de preservar polinizadores e manter o equilíbrio ecológico, assunto de relevância não só para especialistas, mas para toda a sociedade.
O Nim (Azadirachta indica) se tornou tema central de debate, principalmente pelo seu potencial de modificar o ambiente. Enquanto algumas culturas utilizam a espécie por seu efeito fitossanitário ou na medicina tradicional, entidades ambientais alertam para riscos, principalmente quando o assunto envolve espécies nativas e organismos essenciais, como as abelhas.
Por que o Nim ameaça as abelhas?
O Nim é uma árvore originária da Índia e, apesar de valorizada em diferentes partes do mundo pelas suas propriedades medicinais e inseticidas naturais, suas folhas e sementes contêm compostos químicos capazes de afetar seriamente insetos polinizadores. Quando plantado fora de seu habitat de origem, o Nim pode se comportar como planta invasora, dificultando a sobrevivência de espécies locais.
Entre os impactos mais preocupantes está a mortalidade de abelhas, fundamentais para a polinização de plantas cultivadas e silvestres. Devido a substâncias presentes na planta, há relatos do desaparecimento gradual de colônias próximas a áreas onde o Nim foi introduzido. Além disso, a competição dessa árvore por espaço e recursos contribui para o declínio de outras espécies vegetais, intensificando o problema.
As consequências desse desequilíbrio ambiental
Especialistas em meio ambiente destacam que a redução do número de abelhas compromete processos cruciais, como a produção de alimentos e a manutenção da biodiversidade. Abelhas desempenham papel principal na polinização de uma variedade considerável de espécies agrícolas, como frutas, legumes e oleaginosas.
- Diminuição na produção agrícola: a falta de polinizadores pode afetar diretamente a produtividade e qualidade de cultivos.
- Desequilíbrio ecológico: a invasão de plantas como o Nim interfere na cadeia alimentar e pode levar ao desaparecimento de determinadas espécies.
- Impacto na fauna: a escassez de abelhas repercute também em outros animais que dependem de plantas polinizadas para sua alimentação ou abrigo.

Alternativas sustentáveis indicadas para o paisagismo urbano
Com a proibição do Nim, gestores de áreas verdes e proprietários de imóveis buscam alternativas que favoreçam a preservação das abelhas e o equilíbrio ambiental. Algumas recomendações apontam para o plantio de árvores nativas, reconhecidas por oferecer flores e abrigos para polinizadores sem ameaçar o ecossistema local.
Entre as opções mais indicadas para áreas urbanas e rurais, encontram-se espécies como ipê, pau-brasil, aroeira e cambuí, além de arbustos e plantas floríferas adaptadas ao clima regional. A escolha consciente da vegetação contribui não apenas para a restauração da biodiversidade, mas também para a valorização do espaço urbano.
- Priorizar o uso de espécies nativas nas áreas abertas.
- Evitar o plantio de plantas exóticas invasoras, como o Nim.
- Promover campanhas educativas sobre a importância das abelhas.
- Realizar monitoramento contínuo das áreas verdes da cidade.
Como a sociedade pode contribuir para proteger as abelhas?
A mobilização social desempenha papel relevante na proteção de abelhas e demais polinizadores. Cidadãos podem colaborar evitando o uso de agroquímicos nocivos, plantando espécies nativas em seus jardins e apoiando iniciativas de reflorestamento. Informar-se sobre os impactos de árvores invasoras e optar por alternativas regionais são medidas simples, mas capazes de gerar benefícios em larga escala para o meio ambiente.
Diante do cenário atual, decisões municipais que restringem espécies invasoras como o Nim demonstram preocupação crescente com a saúde das abelhas e o equilíbrio ecológico. Em 2025, a urgência por práticas sustentáveis reforça o papel de cada indivíduo e do poder público na promoção da biodiversidade e na garantia de segurança alimentar para as próximas gerações.










