Localizado no coração da Amazônia, o chamado “Stonehenge da Amazônia” chama atenção pela sua organização arquitetônica ancestral e pela aura de mistério que ainda envolve o seu verdadeiro propósito. Arqueólogos se dedicam a estudar a estrutura de pedras dispostas em círculo, encontradas no Parque Arqueológico do Solstício, no estado do Amapá. Essa descoberta revelou novas perspectivas sobre as antigas civilizações que habitaram a floresta há milhares de anos. O apelido deve-se ao fato de a estrutura ser comparada por pesquisadores ao famoso Stonehenge da Inglaterrra.
A estrutura, composta por blocos de granito de até três metros de altura, desperta debates sobre as capacidades técnicas e religiosas dos povos que viveram na região. Pesquisadores buscam compreender como essas populações conseguiram transportar e posicionar as pedras de maneira tão precisa. Especialmente levando em consideração os recursos disponíveis na Amazônia pré-colonial. Há evidências de que a estrutura tem ligações com fenômenos astronômicos. Principalmente com os solstícios, indicando um conhecimento avançado desses eventos.
Como surgiu a descoberta do ‘Stonehenge da Amazônia’?
O sítio arqueológico ganhou a alcunha de “Stonehenge da Amazônia” no início dos anos 2000. Nessa época, pesquisadores observaram as semelhanças estruturais entre o monumento do Reino Unido e o círculo de pedras brasileiro. Por isso, a descoberta no município de Calçoene, em uma área de difícil acesso, atraiu equipes multidisciplinares interessadas em desvendar pistas sobre sua origem e função. Escavações e análises de vestígios orgânicos próximos das pedras revelaram que a estrutura pode ter mais de mil anos de existência.
Os blocos de granito estão alinhados de modo a marcar fenômenos astronômicos, como a chegada do solstício de inverno. Este é um fenômeno muito importante para antigas culturas agrícolas. Além disso, registros apontam que havia também áreas para rituais, o que reforça a hipótese de uso cerimonial do local. As datas e padrões de ocupação sugerem que sociedades indígenas da Amazônia detinham maior grau de organização e domínio do ambiente do que se imaginava até então.

A importância arqueológica do Parque Arqueológico do Solstício
A relevância do chamado Stonehenge da Amazônia extrapola o valor histórico, servindo como evidência material da complexidade tecnológica das antigas populações da floresta tropical. Isso porque o sítio apresenta elementos que desafiam a ideia de isolamento e limitação técnica dessas populações. A presença dos megálitos alinhados ao ciclo solar oferece indícios de um calendário astronômico elaborado e de práticas culturais sofisticadas.
- Estudos arqueológicos contínuos: Cientistas brasileiros e estrangeiros seguem investigando o local, ampliando o conhecimento sobre sociedades pré-coloniais.
- Patrimônio cultural: Para as comunidades da região, o sítio representa uma ligação com ancestrais e reafirma a importância das tradições locais.
- Turismo e preservação: O parque tornou-se um ponto de interesse para visitantes e pesquisadores, incentivando debates sobre conservação do patrimônio arqueológico amazônico.
Os mistérios que ainda cercam o Stonehenge da Amazônia
Ainda não existem respostas definitivas sobre a autoria, exata finalidade e métodos de construção das estruturas megalíticas encontradas no parque arqueológico. As pesquisas apontam para múltiplas possibilidades, como celebrações religiosas, estudos astronômicos, calendários agrícolas ou sepultamentos cerimoniais. Pouco se sabe também sobre a vida cotidiana das pessoas envolvidas na edificação do círculo de pedras.
A preservação deste sítio arqueológico é um tema recorrente, já que fatores ambientais e ocupação humana podem comprometer a integridade das pedras e dos vestígios antigos. O conhecimento científico a respeito do Stonehenge da Amazônia ainda está em expansão, e novos achados podem trazer informações inéditas sobre as civilizações da floresta tropical que floresceram há mais de um milênio.
À medida que pesquisas continuam e que a consciência sobre a importância do local cresce, o Parque Arqueológico do Solstício reforça a necessidade de valorizar e proteger o patrimônio histórico-cultural amazônico, colocando em destaque o enorme potencial arqueológico da região norte do Brasil.










