Em 2025, um importante achado paleontológico despertou o interesse de cientistas e do público em geral no Brasil. Pesquisadores do Acre, em parceria com colegas de São Paulo, identificaram um fóssil de tartaruga gigante às margens do Rio Acre, no município de Assis Brasil. O esqueleto descoberto pertence à espécie Stupendemys geographicus, uma das maiores tartarugas que já habitaram a Terra, cuja presença na região reforça hipóteses sobre a diversidade biológica da Amazônia durante o período Mioceno.
A tartaruga gigante encontrada teria vivido há aproximadamente 13 milhões de anos, quando a paisagem do Acre era marcada por extensos lagos e pântanos, bastante diferente do cenário atual da floresta amazônica. O fóssil, segundo informações dos próprios cientistas envolvidos na pesquisa, chama atenção pelo bom estado de conservação e pelo porte significativo do animal, fatores que oferecem oportunidades inéditas para entender a fauna pré-histórica da área.
Por que a Stupendemys geographicus é considerada especial?
A espécie Stupendemys geographicus é reconhecida como uma das maiores tartarugas de água doce já descobertas. Exemplares dessa espécie podiam atingir mais de três metros de comprimento e pesar cerca de uma tonelada. Tais dimensões colocam a tartaruga em destaque não apenas pela robustez, mas pela influência que provavelmente exercia no ecossistema onde vivia, competindo e coexistindo com outros animais gigantes da época, como crocodilos e grandes peixes.
Essa tartaruga vivia em um ambiente aquático, adaptando-se a lagos e rios de grande porte que existiam no noroeste da América do Sul durante o Mioceno. O casco grosso funcionava como proteção eficiente contra predadores, enquanto a boca larga facilitava a alimentação variada. O achado no Acre é significativo, pois amplia o conhecimento da distribuição dessas tartarugas e indica que a Amazônia possuía uma fauna ainda mais diversa e imponente no passado.
Como foi a descoberta do fóssil gigante no Acre?
A identificação do fóssil ocorreu graças ao trabalho conjunto de paleontólogos que realizavam expedições ao longo do Rio Acre, nas proximidades do município de Assis Brasil. Após observar características distintas no terreno, a equipe encontrou partes do casco e da mandíbula fossilizadas. A confirmação de que se tratava de uma Stupendemys geographicus foi possível por meio da comparação com fósseis já descritos anteriormente em regiões próximas, como Venezuela e Colômbia.
O processo de escavação e análise demandou equipamentos específicos e cuidado redobrado para não danificar as estruturas do fóssil. Após o resgate, os pesquisadores encaminharam o material aos laboratórios para estudos mais aprofundados, incluindo análises morfológicas e datação das camadas geológicas associadas ao achado. O fóssil foi retirado da área de escavação e levado para um acampamento.

Quais as implicações da descoberta para o estudo da pré-história amazônica?
A revelação de uma tartaruga fóssil gigante no Acre oferece novas perspectivas aos cientistas sobre as condições ambientais e a fauna que existiam na região há milhões de anos. Este tipo de achado contribui para repensar as transformações ocorridas na Amazônia ao longo do tempo, incluindo mudanças no clima, na hidrografia e no surgimento de novos habitats.
- Evidências de mega-fauna: Indica que existiam grandes animais adaptados a ambientes aquáticos extensos.
- Novos dados sobre dispersão: Ajuda a rastrear a movimentação de espécies antigas entre diferentes partes da América do Sul.
- Impacto ecológico: Oferece pistas sobre a relação desses animais com outros predadores da região, como jacarés pré-históricos.
Além disso, a descoberta reforça a importância do Acre como campo de pesquisa paleontológica, contribuindo com material valioso para museus e universidade, e estimulando o interesse de novas gerações de cientistas pela história natural do Brasil.
O que a Stupendemys geographicus revela sobre a Amazônia do passado?
O estudo desse fóssil aponta que o bioma amazônico já foi o lar de espécies de grande porte que hoje não existem mais. No Mioceno, a região era composta por extensos sistemas de lagos, favorecendo o surgimento de répteis aquáticos de tamanho considerável. Os restos fossilizados de Stupendemys ajudam a reconstruir parte do quebra-cabeça da evolução da diversidade na floresta, mostrando a Amazônia como um ambiente dinâmico, sujeito a intensas mudanças ao longo dos milênios.
- A presença de tartarugas gigantes e outros répteis mostra a abundância de recursos aquáticos no passado.
- A distribuição dos fósseis nos ajuda a entender conexões antigas entre rios da América do Sul.
- O estudo dos fósseis contribui para o conhecimento sobre as mudanças ambientais da região.
A descoberta em Assis Brasil segue despertando o interesse da comunidade científica, que busca agora ampliar as investigações para desvendar mais detalhes sobre as interações e adaptações dessa e de outras espécies extintas do território amazônico.










