Em 2025, a Venezuela se tornou o primeiro país das Américas a não possuir mais geleiras. O registro desse fenômeno marca um ponto importante para a compreensão das mudanças no clima em nível global e para o estudo do derretimento do gelo em regiões tropicais. Esse acontecimento indica uma transformação significativa em paisagens naturais locais, impactando ecossistemas, comunidades e a tradição de estudos científicos realizados por décadas.
A extinção das geleiras venezuelanas representa não apenas uma perda ambiental, mas também cultural e científica. Os vestígios dessas massas de gelo foram registrados ao longo do século XX, principalmente na Cordilheira dos Andes, onde elas ocupavam um papel fundamental para o abastecimento de água, pesquisa climática e até no turismo local. Com sua desaparição, surgem questionamentos sobre os efeitos futuros para a Venezuela e também para outros países andinos.
O que levou ao desaparecimento das geleiras na Venezuela?
O principal motivo para o desaparecimento das geleiras venezuelanas é o aumento das temperaturas globais causado pelo aquecimento do planeta. Entre o início do século XX e 2025, cientistas observaram um intenso processo de retração das geleiras sul-americanas, impulsionado pela intensificação do efeito estufa e por mudanças nos padrões de precipitação. Na Venezuela, o Pico Humboldt, último local que ainda abrigava gelo permanente, perdeu por completo as reservas de gelo, confirmando o desaparecimento completo desse tipo de formação.
Além das altas temperaturas, a ocorrência de eventos climáticos extremos, como verões prolongados, períodos de seca e chuvas menos frequentes, acelerou o derretimento. Os especialistas também destacam que, por serem geleiras tropicais localizadas em altitudes elevadas, sua dinâmica de formação e derretimento é ainda mais sensível a oscilações climáticas.

Quais impactos o fim das geleiras venezuelanas traz ao país?
As geleiras indígenas da Venezuela eram fonte essencial de água doce para algumas populações, especialmente durante períodos de seca. Seu desaparecimento representa uma deficiência considerável na oferta hídrica dessas regiões. Além disso, há consequências para a biodiversidade local, já que muitos organismos adaptados ao frio extremo precisarão migrar ou poderão desaparecer, alterando toda a cadeia ecológica.
No campo científico, a ausência das geleiras venezuelanas restringe a capacidade de monitoramento e estudo sobre condições climáticas passadas, já que o gelo funcionava como um registro natural do clima do planeta em períodos anteriores. Tais dados eram fundamentais para pesquisadores entenderem a evolução do clima e preverem possíveis impactos futuros em regiões similares.
- Redução dos recursos hídricos: A diminuição das reservas de gelo afeta a irrigação, o consumo humano e a produção agrícola.
- Mudança nas paisagens: A retirada da cobertura de gelo altera o visual das montanhas, impactando o turismo regional.
- Risco para espécies endêmicas: Animais e plantas exclusivos dessas altitudes podem desaparecer.

Países das Américas podem perder outras geleiras?
Após o desaparecimento das geleiras na Venezuela, outros países da América do Sul que possuem formações igualmente sensíveis estão em alerta. Na Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile, as geleiras tropicais e subtropicais vêm sofrendo com o ritmo acelerado de derretimento. O cenário aponta para a possibilidade de perda completa em localidades de menor altitude ou com áreas glaciais mais restritas nos próximos anos.
Essa tendência preocupa ambientalistas e pesquisadores, pois a diminuição dessas reservas de gelo tem reflexos diretos sobre as populações locais, a segurança hídrica e a sustentabilidade da fauna das cordilheiras. O monitoramento a partir de imagens de satélite e medições em campo tornou-se ainda mais importante para prever riscos e buscar alternativas de adaptação.
Como o derretimento das geleiras afeta a América do Sul?
A Venezuela deixar de ser um país com geleiras simboliza um novo estágio nos desafios ambientais do continente. O desaparecimento dessas formações sinaliza uma aceleração nas mudanças climáticas e exige que as nações sul-americanas adotem estratégias para adaptação e proteção de recursos naturais sensíveis. Além de afetar o abastecimento de água e a biodiversidade, o sumiço do gelo das montanhas altera dinâmicas de turismo, cultura e até da agricultura.
Para muitas comunidades, adaptações já fazem parte da rotina, e governos precisam considerar novas fontes de água e medidas de conservação. O exemplo venezuelano serve como alerta para outras regiões do planeta com formações de gelo vulneráveis, reforçando a necessidade do monitoramento ambiental contínuo, redução de emissões poluentes e incentivo a práticas sustentáveis.










