Formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o agrupamento conhecido como Brics ganhou relevância mundial desde sua fundação. Este bloco internacional, de volta ao noticiário com cúpula realizada no Rio de Janeiro, reúne economias em desenvolvimento que almejam maior voz e participação nas decisões políticas e econômicas globais. Desde sua origem, os Brics destacam-se como uma alternativa aos tradicionais fóruns de cooperação, ampliando debates sobre temas de interesse de países emergentes em diferentes continentes.
O termo Brics começou a ser utilizado em 2001, inicialmente como “Bric”, agrupando Brasil, Rússia, Índia e China. O objetivo inicial era analisar tendências econômicas desses países. Porem, em 2010, a entrada da África do Sul transformou o grupo em Brics. Com isso, o bloco se consolidou como uma das principais plataformas para diálogo e cooperação entre nações de rápido crescimento econômico.
Nos últimos anos, o Brics passou por um processo de expansão, convidando novos países a ingressarem no bloco. Em 2023, durante a cúpula em Joanesburgo, foi anunciada a entrada de seis novos membros: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Essa ampliação, que começou a valer em 2024, representa um passo importante na busca dos Brics por maior influência no cenário global.Isso porque ampliou ainda mais sua diversidade geográfica, cultural e econômica. Apesar de algumas desistências e adiamentos — como no caso da Argentina, que não confirmou sua adesão —, a expansão sinaliza a intenção do grupo de se tornar um fórum ainda mais representativo do Sul Global.
O que são os Brics e como funcionam?
Os Brics representam um mecanismo de cooperação entre países que, apesar das diferenças culturais e regionais, compartilham desafios e perspectivas relacionadas ao desenvolvimento. Por isso, atuam em conjunto para fortalecer seu papel nas instituições multilaterais. Entre elas a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Essas nações promovem encontros anuais de cúpula para debater pautas econômicas, sociais, ambientais e de segurança. Além disso, os Brics criaram organismos próprios, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), com o intuito de financiar projetos de infraestrutura e sustentabilidade em países em desenvolvimento. Com a expansão do bloco, espera-se que esses mecanismos também contemplem as necessidades e projetos dos novos membros, aumentando o alcance das iniciativas em múltiplas regiões.
Quais os principais objetivos do bloco dos Brics?
Entre as metas estabelecidas pelos Brics, destacam-se ampliar o comércio entre seus membros, fomentar o crescimento econômico sustentável e impulsionar o combate à pobreza. Além disso, o grupo também busca reduzir a dependência de moedas estrangeiras nas transações internacionais, promovendo o uso das moedas locais em negócios bilaterais.
- Fortalecimento da cooperação política e econômica
- Desenvolvimento de projetos conjuntos em áreas estratégicas
- Discussão sobre mudanças estruturais em instituições internacionais
- Papel ativo na promoção de um sistema internacional mais representativo
Como o Brics influencia o cenário global?
Atuando em diversos campos, os Brics desempenham papel fundamental nas negociações sobre meio ambiente, segurança internacional e comércio global. Em debates climáticos, o bloco propõe soluções alternativas às apresentadas por países desenvolvidos, destacando as necessidades e desafios dos emergentes.
O volume econômico dos Brics é expressivo: em 2025, o PIB somado do grupo representa cerca de 30% da economia mundial, com aproximadamente 40% da população do planeta. Com a recente expansão, a influência potencial dos Brics aumentou ainda mais, abrangendo economias estratégicas do Oriente Médio, África e Ásia. A atuação conjunta potencializa seus interesses e pode influenciar decisões em organismos internacionais.
- Participação ativa em fóruns multilaterais
- Criação de instituições financeiras próprias
- Defesa de reformas na governança global
Desafios e perspectivas para o bloco nos próximos anos
Embora tenham conquistado avanços na cooperação econômica e política, os Brics enfrentam desafios ligados às diferenças internas e à conjuntura internacional. Divergências sobre políticas comerciais, interesses regionais e flutuações econômicas dos membros são pontos que exigem diálogo constante. Com a expansão para novos países, surgem também desafios de harmonização de interesses ainda mais diversos, exigindo mecanismos aprimorados de cooperação e tomada de decisão dentro do bloco.
Ao longo de seus encontros anuais, as lideranças dos Brics discutem caminhos para superar tais obstáculos e fortalecer a influência do bloco, buscando soluções conjuntas e inovadoras para promover maior integração e desenvolvimento sustentável. Por meio da cooperação e da recente ampliação, o agrupamento permanece como importante ator no cenário geopolítico contemporâneo, refletindo as transformações e demandas das nações emergentes.
