De origem boliviana, o cocoroco é um destilado conhecido por seu teor alcoólico extremamente alto. Por isso, tem a fama de uma das bebidas mais fortes encontradas na América do Sul. Geralmente, ela ultrapassa 90% de álcool, o que a distingue de outros aguardentes consumidos na região. O cocoroco, tradicionalmente feito a partir da cana-de-açúcar, faz parte da cultura de algumas comunidades do altiplano. Mas ele vem chamando atenção também pelo potencial risco à saúde pública.
A sua produção é, em grande parte, artesanal e ocorre em pequenas comunidades rurais, principalmente próximas à fronteira entre a Bolívia, o Chile e o Peru. Por conta de sua alta graduação alcoólica, o cocoroco muitas vezes gera controvérsias e discussões sobre segurança e regulamentação. Ainda assim, encontra espaço em festas tradicionais e celebrações populares, apesar das advertências feitas por profissionais de saúde.
Como o cocoroco é produzido?
O processo de fabricação do cocoroco começa com a fermentação da cana-de-açúcar, semelhante ao método aplicado em outros tipos de aguardente. No entanto, o diferencial está na destilação intensiva, que visa maximizar o teor alcoólico. Este procedimento resulta em uma bebida clara, de aroma forte e sabor extremamente agressivo, capaz de provocar ardência imediata ao ser ingerida.
A ausência de fiscalização rígida e a variação nas técnicas de destilação fazem com que a qualidade e a composição do cocoroco possam diferir bastante entre diferentes produtores. Muitas vezes, a bebida é comercializada em galões ou garrafas sem rotulagem adequada, dificultando o controle sobre seus componentes e concentrações.

Os perigos do cocoroco para a saúde
Cocoroco é frequentemente apontado como altamente perigoso, principalmente devido ao seu índice alcoólico elevado. O consumo de destilados com mais de 90% de álcool representa sérios danos ao organismo em um curto espaço de tempo. Entre as possíveis consequências estão intoxicação aguda, lesões no sistema digestivo, complicações hepáticas e até mesmo risco de coma alcoólico.
A ingestão em grande quantidade ou de uma só vez potencializa os efeitos deletérios. Além disso, por estar no mercado de forma informal e, muitas vezes, sem registro sanitário, há o risco da presença de substâncias tóxicas ou de resíduos inerentes ao processo de produção caseiro. Os órgãos de saúde da Bolívia e de países vizinhos recomendam cautela e o não consumo desse destilado.
Existe proibição ou regulamentação do cocoroco?
Apesar da tradição, o cocoroco enfrenta restrições em diversos pontos do continente. Em alguns países, a importação, comercialização e até mesmo o transporte da bebida são proibidos em razão das normas que limitam o teor alcoólico permitido em aguardentes. Na Bolívia, embora faça parte do folclore regional, medidas de fiscalização tentam coibir a produção e venda clandestina, principalmente em áreas urbanas e nas fronteiras.
As autoridades sanitárias alertam sobre os perigos do consumo e desenvolvem campanhas educativas visando conscientizar a população dos riscos associados ao uso continuado deste tipo de destilado. Porém, sua presença ainda é frequente entre grupos tradicionais e em festas populares, onde o cocoroco permanece como símbolo cultural de resistência, apesar das advertências médicas.
Alternativas seguras ao cocoroco
Para aqueles que buscam experiências ligadas à cultura boliviana, existem outras bebidas tradicionais com teor alcoólico significativamente menor e regulamentação sanitária adequada. Entre as opções locais estão o singani, o chicha e outros destilados de menor concentração alcoólica. O consumo responsável e a escolha por bebidas com certificação garantem não apenas a manutenção das tradições, mas também a segurança e o bem-estar dos consumidores.
- Singani: destilado típico da Bolívia, conhecido pelo aroma suave e teor alcoólico moderado.
- Chicha: bebida fermentada de milho, comum em diversas festividades da região andina.
- Mistelas: bebidas doces, preparadas à base de frutas e aguardente, servidas especialmente em ocasiões festivas.
Manter-se informado sobre produtos artesanais e respeitar os limites do consumo de bebidas alcoólicas é fundamental para evitar riscos. O cocoroco, apesar de carregar significados históricos e culturais, exemplifica como certas tradições podem representar desafios à saúde pública quando não há controle e informação adequada.










