Nos últimos anos, pesquisadores têm dedicado atenção aos sentidos aguçados de muitas espécies de animais. Entre esses sentidos, a audição desempenha papel fundamental em diversas rotinas de sobrevivência, como caça, fuga de predadores e comunicação. No cenário dos seres vivos com capacidades auditivas excepcionais, destaca-se a mariposa noturna, considerada o animal com a audição mais sensível já registrada pela ciência.
A mariposa noturna pertence à família dos insetos Lepidoptera, mais especificamente da subfamília Noctuidae. Em 2025, estudos recentes continuam demonstrando que esses bichos conseguem detectar sons de intensidade extremamente baixa, alcançando limites inimagináveis para outros animais. Esse desempenho auditivo não se limita à detecção de sinais no ambiente: ele representa uma adaptação evolutiva vital para a sobrevivência desse inseto.

Como a mariposa noturna ouve sons tão fracos?
O segredo da audição ultra-sensível da mariposa noturna está em seu sistema auditivo diferenciado. Ao contrário dos humanos, que possuem ouvido externo, médio e interno, a mariposa conta com órgãos auditivos denominados “tímpanos”, localizados geralmente em suas asas ou no tórax. Esses tímpanos são incrivelmente finos e reagem de maneira precisa a vibrações sonoras leves, registrando até mesmo ondas sonoras de intensa baixa amplitude.
Cientistas relataram que algumas espécies de mariposas noturnas conseguem perceber frequências na faixa dos ultrassons, especialmente aquelas emitidas por morcegos durante a ecolocalização. Essa habilidade permite a identificação precoce de predadores e a realização de manobras defensivas rápidas. Assim, a mariposa noturna atua como uma verdadeira especialista na detecção de ameaças quase imperceptíveis ao ouvido humano.
Por que a audição da mariposa noturna é importante para sua sobrevivência?
Entre os principais motivos que explicam a evolução dessa audição extraordinária está o ciclo de vida noturno do animal. Durante a noite, o risco de predação por morcegos aumenta, visto que esses mamíferos também são ativos no escuro. O som dos sons de ecolocalização emitidos pelos morcegos é captado imediatamente pelas antenas da mariposa, que responde com movimentos rápidos de fuga.
- Percepção de predadores: Ao captar sons muito fracos, a mariposa consegue identificar a chegada de morcegos antes de ser atacada.
- Navegação: O sentido da audição ajuda também na orientação espacial durante o voo noturno.
- Comunicação: Em determinadas espécies, sons de baixa intensidade podem ser usados para avisar outras mariposas do perigo iminente.
Quais animais rivalizam com a mariposa noturna em sensibilidade auditiva?
Embora outros animais sejam famosos por suas habilidades auditivas — como golfinhos, cães e morcegos —, nenhum deles supera a mariposa noturna na detecção de sons extremamente leves. Cães, por exemplo, ouvem frequências superiores às captadas pelos humanos, enquanto os golfinhos se destacam na ecolocalização subaquática. Porém, a mariposa consegue detectar níveis de pressão sonora abaixo de zero decibéis, estabelecendo um patamar inédito entre os seres vivos estudados até o momento.
- Morcegos: Habilidade avançada, porém inferior à mariposa em termos de limite de volume percebido.
- Cães: Destacam-se pelos graves e agudos, mas não captam os sons tão fracos quanto o inseto.
- Elefantes: Capazes de sentir vibrações a longas distâncias, porém em frequências específicas.

A audição da mariposa noturna pode inspirar novas tecnologias?
O estudo sobre a audição sensível da mariposa noturna abre caminhos para avanços tecnológicos aplicados à engenharia de sensores e equipamentos auditivos. Pesquisadores examinam como os tímpanos das mariposas podem servir de modelo biológico para o desenvolvimento de microfones ultra-sensíveis e aparelhos auditivos mais eficientes. Essa transposição do conhecimento da biologia para a tecnologia é conhecida como biomimética e segue sendo tema central em inovações de engenharia acústica.
Ao analisar a mariposa noturna, fica evidente como a biodiversidade guarda soluções adaptativas altamente especializadas. Nesse contexto, a audição extraordinária desse inseto não só garante sua sobrevivência, como também estimula novas possibilidades para a ciência e para a tecnologia no cotidiano humano.










