No início de 2025, a Coreia do Norte voltou a aparecer nos noticiários internacionais ao tomar uma decisão incomum: a proibição da venda e consumo de cachorro-quente em todo o país. O governo norte-coreano, sempre rígido no controle sobre a cultura de seu povo, justificou a medida com base em motivações políticas e ideológicas. Assim, esta atitude reacendeu debates sobre o controle do Estado sobre costumes alimentares e a influência de elementos estrangeiros no país asiático.
A proibição do cachorro-quente não surgiu de forma isolada. Nos últimos anos, o regime de Pyongyang intensificou o bloqueio de símbolos ocidentais. Dessa forma, demonstra preocupação com a presença de hábitos considerados incompatíveis com a filosofia do regime. Com isso, alimentos populares mundo afora, como hambúrgueres e refrigerantes, já estiveram na mira das autoridades locais.

O que motivou a proibição do cachorro-quente na Coreia do Norte?
Segundo informações divulgadas pela imprensa internacional, o principal argumento apresentado pelo governo norte-coreano foi a necessidade de preservar a identidade cultural do país. O cachorro-quente, considerado símbolo de influências estrangeiras, passou a ser visto como uma ameaça à soberania alimentar e à filosofia Juche, que valoriza a autossuficiência.
Além das questões culturais, há outros fatores relacionados à nomeação do alimento. O termo “hot-dog”, usado globalmente, teria despertado críticas do governo, que considerou a expressão inadequada e ofensiva à língua coreana. Assim, o regime não apenas proibiu o alimento, mas recomendou que estabelecimentos comerciais evitassem até mesmo referências ao prato em menus e letreiros.
As consequências dessa medida para a população?
O impacto da proibição do cachorro-quente na sociedade norte-coreana é multifacetado. O alimento, embora não seja considerado uma tradição local, vinha ganhando espaço sobretudo em áreas urbanas, onde lanches rápidos são populares entre jovens e trabalhadores. Agora, estabelecimentos que comercializavam o prato tiveram que se adaptar, retirando o cachorro-quente dos cardápios e buscando alternativas alinhadas com a gastronomia tradicional do país.
- Substituição por alimentos típicos norte-coreanos em lanchonetes.
- Maior fiscalização do governo em locais que vendiam produtos estrangeiros.
- Reforço das campanhas para valorização da culinária nacional.
Além do aspecto alimentar, a medida reforça o isolamento cultural do país e o posicionamento de rejeição a costumes ocidentais, prática já recorrente na história recente do regime norte-coreano.
Como essa proibição reforça a política de controle cultural?
A exclusão do cachorro-quente nas ruas e estabelecimentos do país representa mais um capítulo da política de restrição cultural implementada pelo governo. O controle rígido do que entra e circula dentro das fronteiras norte-coreanas faz parte da estratégia para evitar o que o regime considera “contaminação” de ideias ou comportamentos externos. Restringir produtos de origem estrangeira é uma maneira de consolidar uma identidade nacional baseada em valores próprios, conforme orientações do líder Kim Jong-un.
Essa abordagem não se limita à alimentação. Outras manifestações culturais, como música, filmes e até mesmo vestuário, já foram objeto de restrição, sempre com o argumento de proteção à cultura do país. Para analistas internacionais, medidas como a proibição do cachorro-quente servem para reafirmar a autoridade do regime e sinalizar a autonomia diante de influências externas.
- Fiscalização de hábitos alimentares como método de controle social.
- Promoção de festivais gastronômicos nacionais para reforçar valores tradicionais.
- Campanhas educativas sobre a importância de proteger a culinária local.

O que dizem especialistas e quais são as possíveis tendências?
Especialistas em relações internacionais e cultura asiática apontam que a decisão da Coreia do Norte é mais um reflexo do isolamento político e cultural do país ante o cenário mundial. A tendência é que a vigilância sobre hábitos de consumo siga sendo intensificada, especialmente diante de pressões externas e avanços tecnológicos que facilitam o acesso à informação. Em 2025, com as redes sociais se tornando mais populares no mundo todo, o controle sobre costumes, inclusive os alimentares, permanece como prioridade para o regime.
Enquanto a proibição do cachorro-quente alimenta debates sobre questões de identidade e soberania alimentar, o episódio ilustra como políticas públicas podem influenciar o cotidiano de uma sociedade. A atenção sobre o tema deve continuar nos próximos anos, visto que mudanças culturais e alimentares em países fechados ao mundo geram repercussões internacionais e aumentam a curiosidade sobre o modo de vida da população local.










