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Início Ciência

‘Bebê de Três Pessoas’: a técnica que evita doenças hereditárias

Por Neto
18/07/2025
Em Ciência
DNA

Na área de reprodução assistida, a técnica transforma a forma como algumas doenças genéticas são enfrentadas em todo o mundo - depositphotos.com / supparsorn

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Nos últimos anos, avanços significativos na área de reprodução assistida começaram a transformar a forma como algumas doenças genéticas são enfrentadas em todo o mundo. O Reino Unido é pioneiro no desenvolvimento de uma técnica inovadora conhecida como “bebê de três pessoas”, criada para evitar a transmissão de doenças mitocondriais de mãe para filho. A partir dessa abordagem, já nasceram oito crianças saudáveis, um marco importante para a medicina preventiva e para famílias afetadas por essas condições raras.

As doenças mitocondriais são hereditárias e geralmente transmitidas da mãe, uma vez que as mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia nas células, contêm seu próprio material genético. Por isso, quando ocorre uma alteração nessas organelas, podem surgir sintomas graves, como insuficiência de múltiplos órgãos, fraqueza muscular e até óbito precoce. Diante disso, para muitos pais que já perderam filhos por causa dessas enfermidades, a possibilidade de quebrar esse ciclo se tornou realidade graças à técnica do bebê de três pessoas.

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Mitocôndria
As doenças mitocondriais são hereditárias e geralmente transmitidas da mãe, uma vez que as mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia nas células, contêm seu próprio material genético – depositphotos.com / katerynakon

Como funciona o procedimento do bebê de três pessoas?

O método, chamado popularmente de “fertilização mitocondrial”, combina o material genético do pai e da mãe com uma pequena porção de DNA de uma doadora. O processo inicia-se com a coleta de óvulos tanto da mãe quanto de uma mulher doadora saudável. Ambos os óvulos são fertilizados com o espermatozoide do pai em laboratório. Assim, essa etapa resulta em dois embriões iniciais; então, remove-se o núcleo do embrião proveniente dos pais biológicos e o transfere-se para o embrião da doadora, que teve previamente seu núcleo removido, mas mantém suas mitocôndrias saudáveis.

Com essa técnica, a criança resultante possui a maior parte de seu DNA herdado dos pais, especialmente os genes responsáveis pelas características físicas e hereditárias. No entanto, apenas cerca de 0,1% do genoma provém da doadora, especificamente das mitocôndrias. Esse detalhe é suficiente para garantir que o bebê não desenvolva enfermidades mitocondriais graves, trazendo novas perspectivas para famílias historicamente afetadas.

Os riscos e benefícios desse tratamento inovador

Os especialistas ressaltam que, apesar do progresso obtido, o acompanhamento dessas crianças segue rigoroso para identificar eventuais efeitos a longo prazo e garantir sua segurança. Até 2025, os dados mostraram que todos os bebês nascidos com essa técnica apresentam desenvolvimento normal, sem sinais das doenças mitocondriais. Houve apenas casos isolados de problemas neurológicos e cardíacos, que não foram diretamente atribuídos ao procedimento, mas sim às possíveis características da fertilização in vitro em geral.

  • Benefícios destacados:
    • Prevenção de doenças graves de origem materna.
    • Possibilidade de famílias afetadas terem filhos saudáveis.
    • Redução do sofrimento emocional causado por perdas anteriores.
  • Riscos potenciais:
    • Desconhecimento acerca de efeitos a longo prazo.
    • Chance residual de transmissão de mitocôndrias doentes.
    • Implicações éticas relacionadas à manipulação genética.

Bebê de três pessoas: os debates éticos que envolvem a técnica

A introdução desse tratamento também reacendeu discussões sobre as fronteiras da engenharia genética. A alteração permanente no genoma mitocondrial faz com que futuras gerações carreguem a modificação, especialmente se nascerem meninas, já que elas também passarão as mitocôndrias adiante. Enquanto alguns defendem o avanço como uma oportunidade de erradicar doenças graves, outros veem riscos em intervenções genéticas com consequências desconhecidas e possíveis caminhos para a manipulação hereditária mais ampla.

O Reino Unido posicionou-se de maneira singular ao legalizar e regulamentar o uso da fertilização mitocondrial, contando com um intenso olhar científico, jurídico e de saúde pública. Ainda há uma perspectiva otimista de uso controlado e criterioso da técnica, com o objetivo central de prevenir doenças severas. Entretanto, pesquisadores e conselhos de ética alertam para a necessidade de fiscalização constante e ampliação dos estudos, reforçando que as aplicações devem ser restritas a casos em que não existam alternativas de tratamento eficazes.

Pés de bebê
Com essa técnica, a criança resultante possui a maior parte de seu DNA herdado dos pais, especialmente os genes responsáveis pelas características físicas e hereditárias – depositphotos.com / Balkonsky

O futuro da fertilização mitocondrial no combate às doenças genéticas

Estima-se que, no Reino Unido, pelo menos 20 a 30 famílias por ano desejam recorrer ao procedimento do bebê de três pessoas. À medida em que a ciência avança, outros países podem discutir e adotar a técnica conforme as necessidades e os marcos regulatórios locais. O monitoramento dos casos de sucesso e dos desafios já identificados norteará a evolução da prática nos próximos anos.

  1. Continuidade de estudos para avaliar riscos em longo prazo.
  2. Discussão ética sobre os limites da manipulação genética.
  3. Adoção progressiva da técnica em outros países, sob rígidos critérios.
  4. Possibilidade de novas aplicações para além das doenças mitocondriais.

Diante desses avanços, permanece o compromisso das equipes médicas e científicas em acompanhar cada etapa do desenvolvimento dos bebês gerados por essa técnica. O acompanhamento de longo prazo será fundamental para garantir segurança e efetividade, além de alimentar o debate público e científico sobre o lugar da tecnologia genética na sociedade contemporânea.

Tags: bebê de três pessoasdoenças mitocondriaisfertilização in vitrogenéticaMedicina
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