No início do ano uma medida inusitada chamou atenção em Taiwan: o pagamento de recompensas em dinheiro a pessoas dispostas a capturar e eliminar iguanas-verdes. A ação surgiu como uma estratégia encontrada pelo governo taiwanês diante de um problema de desequilíbrio ambiental causado pela proliferação dessa espécie exótica nas regiões rurais e urbanizadas do país.
As iguanas-verdes, conhecidas por sua aparência chamativa e comportamento gregário, não são originárias de Taiwan. Por terem poucos predadores naturais no território, encontraram solo fértil para se espalhar rapidamente, tornando-se uma ameaça para a flora local e até mesmo para infraestruturas urbanas e propriedades agrícolas. O programa de recompensa, portanto, tornou-se uma alternativa direta para tentar conter esse avanço.

O impacto das iguanas-verdes em Taiwan
O aumento da população de iguanas-verdes está relacionado a uma série de danos ambientais e econômicos em Taiwan. Ao adaptarem-se ao ambiente insular, esses répteis alimentam-se de plantas, afetando a vegetação nativa e prejudicando culturas agrícolas de pequeno e médio porte. Além disso, sua escavação de tocas pode afetar a estrutura de estradas, canais de irrigação e obras urbanas, além de colocar em risco plantas raras e espécies endêmicas do país.
Segundo especialistas em controle ambiental, esse cenário tende a se agravar caso não sejam tomadas medidas eficazes de manejo. Como resultado, autoridades buscam alternativas sustentáveis para diminuir o número de iguanas, aliando informação à população e incentivos financeiros para estimular a participação coletiva no combate à espécie invasora.
Como funciona o incentivo financeiro para eliminar iguanas-verdes?
O programa de recompensas implementado pelo governo envolve uma simples dinâmica: cidadãos recebem uma quantia predeterminada para cada iguana-verde capturada e morta. Para receber o incentivo, basta apresentar a iguana ou parte dela em postos autorizados, onde a equipe responsável realiza a verificação e contabilização dos animais. O valor pago por exemplar varia conforme o tamanho e as regras estipuladas em cada região de Taiwan.
- Documentação: É necessário portar documento de identificação para comprovar o abate.
- Condições de entrega: Em algumas localidades, exige-se que somente indivíduos adultos sejam aceitos para evitar que crias sejam exterminadas sem controle.
- Pagamento: O valor de cada recompensa é ajustado periodicamente por órgãos ambientais, acompanhando a gravidade da infestação.
O objetivo principal dessa iniciativa é não apenas conter a expansão das iguanas-verdes, mas também coletar dados sobre as áreas com maior concentração e avaliar resultados em tempo real, auxiliando estratégias futuras de controle.
As reações da população e da comunidade internacional
A introdução de um sistema de recompensas financeiras para capturar iguanas-verdes em Taiwan tem provocado debate entre moradores, ambientalistas e entidades internacionais. Parte da população vê a medida como uma resposta pragmática, diante da urgência de preservar a biodiversidade local e proteger áreas produtivas. Por outro lado, há questionamentos sobre ética, métodos utilizados no abate e o possível incentivo ao tráfico de animais exóticos ao redor da ilha.
Em 2025, organizações de proteção animal alertam para a necessidade de que as ações sigam orientações rígidas, evitando sofrimento desnecessário e promovendo esforços paralelos de conscientização para impedir a liberação de outras espécies invasoras. Observa-se também um aumento nas campanhas educativas e no monitoramento feito por equipes de biólogos e voluntários, em busca de soluções de longo prazo.

Quais alternativas existem além da caça controlada?
Embora o pagamento por abate tenha chamado a atenção pelo seu imediatismo, pesquisadores e agentes ambientais em Taiwan também consideram a possibilidade de métodos complementares. Entre eles, destacam-se iniciativas como:
- Educação ambiental: Programas educativos para informar sobre os riscos das espécies invasoras e incentivar o engajamento da sociedade.
- Monitoramento contínuo: Uso de tecnologia para mapear áreas críticas e avaliar o impacto das ações de controle.
- Proteção de áreas nativas: Criação de zonas de preservação reforçada, com restrição de acesso a espécies exóticas.
- Pesquisas científicas: Incentivo ao estudo biológico das iguanas-verdes e de suas interações com a fauna local, visando soluções menos invasivas.
A experiência de Taiwan com o controle das iguanas-verdes ilustra um desafio crescente em ilhas e regiões de clima subtropical: o manejo de espécies invasoras exige políticas públicas integradas e constante diálogo entre sociedade, governo e comunidade científica. O equilíbrio entre eficácia, ética e sustentabilidade segue como meta prioritária para garantir a saúde dos ecossistemas e a segurança alimentar da população taiwanesa.










