Muitos brasileiros se perguntam por que, ao passar alguns minutos ao ar livre, apenas algumas pessoas saem picadas por mosquitos, enquanto outras permanecem intocadas. O fenômeno de atração diferenciada ocorre em todo o mundo e, portanto, intriga pesquisadores, especialmente em regiões tropicais. Esse comportamento, afinal, não é aleatório e envolve explicações biológicas e ambientais. Ou seja, mosquitos escolhem seus alvos baseando-se em sinais químicos, visuais e até em diferenças genéticas presentes em cada indivíduo.
Desde 2020, diversos estudos têm abordado os fatores responsáveis por esse padrão. Por exemplo, os insetos detectam seres humanos por meio de odores corporais, gás carbônico e até mesmo substâncias liberadas no suor. Elementos como tipo sanguíneo, alimentação e hormônios influenciam, diretamente, a probabilidade de uma pessoa se tornar alvo desses insetos. Consequentemente, para a ciência, desvendar esses parâmetros ajuda a evitar doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e zika.
Quais fatores aumentam a atração dos mosquitos por algumas pessoas?

Os mosquitos utilizam diferentes sentidos para localizar um indivíduo em meio à multidão. Entre os principais fatores, destaca-se o odor corporal. Pessoas com produção elevada de certos ácidos graxos na pele costumam liberar aromas que atraem mais facilmente os insetos. Além disso, o suor contém amônia, ácido lático e ácido úrico, todos detectados pelo aparelho olfativo dos mosquitos. Portanto, uma alteração na produção dessas substâncias já pode ser suficiente para mudar a atratividade.
Outro ponto relevante envolve o tipo sanguíneo. Pesquisas demonstram que indivíduos do tipo O recebem o dobro de picadas em comparação àqueles com tipo A ou B. Ademais, o gás carbônico, presente na respiração, também contribui para a percepção dos mosquitos. Assim, quem respira ofegante ou realiza atividades físicas libera mais CO2, tornando-se, consequentemente, um potencial alvo.
Como o ambiente interfere no comportamento dos mosquitos?
O local e as condições ambientais influenciam diretamente a intensidade das picadas. Esse fator abrange não apenas a quantidade de mosquitos disponíveis, mas também a presença de água parada e vegetação. Locais abafados e úmidos, por exemplo, favorecem a proliferação dos insetos, aumentando, dessa forma, a exposição de quem circula nesses ambientes.
- Temperaturas elevadas aceleram o metabolismo dos mosquitos, tornando-os mais ativos;
- Ambientes com pouca ventilação dificultam, ainda mais, a dispersão de odores humanos;
- Roupas escuras, por sua vez, chamam atenção dos insetos devido à sensibilidade visual;
- Produtos perfumados também podem, por vezes, funcionar como atrativo;
- Presença de crianças devido ao metabolismo mais acelerado.
Diante disso, mudar hábitos ao ar livre, usar vestes claras e evitar perfumes fortes são medidas que ajudam a minimizar riscos. Além disso, algumas plantas repelentes, como citronela, podem complementar a proteção. Locais limpos e arejados reduzem, sem dúvida, a permanência dos mosquitos, protegendo os moradores de áreas endêmicas.
Por que o tipo sanguíneo e fatores genéticos influenciam tanto?

Cientistas vêm analisando como a genética individual interfere no perfil químico exalado pela pele. A produção de determinadas substâncias, como ácido lático, pode ser regulada por genes. Por esse motivo, essa condição faz com que algumas pessoas sejam mais atraentes para o mosquito de forma hereditária, já manifestando esse padrão desde a infância.
Além disso, pessoas do tipo sanguíneo O possuem proteínas específicas que servem como marcadores para os sensores dos insetos. A combinação de sinalização genética e fatores ambientais, assim, potencializa o risco, principalmente em áreas tropicais como o Brasil. Contudo, ninguém está totalmente imune, pois existem múltiplas variáveis envolvidas no processo.
Quais estratégias ajudam a evitar picadas de mosquito?
Para reduzir a atração dos mosquitos, algumas recomendações práticas são amplamente conhecidas. Primeiramente, usar roupas compridas e claras limita o acesso dos insetos à pele. Da mesma forma, manter ventiladores ligados dificulta a aproximação desses animais, pois o vento dispersa os odores atrativos e impede seu voo controlado.
- Evitar sair em horários de pico, especialmente entre o final da tarde e início da noite;
- Utilizar repelentes recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
- Eliminar focos de água parada para evitar a criação de criadouros de mosquitos;
- Instalar telas de proteção nas janelas e portas;
- Optar por plantas repelentes no ambiente externo da residência.
Mesmo que alguns fatores estejam fora do controle, como genética ou tipo sanguíneo, é possível adotar estratégias para minimizar a exposição. Dessa maneira, a informação correta aumenta a segurança e contribui, obviamente, para prevenir doenças transmitidas por mosquitos.
Em suma, diversos elementos influenciam o padrão de atração dos mosquitos, variando de características biológicas a hábitos cotidianos. Conhecer esses fatores, por conseguinte, permite adotar medidas de proteção eficazes, ajudando a evitar riscos relacionados às picadas e doenças associadas. Assim, pequenas mudanças de comportamento e cuidado com o ambiente podem fazer grande diferença na proteção contra esses insetos. e doenças associadas.










