Entre os sons marcantes que anunciam a chegada do verão em muitos lugares do Brasil, o canto das cigarras sempre chama atenção. Esse ruído intenso, por vezes ensurdecedor, acompanha a rotina de muitas cidades e áreas rurais. A presença desse som provoca curiosidade em quem ouve, especialmente porque se destaca do ambiente natural e pode sugerir que algo diferente acontece com esses insetos durante determinados períodos do ano.
Durante os meses mais quentes, o barulho das cigarras se intensifica. Observando a natureza, é possível notar que o som aparece principalmente em dias mornos e ensolarados, quando as árvores ficam mais recheadas de folhas. Embora pareça uma melodia sem fim, o canto das cigarras possui um propósito muito claro. Esse som alto não acontece por acaso e desempenha um papel fundamental na vida desses pequenos animais.
O que faz as cigarras produzirem tanto barulho?

Cada espécie de cigarra utiliza um mecanismo exclusivo para emitir sons potentes. A produção desse ruído forte não serve apenas como trilha sonora natural; na verdade, trata-se de uma estratégia de sobrevivência. O som funciona como uma chamada para reproduzir, ajudando os machos a atrair fêmeas durante a estação de acasalamento.
No corpo das cigarras, estruturas chamadas de tímpanos vibram rapidamente. Essa vibração amplifica o som, que pode atingir volumes elevados e se espalhar a uma distância considerável. Apenas os machos realizam essa sinfonia. As fêmeas, ao perceberem o canto, aproximam-se para iniciar o ritual reprodutivo. Assim, as cigarras conseguem garantir o ciclo de vida da espécie a cada temporada.
Por que o canto das cigarras é tão intenso?
Muitos se perguntam por que o barulho emitido por esses insetos chega a incomodar. O segredo está no formato do corpo do macho, que age como uma verdadeira caixa de ressonância. Isso potencializa o som produzido pelos tímpanos. Além disso, as cigarras buscam locais altos, como galhos e troncos, para cantar. O posicionamento nos pontos mais elevados favorece a propagação da chamada pelo ambiente.
A intensidade do som serve também como uma defesa natural. O volume alto pode confundir predadores, dificultando a localização exata das cigarras. Dessa forma, o canto atua em duas frentes: aumenta as chances de reprodução e protege contra ameaças. Alguns relatos indicam que as cigarras conseguem emitir sons com intensidade semelhante a de um cortador de grama, destacando a eficiência desse mecanismo de defesa e reprodução.
Como identificar os diferentes sons das cigarras?

A sinfonia das cigarras não é igual em todas as regiões do país. Existem várias espécies, e cada uma exibe sua própria melodia. Os sons podem mudar em ritmo, duração e até frequência, criando um repertório diversificado no ambiente. Identificar a espécie pela escuta do canto virou um passatempo para muitos observadores da natureza.
- Algumas cigarras apresentam canto intermitente, alternando pausas entre um chamado e outro.
- Outras espécies mantêm uma altura constante, prolongando o som até por minutos sem interrupção.
- Em certos locais, é possível escutar coros formados por várias cigarras, tornando a paisagem sonora ainda mais intensa.
Esses detalhes tornam o estudo dos cantos das cigarras fascinante. O barulho não apenas marca a presença desses insetos, mas revela informações importantes sobre o comportamento de cada espécie e o ambiente em que vivem.
O barulho representa um perigo aos humanos?
Apesar do volume alto, o canto das cigarras não oferece riscos à saúde. O som pode incomodar em certos horários, principalmente quando há grande concentração desses insetos em uma mesma árvore. No entanto, após o período de reprodução, o barulho desaparece quase tão rápido quanto apareceu. As cigarras completam seu ciclo, deixam ovos nas plantas e terminam sua breve jornada sonora.
Durante centenas de anos, culturas diferentes enxergaram nas cigarras símbolos de transformação, renascimento e resistência. Ouvir o som desses insetos hoje, em 2025, ainda desperta curiosidade sobre sua forma de comunicação e o papel ecológico na natureza. O estudo e o respeito ao ciclo da cigarra continuam fundamentais para preservar a diversidade sonora e ambiental do país.










