Durante muitos anos, uma cidade brasileira ganhou fama internacional por motivos alarmantes. Cubatão, na Baixada Santista, ganhou fama mundial nas décadas de 1970 e 1980 por apresentar índices elevados de poluição. Assim, sua história se transformou em referência no estudo dos impactos ambientais causados pela industrialização acelerada, situação que mobilizou governos, empresas e a população em busca de reverter o cenário desfavorável.
No início daquele período, Cubatão era vista como o centro industrial do estado de São Paulo, reunindo refinarias de petróleo, siderúrgicas, fábricas químicas e termelétricas. Por isso, o crescimento intenso dessas atividades, sem o devido controle ambiental, agravou a contaminação do ar, do solo e da água. Nesse contexto, crianças nasceram com problemas de saúde, rios se tornaram impróprios para qualquer tipo de uso e a vegetação nativa praticamente desapareceu em pontos críticos da região.

Como Cubatão ficou famosa pela poluição?
O processo rápido de industrialização marcou profundamente a cidade de Cubatão. Em poucos anos, surgiram dezenas de grandes indústrias, atraídas pela proximidade ao principal porto do país e pela infraestrutura logística. Porém, o despejo de resíduos tóxicos e emissões atmosféricas não tinham fiscalização ou tratamento adequados, o que desencadeou episódios severos de poluição. Entre os problemas mais graves, destacaram-se as chuvas ácidas, a mortalidade de peixes nos rios e doenças relacionadas à má qualidade do ar.
A classificação de Cubatão como a cidade mais poluída do mundo teve registro por organismos internacionais e reportagens veiculadas globalmente no início dos anos 1980. O título trouxe preocupação, mas também serviu como um alerta para a necessidade urgente de ação, tornando Cubatão um símbolo do desafio ambiental brasileiro daquele período.
Quais foram as consequências da poluição para a população?
A crise ambiental em Cubatão afetou diretamente a saúde de seus moradores. Estudos epidemiológicos da época apontaram elevada incidência de doenças do aparelho respiratório, agravamento de asma e aumento da frequência de partos prematuros e anomalias congênitas. Além disso, comunidades inteiras precisaram ser removidas das imediações de áreas críticas, como o bairro Vila Socó, devido às condições insalubres e riscos à vida.
- Problemas respiratórios: A qualidade do ar comprometida elevou os casos de doenças pulmonares.
- Impacto no desenvolvimento infantil: Crianças nascidas na região apresentaram índices maiores de más-formações.
- Prejuízos ambientais: A vegetação local sofreu danos irreparáveis em algumas zonas, comprometendo o ecossistema.
Como a cidade conseguiu se recuperar?
A reversão do quadro crítico em Cubatão começou a partir do final dos anos 1980, com a pressão de órgãos ambientais e da sociedade resultando em investimentos expressivos nas chamadas “tecnologias limpas” e em sistemas de controle de emissões. As empresas passaram a ser monitoradas e multadas em caso de descumprimento das novas regulamentações. Foram implementadas estações de tratamento de efluentes líquidos, filtros industriais e programas para recuperação das áreas degradadas.
- Adoção de limites rígidos para emissões industriais.
- Modernização de processos produtivos, com a redução de poluentes.
- Monitoramento ambiental constante e parcerias entre governo, empresas e ONGs.
Essas medidas conduziram a uma queda progressiva nos índices de poluição e à recuperação gradual da fauna e flora locais. Cubatão deixou de ser sinônimo de descaso ambiental e passou a servir como exemplo internacional de recuperação.

O que Cubatão representa atualmente para questões ambientais?
Cubatão, em 2025, é frequentemente citada em estudos e discussões ambientais pelo seu processo transformador. A cidade agora integra projetos educativos sobre sustentabilidade, recebe visitas de técnicos de outros países que buscam estudar casos bem-sucedidos de descontaminação e atua como um laboratório a céu aberto para observação de ações ambientais bem conduzidas.
Hoje, zonas próximas à Serra do Mar exibem recuperação da Mata Atlântica, áreas que no passado estiveram severamente degradadas. Além disso, o município mantém um rígido sistema de monitoramento ambiental, servindo de inspiração para outras cidades industriais brasileiras e estrangeiras que enfrentam desafios semelhantes. Cubatão demonstra que, com políticas públicas efetivas, engajamento social e responsabilidade empresarial, a reabilitação ambiental é possível e pode transformar realidades.








