Todos os anos, em 29 de agosto, diversas ações reforçam a importância do combate ao tabagismo no Brasil. Esta data marca o Dia Nacional de Combate ao Fumo, trazendo à tona o impacto do cigarro na saúde da população, especialmente quando se trata do público idoso. O consumo prolongado de produtos derivados do tabaco é reconhecido como um dos principais agentes desencadeadores de doenças crônicas não transmissíveis, afetando milhões de pessoas em todo o país.
No universo dos problemas associados ao uso do cigarro, as patologias respiratórias se destacam por sua prevalência. O tabagismo está diretamente ligado a uma série de complicações inflamatórias nas vias aéreas, levando à diminuição da função pulmonar. Esse cenário agrava-se na terceira idade, pois muitos dos idosos tabagistas apresentam limitações funcionais significativas, o que interfere diretamente na autonomia e na qualidade de vida.
Quais são as doenças provocadas pelo tabagismo?
O tabaco é um fator de risco essencial para diversas complicações de saúde, com destaque para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Além desta, fumantes podem desenvolver de forma mais frequente doenças cardiovasculares, diversos tipos de câncer e problemas relacionados à circulação sanguínea. No caso específico da DPOC, trata-se de uma condição progressiva que compromete a troca de oxigênio nos pulmões, tornando as tarefas cotidianas muito mais desafiadoras.
Em idosos, a DPOC pode ser acompanhada por perda de força muscular, redução da resistência e diminuição da capacidade funcional. Os sintomas comuns incluem falta de ar, cansaço ao realizar esforços mínimos e limitação significativa das atividades diárias, como caminhar pequenas distâncias ou realizar tarefas domésticas simples.

Como funciona o tratamento para idosos acometidos pela DPOC?
Diante do desafio apresentado pelo tabagismo e suas consequências, diferentes abordagens terapêuticas são indicadas para melhorar a vida dos pacientes, especialmente os mais velhos. O tratamento para idosos com DPOC envolve, principalmente, a reabilitação pulmonar, um conjunto de práticas estruturadas para reeducar o organismo e otimizar as funções cardíacas e respiratórias.
- Programas convencionais: mais indicados para pessoas com sintomas brandos e maior tolerância aos exercícios. Envolvem treinamento físico supervisionado, principalmente de força e condicionamento aeróbico.
- Programas alternativos: destinados a idosos com limitações mais intensas, adaptando os exercícios à capacidade individual de cada paciente, com acompanhamento próximo da equipe multidisciplinar.
Ambas as abordagens seguem bases fundamentais: fortalecimento dos músculos envolvidos na respiração, exercícios para membros superiores e inferiores, atividades aeróbicas regulares — exemplo de caminhada, bicicleta ergométrica e esteira —, além da educação em saúde, facilitando o entendimento sobre os riscos do tabagismo e os benefícios da cessação.
Quais estratégias auxiliam na reabilitação pulmonar e cessação do tabagismo?
O sucesso no tratamento de pessoas que fumam, especialmente em idosos, depende da integração de diferentes estratégias. Existem quatro pilares principais que compõem os programas de reabilitação pulmonar para idosos:
- Treinamento direcionado à musculatura respiratória;
- Exercícios regulares para melhora da força nos membros superiores e inferiores;
- Atividades aeróbicas realizadas de maneira sistemática;
- Orientações contínuas em educação em saúde.
A cessação do tabagismo é um objetivo presente em todos os protocolos de reabilitação. Esse processo, embora desafiador, costuma trazer resultados perceptíveis em até 12 semanas, com evolução significativa na aptidão física e maior independência do paciente. Para prolongar os benefícios do tratamento, recomenda-se acompanhamento periódico e a utilização de recursos como teleatendimento e orientações remotas, promovendo a continuidade dos cuidados e o autocuidado.

O papel do acompanhamento multiprofissional nos casos de tabagismo em idosos
O enfrentamento das doenças associadas ao cigarro, especialmente entre idosos, exige uma atuação integrada de diferentes áreas da saúde. O suporte psicológico é fundamental para auxiliar na mudança de comportamento e na adesão ao abandono do vício. Profissionais de fisioterapia, medicina, enfermagem e psicologia trabalham em conjunto para garantir o melhor resultado possível ao idoso em recuperação.
A celebração do Dia Nacional de Combate ao Fumo em 2025 reforça a necessidade de manter o tema em evidência, ampliando os debates sobre prevenção, tratamentos e estratégias para melhorar a qualidade de vida dos idosos. Campanhas educativas e atendimento especializado são componentes essenciais para reduzir o impacto das doenças relacionadas ao tabaco e promover um envelhecimento mais saudável e autônomo.









