Tuiuiú: Símbolo do Pantanal
O tuiuiú, também conhecido como Jabiru mycteria, desperta atenção devido ao seu porte imponente e à função de ave-símbolo no Pantanal. Com distribuição que se estende do sul do México ao norte da Argentina, essa grande cegonha concentra metade da sua população no Brasil, especialmente na planície pantaneira. Ao cruzar os céus alagados com suas asas abertas, pernas longas e pescoço reto, ele se transforma em espetáculo frequente na fauna nacional.
Principalmente durante a estação chuvosa, o tuiuiú domina o cenário pantaneiro com suas cores marcantes: corpo branco, cabeça preta e faixa vermelha ao redor do pescoço. Chegando a 1,60 metro de altura e três metros de envergadura, o pássaro constrói ninhos em locais elevados para escapar de predadores nas cheias, usando árvores robustas, como as piúvas. O destaque na paisagem faz dele não só referência ambiental, mas também personagem de lendas e símbolo cultural.
O que torna o tuiuiú símbolo do Pantanal?
Diversos fatores colaboram para a associação entre o tuiuiú e a identidade do Pantanal. Diferente de outras aves aquáticas, o tuiuiú permanece em grandes bandos ao longo do ano, demonstrando adaptação ao ambiente dinâmico. A Lei Estadual nº 5.950/1992, em Mato Grosso, já reconhecia sua relevância. Recentemente, o Mato Grosso do Sul formalizou essa escolha por meio da Lei Estadual nº 6.432/2025, reforçando o caráter simbólico do tuiuiú na proteção e valorização do bioma.
Além das cores marcantes e do porte grande, a relação do tuiuiú com as comunidades locais atravessa gerações e permeia celebrações tradicionais. Em festas e eventos do Pantanal, narrativas indígenas ligam a figura da ave à força de união social e à responsabilidade coletiva com a natureza. A lenda dos povos terena e guató serve como exemplo, ao contar que um casal, em ato de sacrifício, se transformou em tuiuiú para vigiar as águas e proteger a aldeia de enchentes.

Tuiuiú: características físicas e hábitos alimentares
O tuiuiú chama atenção não só pela beleza, mas também pela funcionalidade de suas características. O bico, longo e robusto, permite ao pássaro capturar peixes, moluscos, pequenos mamíferos e até pescados mortos, contribuindo para o equilíbrio ambiental durante períodos de seca. Suas pernas alongadas possibilitam o deslocamento pelas águas rasas sem dificuldade. Já as asas largas garantem voos que percorrem longas distâncias, vitais em busca de alimento.
- Corpo: Predominantemente branco, com cabeça preta e gola vermelha no pescoço.
- Altura: Pode chegar a 1,60 metro.
- Envergadura: Mais de 2,5 metros, podendo atingir 3 metros.
Durante a alimentação, a ave utiliza diferentes métodos para obter nutrientes. No Pantanal, 70% da dieta consiste em peixes como lambaris e pacus jovens. Além disso, inclui crustáceos, insetos, répteis e anfíbios. O tuiuiú contribui com a limpeza ambiental ao consumir pescados mortos, evitando a putrefação de cardumes após a baixa oxigenação das águas.
Qual a importância ecológica e cultural do tuiuiú no Pantanal?
Além de robustez física e beleza, o tuiuiú ocupa papel chave na manutenção do equilíbrio do Pantanal. Como predador no topo da cadeia alimentar das áreas alagadas, ele controla populações de peixes e crustáceos, evitando desequilíbrios que poderiam afetar toda a rede ecológica. Cientistas monitoram a quantidade de ninhos para avaliar a saúde dos ambientes alagados, já que a presença da ave indica qualidade da água e disponibilidade de peixes.
No campo cultural, a imagem do tuiuiú simboliza proteção e resiliência. A ave está presente em festas populares, artesanato local e até em ações de conservação ambiental. O mito da transformação humana em tuiuiú faz parte do imaginário pantaneiro, reforçando valores como união, sacrifício e respeito ao ambiente natural.

Quais curiosidades cercam o tuiuiú e sua relação com o turismo?
O tuiuiú se destaca como a maior ave aquática voadora das Américas. Visitantes do Pantanal procuram observar não apenas o voo da ave, mas também seu cortejo, marcado por danças e exibições do pescoço vermelho. O comportamento monogâmico chama atenção: casais mantêm o mesmo parceiro ao longo da vida e reutilizam grandes ninhos por várias temporadas.
- A ave constrói ninhos em áreas elevadas durante o alagamento, garantindo proteção aos filhotes.
- O tuiuiú pode ser visto em excursões de turismo ecológico, valorizando a conservação do Pantanal.
- Sua rotina inclui patrulhar vastas áreas alagadas, tornando-se alvo frequente de observadores de aves e fotógrafos da vida selvagem.
Com forte apelo visual e alta presença nos ecossistemas pantaneiros, o tuiuiú tornou-se peça fundamental para o ecoturismo regional. Sua imagem aparece em folhetos, roteiros turísticos e materiais educativos. Assim, o reconhecimento legal enquanto ave-símbolo motiva ações de preservação e fortalece a identidade cultural ligada ao Pantanal.










