Preservação de Espécies do Cerrado: Um Chamado à Ação
Cercado por uma imensa diversidade biológica, o Cerrado ocupa uma posição de destaque no cenário ambiental do Brasil. Conhecido popularmente como a “caixa d’água do Brasil”, esse bioma abriga grande número de espécies que dependem diretamente do equilíbrio ecológico para sobreviver. O avanço agrícola amplifica as ameaças às espécies que ali vivem, tornando urgente o debate sobre a conservação. Diversas aves, mamíferos e répteis hoje figuram nas listas de animais em risco, refletindo os impactos visíveis da pressão humana.
Composta por savanas, campos e matas, a região abriga animais emblemáticos, muitos exclusivos do Cerrado. Porém, à medida que áreas nativas cedem espaço para a agropecuária, esses seres enfrentam desafios inéditos. A perda de habitat e fragmentação do ambiente restringem as opções para abrigo e alimentação, alterando drasticamente o equilíbrio das populações selvagens. A sobrevivência de espécies características desse ambiente depende de ações rápidas e eficazes para frear a destruição.

Quais aves do Cerrado estão ameaçadas?
O Cerrado sustenta uma infinidade de aves, muitas delas coloridas e de comportamentos marcantes. Entretanto, a pressão sobre o ambiente deixou algumas em situação preocupante. O pato-mergulhão, por exemplo, tornou-se um dos símbolos da luta pela preservação desse bioma. Com hábitos restritos a rios de águas claras, essa ave enfrenta grande ameaça de extinção devido à degradação dos cursos d’água e do seu entorno. Araras, seriemas e emas também entraram na lista de preocupação ambiental, pois dependem vastamente do equilíbrio dos campos e matas nativos para sua alimentação e reprodução.
Além dessas espécies, o carcará, os tucanos e outros representantes sofrem pressões do mesmo tipo: perda de árvores frutíferas, escassez de locais para nidificação e exposição acentuada à caça e captura ilegal. As aves, parte vital da cadeia ecológica do Cerrado, também sofrem com a diminuição de insetos e pequenos vertebrados, alterações que decorrem diretamente do uso intensivo do solo para cultivos agrícolas.
Mamíferos do Cerrado: quem corre risco com o desmatamento?
Diversidade resume bem a fauna de mamíferos do Cerrado, onde vivem do lobo-guará à onça-pintada. Entre os mamíferos que enfrentam o risco de sumir desse bioma, destacam-se o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra e o próprio lobo-guará. O desmatamento transforma o modo de vida dessas espécies, tornando-as mais vulneráveis à caça, à poluição e à perda de abrigo.
Grupos nômades, como os veados-campeiros e os queixadas, sentem diretamente a fragmentação do Cerrado, já que dependem de grandes áreas para buscar alimento e migrar. Outros, como o rato-candango, já considerado extinto, simbolizam como a humanidade pode interferir de forma irreversível no ciclo natural. Mesmo espécies de menor porte, como a catita e o tamanduá-mirim, enfrentam ameaças semelhantes, pois sofrem com incêndios e atropelamentos nas rodovias que cortam antigas áreas de vegetação.
- Lobo-guará: maior canídeo da América do Sul, essencial para dispersão de sementes.
- Onça-pintada: predador do topo da cadeia alimentar, chave para o equilíbrio ecológico.
- Veado-campeiro: importante para a manutenção da vegetação nativa.
- Tamanduá-bandeira: controla populações de cupins e formigas.
- Tatu-canastra: fundamental para movimentação do solo com suas escavações.
Quais répteis enfrentam risco de extinção no Cerrado?
Os répteis, embora menos conhecidos do público em geral, somam grande importância no Cerrado. Cobras como a jararaca e a coral-verdadeira encontram-se no bioma, mas a mudança no uso do solo ameaça seu habitat tradicional. Além disso, jabutis e lagartos de diferentes espécies também sentem as consequências do fogo e do desflorestamento. O jacaré-de-papo-amarelo é outro exemplo de animal que se encontra em situação vulnerável, pois depende de corpos d’água preservados e livres de poluição agroquímica.
- Queimadas frequentes aumentam a mortalidade de filhotes e adultos de várias espécies de répteis.
- Destruição de nascentes reduz a disponibilidade de água e esconde alimentos essenciais.
- Agricultura intensiva introduz pesticidas, afetando a saúde dos animais e alterando cadeias alimentares.
O Cerrado ainda guarda segredos sobre sua diversidade de répteis, pois muitos pesquisadores acreditam que existem espécies ainda não catalogadas. A pesquisa científica encontra obstáculos justamente pela rápida alteração do ambiente, o que ameaça tanto animais conhecidos quanto possíveis descobertas futuras.

Por que proteger as espécies ameaçadas do Cerrado é fundamental?
A conservação das espécies ameaçadas protege mais do que a própria fauna; ela garante o funcionamento dos ciclos naturais do bioma e assegura recursos para as próximas gerações. Animais como aves, mamíferos e répteis cumprem papéis vitais, controlando populações de outros organismos, dispersando sementes e mantendo a fertilidade do solo. O desaparecimento desses seres pode provocar desequilíbrios difíceis de reverter.
Entre as principais ameaças ao Cerrado estão o avanço da agricultura, queimadas, crescimento das cidades, poluição e práticas de caça e pesca indiscriminadas. Combater essas pressões exige fiscalização contínua, criação de áreas protegidas e envolvimento da sociedade, inclusive do setor agrícola. Em 2025, diversas organizações ampliam o monitoramento e incentivam práticas agrícolas mais sustentáveis, buscando reconciliar produção de alimentos e conservação ambiental.
O futuro do Cerrado depende profundamente de ações concretas para proteger suas espécies em risco. Manter a diversidade de aves, mamíferos e répteis permite que os serviços ecológicos do bioma continuem beneficiando diferentes regiões do Brasil. Valorizar e defender essas espécies é investir na sustentação de recursos como água, solo e ar puro para todos os habitantes do país.










