Em diversas regiões do Brasil, animais peçonhentos representam um risco constante, principalmente aranhas, cobras e escorpiões. Esses seres geram receio porque podem causar acidentes graves, com potencial para consequências fatais. Portanto, o conhecimento sobre essas espécies torna-se essencial. Ele ajuda tanto na prevenção de incidentes quanto no atendimento rápido em casos de picada ou contato acidental.
O Museu Serpentário de Botucatu, situado no interior paulista, cumpre importante papel ao aproximar a pesquisa científica da sociedade. O local abriu ao público em 2022, após fechar devido à pandemia. Abriga uma variada coleção de animais peçonhentos. Pertence ao Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos da UNESP. Fica a poucos quilômetros do centro urbano, ampliando, assim, o acesso à informação e promovendo educação ambiental.
Entre os animais peçonhentos, quais aranhas causam mais acidentes no Brasil?
Diversas espécies de aranhas peçonhentas vivem no Brasil, porém, algumas delas estão entre os artrópodes mais perigosos para o ser humano. Os exemplares da aranha-marrom apresentam tamanho pequeno, mas exibem veneno potente. Conseguem provocar necrose dos tecidos e sintomas severos, incluindo febre, inchaço e possível comprometimento renal. No ambiente natural, costumam se esconder sob cascas de árvores ou folhas secas. Isso dificulta seu encontro e aumenta os riscos de acidentes.
A aranha-armadeira destaca-se pelo porte avantajado e alta frequência em acidentes domésticos, sobretudo no sul e sudeste do Brasil. Seu veneno provoca dor intensa e, em alguns casos, sequelas de longo prazo. Quanto à viúva-negra, caracteriza-se pelo hábito da fêmea eliminar o macho após o acasalamento. O envenenamento por essa espécie geralmente provoca, além de dor, sintomas como taquicardia, hipertensão e dificuldades respiratórias nos casos mais graves.

Escorpiões: quais são as espécies mais perigosas no Brasil?
O número de acidentes com escorpiões cresceu nos últimos anos. As espécies escorpião-marrom e escorpião-amarelo respondem pela maioria dos registros. Eles predominam em áreas urbanas e rurais próximas a lixo e entulhos. O escorpião-marrom, que mede cerca de 6 cm e tem coloração escura, possui toxina que afeta o sistema nervoso. Pode causar dor, vômito, bolhas e dificuldade respiratória, sobretudo em crianças e idosos.
Já o escorpião-amarelo contém veneno mais agressivo. Ele pode provocar complicações sérias, como paralisia muscular e insuficiência respiratória. Portanto, as vítimas exigem atendimento médico imediato para aplicação de soro específico e observação clínica.
Quais cobras venenosas são encontradas no Brasil?
O Brasil abriga diversas serpentes perigosas devido a suas toxinas. Por exemplo, a cobra-coral verdadeira tornou-se famosa pelo veneno neurotóxico altamente letal. A administração rápida de soro antielapídico se mostra fundamental nesses casos. A surucucu pico-de-jaca, maior serpente peçonhenta das Américas, pode passar de três metros de comprimento e causa sangramentos graves.
- Cascavel: Possui um chocalho na ponta da cauda, advertindo contra o perigo. O veneno ataca diretamente o sistema circulatório e pode ser letal se não tratada rapidamente.
- Jararaca-de-Alcatrazes: Tem porte menor, mas veneno dez vezes mais potente que outras jararacas. Provoca paralisia nervosa rapidamente se não houver socorro.
- Jararaca-cruzeira: Apresenta manchas triangulares. O veneno causa vômitos, dor intensa e até desmaios. A rápida procura por assistência evita maiores complicações.
- Jararacuçu: Alcança mais de dois metros de comprimento. Seu veneno afeta os sistemas circulatório e respiratório.
- Caiçara: Destaca-se pela agressividade e habilidade de atacar a parte superior do corpo.
- Cotiara: Possui porte médio, comportamento agressivo e veneno que causa necrose local.
Como agir em caso de acidente com animais peçonhentos?
No caso de picada por animal venenoso, agir de maneira correta e imediata faz toda diferença. Assim:
- Mantenha a pessoa calma, evitando qualquer esforço físico.
- Lave o local atacado somente com água e sabão.
- Busque o serviço de saúde mais próximo sem demora.
- Tente identificar o animal, porém sem tentar capturá-lo.
- Nunca faça torniquetes, cortes nem utilize substâncias caseiras.
O atendimento médico adequado previne complicações graves. Além disso, a conscientização sobre os primeiros socorros aumenta as chances de recuperação.
O que faz do Museu Serpentário de Botucatu referência na pesquisa sobre peçonhentos?
O Museu Serpentário de Botucatu atua além da exposição de espécies e do atendimento ao público. O local integra pesquisas na área de toxicologia, desenvolve soros antiofídicos e antiescorpiônicos. Sua coleção reúne cerca de 100 espécies de animais peçonhentos. O museu contribui, assim, para a educação preventiva e o aperfeiçoamento de práticas médicas relacionadas a acidentes envolvendo peçonhentos.
Além disso, a instituição reforça o diálogo entre ciência e sociedade. Permite que visitantes conheçam características biológicas, hábitos e técnicas preventivas. Apoia também a divulgação científica e a conscientização sobre perigos e curiosidades dos peçonhentos encontrados no Brasil. Dessa forma, sensibiliza a população e melhora as ações de prevenção de acidentes.











