Dois ciclones tropicais no Atlântico chamam a atenção de meteorologistas por protagonizarem um fenômeno raro neste início de outono de 2025. O furacão Imelda e o furacão Humberto estão tão próximos que começaram a interagir, girando ao redor de um eixo comum. Esta situação, conhecida como efeito Fujiwhara, impacta as trajetórias e as intensidades dos sistemas, aumentando o grau de incerteza das previsões meteorológicas e exigindo atenção redobrada de moradores em áreas costeiras.
De acordo com especialistas, o efeito Fujiwhara ocorre quando dois ciclones atingem determinada proximidade e começam a influenciar diretamente o movimento um do outro. Imelda, atualmente classificado como furacão de categoria 2, avança em direção a Bermudas com ventos superiores a 140 km/h. Simultaneamente, Humberto alcançou anteriormente a categoria 5, atingindo rajadas de até 260 km/h, consolidando-se como um dos mais potentes dessa temporada de furacões no Atlântico.
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O que é o efeito Fujiwhara e como ele acontece?
O fenômeno recebeu o nome do meteorologista japonês Sakuhei Fujiwhara, responsável por descrevê-lo em 1921. Trata-se de uma situação em que dois ciclones tropicais passam a interagir de maneira visível, influenciando suas trajetórias por conta da proximidade. Quando posicionados a uma distância crítica, os ciclones passam a girar em torno de um centro comum — em vez de seguirem suas rotas originais de maneira isolada.
Além de raro, especialmente no Atlântico, o efeito Fujiwhara está entre os fenômenos mais desafiadores para os modelos meteorológicos. As trajetórias dos furacões podem ser desviadas, aceleradas ou até mesmo fundidas, caso haja aproximação suficiente entre eles. Esse padrão desafia padrões tradicionais de previsão e demanda monitoramento constante das autoridades locais.
Que consequências o encontro entre Imelda e Humberto traz para áreas afetadas?
O avanço simultâneo de Imelda e Humberto já provocou impactos consideráveis em diferentes regiões do Caribe e da costa leste dos Estados Unidos. Em Bermudas, Escolas, órgãos públicos e o aeroporto internacional suspenderam atividades em alerta para possíveis danos. As previsões apontam para períodos prolongados de ventos com força de furacão, intensas chuvas e risco elevado de apagões. Antes de atingir o Atlântico aberto, Imelda deixou um rastro de prejuízos via deslizamentos em Cuba, enchentes no Haiti, inundações nas Bahamas e chuvas volumosas em Porto Rico.
Já Humberto, mesmo após perder força e ser rebaixado para a categoria 1, ainda gera efeitos marcantes devido ao tamanho da sua massa atmosférica. A influência desse sistema favorece a ocorrência de ondas elevadas, destruição costeira e correntes marítimas perigosas. Na costa da Flórida, houve relatos de alagamentos, erosão costeira e inclusive de um afogamento causado pelas fortes correntes associadas a Imelda.
Efeito Fujiwhara: por que desafia previsões meteorológicas?
A interação provocada pelo efeito Fujiwhara complica os modelos de previsão meteorológica, já que o deslocamento de um furacão pode alterar radicalmente a rota do outro, e vice-versa. Conforme apontado por especialistas, a aproximação atual entre Imelda e Humberto está entre as dez menores distâncias entre ciclones já observadas desde 1966, quando se iniciaram os registros por satélite no Atlântico.
Além das rotas imprevisíveis, o fenômeno pode tanto fortalecer quanto enfraquecer os sistemas, dependendo da dinâmica estabelecida entre eles. Em anos com alto número de tempestades intensas, como 2025, a possibilidade de interações desse tipo aumenta, elevando o risco de eventos extremos em áreas litorâneas e exigindo respostas rápidas das autoridades.
- Monitoramento constante: a aproximação entre furacões requer atualização frequente dos boletins meteorológicos.
- Alteração de rotas: sistemas podem mudar de direção subitamente, impactando áreas inicialmente fora de perigo.
- Riscos ampliados: chuvas e ventos mais intensos, associadas ao encontro, causam condições marítimas perigosas e danos estruturais.
A presença de dois grandes furacões em sinergia marca a temporada de 2025 como uma das mais intensas desde a década de 1930. Essa raridade ressalta a importância dos avanços tecnológicos no monitoramento de fenômenos tropicais e reforça a necessidade de preparação contínua das populações expostas, especialmente quando sistemas complexos e pouco previsíveis, como o efeito Fujiwhara, entram em cena no Atlântico.
