Papua-Nova Guiné, na Oceania, destaca-se por sua extraordinária riqueza linguística. Afinal, trata-se do país com a maior diversidade de língua. A ilha reúne no seu território mais de 850 idiomas distintos, superando qualquer outra nação nesse aspecto. Essa pluralidade linguística é resultado de uma combinação de fatores históricos, geográficos e culturais que definem a identidade do local ao longo dos séculos.
A formação geográfica de Papua-Nova Guiné, caracterizada por regiões montanhosas, vales profundos e ilhas separadas, favoreceu o isolamento de diversas comunidades. Por isso, esse isolamento permitiu o desenvolvimento de línguas próprias em pequenos grupos populacionais, cada uma refletindo as experiências, tradições e conhecimentos locais. Com uma população estimada em cerca de nove milhões de habitantes em 2025, muitos desses grupos continuam mantendo seus idiomas nativos como parte fundamental de sua herança cultural.

Por que Papua-Nova Guiné possui tantas línguas?
O fenômeno da multiplicidade de línguas em Papua-Nova Guiné pode ser explicado principalmente pelo relevo acidentado e pela paisagem fragmentada, que dificultam a comunicação entre comunidades vizinhas. As barreiras naturais, como montanhas, rios e florestas densas, contribuíram para o surgimento de diversos dialetos e idiomas próprios em cada região. Além disso, a ausência de um império centralizador durante a história do país favoreceu a autonomia linguística desses grupos.
Outro fator importante é a estrutura social das aldeias, baseadas em clãs e tribos independentes, o que reforça a diversidade cultural e, consequentemente, linguística. É comum encontrar aldeias próximas que utilizam línguas completamente diferentes entre si, muitas vezes incompreensíveis para os habitantes das demais localidades. Essa realidade desafia os processos tradicionais de comunicação nacional, mas também enriquece ainda mais o patrimônio cultural do país.
Como é a comunicação em Papua-Nova Guiné?
Com tamanho mosaico linguístico, surge o desafio de integrar pessoas de diferentes origens em um único país. Para facilitar a comunicação entre os grupos, utiliza-se o Tok Pisin, uma língua crioula baseada no inglês, amplamente falada e compreendida em todo o território. Além desta, o hiri motu e o próprio inglês são reconhecidos como línguas oficiais do Estado, contribuindo para a administração pública e a integração social.
O Tok Pisin, devido à sua simplicidade gramatical e à facilidade de aprendizado, estabeleceu-se como língua franca, promovendo o diálogo entre falantes de idiomas distintos. No entanto, mesmo com essa ferramenta de comunicação, os idiomas locais seguem sendo essenciais no cotidiano de muitos habitantes, especialmente em contextos familiares e comunitários.
Quais são as principais línguas faladas em Papua-Nova Guiné?
Além do Tok Pisin, outras línguas desempenham papéis importantes na vida dos habitantes de Papua-Nova Guiné. Entre elas estão:
- Enga: Falada na província de Enga, é um dos idiomas com o maior número de falantes nativos dentro do país.
- Huli: Predominante na região das Terras Altas do Sul, conhecida por sua longa tradição oral.
- Melpa: Utilizada por comunidades da província de Mount Hagen, reconhecida pela complexidade de sua fonética.
- Tok Pisin: Servindo como língua franca, facilita a comunicação interétnica e é central na mídia e na educação.
Apesar dessa variedade, a manutenção das línguas indígenas é um desafio constante, especialmente diante da influência crescente das línguas oficiais nos centros urbanos.

A diversidade linguística em Papua-Nova Guiné está ameaçada?
Muitos estudiosos apontam que a pressão da urbanização, da escolarização formal em inglês e do contato com meios de comunicação globais vem influenciando o uso de línguas nativas. Estima-se que várias delas estejam em risco de extinção, principalmente aquelas faladas por pequenos grupos ou restritas a regiões isoladas. A transmissão dos idiomas para as gerações mais jovens é fundamental para a preservação desse patrimônio imaterial.
No contexto das políticas públicas, incentivar programas de documentação, ensino e valorização das línguas tradicionais tornou-se prioridade para organizações locais e internacionais. Essa medida, segundo especialistas, é indispensável para garantir que Papua Nova Guiné mantenha sua reconhecida posição como o país mais diverso linguisticamente do planeta.






