O Citroën Basalt, um dos lançamentos mais recentes da indústria automobilística nacional, logo ganhou notoriedade quando o Latin NCAP, organização reconhecida internacionalmente pelos testes de segurança veicular, avaliou o modelo. Os engenheiros da Citroën desenvolveram e fabricaram esse SUV cupê no Brasil. Ele chegou ao mercado em outubro de 2024 e surpreendeu negativamente por mostrar desempenho abaixo do esperado nos ensaios de colisão frontal e lateral. Além disso, quando comparamos o Basalt com outros SUVs do segmento, as diferenças de segurança ficam ainda mais evidentes.
Durante os testes do Latin NCAP, os avaliadores submeteram o Citroën Basalt à sua configuração mais popular, com quatro airbags e controle eletrônico de estabilidade (ESC). O relatório destacou instabilidade estrutural, bem como desempenho insuficiente na proteção de adultos e crianças. Ainda, o SUV recebeu índices modestos na proteção a pedestres e nas avaliações dos sistemas de assistência à condução. Mesmo enfrentando essas limitações, a marca manteve o modelo no mercado brasileiro, o que alimentou discussões sobre padrões de segurança e exigências regulatórias. Por consequência, consumidores e especialistas passaram a debater a responsabilidade das montadoras.
Por que o Citroën Basalt recebeu zero estrela nos testes do Latin NCAP?
O resultado alarmante do Citroën Basalt resulta de vários fatores que técnicos do Latin NCAP analisaram cuidadosamente. Como destaque, o SUV não traz airbags de cortina, um equipamento fundamental para proteger a cabeça dos ocupantes em colisões laterais e contra postes. Por isso, o Latin NCAP não pôde realizar certos ensaios essenciais à classificação final. Além disso, o modelo apresenta reforço estrutural apenas do lado do motorista, gerando assimetria de proteção em impactos.
Os técnicos identificaram ainda falhas no tensionador do cinto de segurança do passageiro dianteiro, o que compromete a proteção do tórax em colisões. O aviso de uso do cinto também não atende plenamente às normas do programa, fato apontado no relatório. Ademais, a Citroën não incluiu tecnologias de assistência à condução, como frenagem autônoma de emergência e alerta de ponto cego. Tais itens, comuns em modelos vendidos na Índia e na Europa, fazem falta ao Basalt brasileiro.

Como o desempenho em segurança do Citroën Basalt se compara a outros SUVs?
Na mesma bateria de testes, a equipe avaliou o Hyundai Tucson, um SUV que conquistou cinco estrelas e impressionou pela proteção dos ocupantes e pelas assistências tecnológicas presentes. O Tucson sai de fábrica com seis airbags e sistemas ADAS (Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor), assegurando altos padrões de segurança passiva e ativa. Por isso, a diferença de desempenho entre os dois modelos destaca as estratégias distintas de cada fabricante para a América Latina.
Enquanto a Hyundai investiu em itens obrigatórios e tecnologia, como novos sistemas ativos, a Citroën manteve recursos básicos no Basalt, com quatro airbags e sem atualizações de proteção para o ano modelo 2026. O contraste aparece nos números: o Basalt registrou 39,37% na proteção ao ocupante adulto, enquanto o Tucson atingiu mais de 83%. Dessa forma, os consumidores percebem que algumas marcas se preocupam mais com segurança do que outras.
Quais requisitos de segurança o Citroën Basalt atende atualmente?
O Citroën Basalt, lançado no mercado brasileiro em 2025, cumpre todas as normas locais e internacionais obrigatórias, de acordo com informações da fabricante. A estrutura do modelo utiliza a plataforma CMP, comum a outros veículos do grupo, e emprega carroceria de aço de alta resistência para proteger o habitáculo em impactos. Entre os itens de série, constam:
- Quatro airbags (frontais e laterais)
- Controle eletrônico de estabilidade (ESC)
- Carroceria reforçada para absorção de impacto
- Estrutura projetada para proteção contra invasões
A Stellantis, responsável pela fabricação, ressalta que todos os seus veículos passam por rigorosos protocolos no Centro de Testes de Betim (MG) antes da venda. Entretanto, mesmo com essas medidas, os resultados do Latin NCAP mostram que, apesar de atender à legislação, o Basalt pode melhorar, especialmente nos sistemas de proteção lateral e nas tecnologias ADAS. Isso porque mercados mais exigentes já consideram tais soluções como padrão para novos veículos.
O que esperar para o futuro da segurança veicular no Brasil?
A avaliação do Basalt traz de volta o debate sobre os padrões globais e a evolução das normas brasileiras de segurança veicular. Organizações independentes, como o Latin NCAP, defendem que consumidores latino-americanos se beneficiem do mesmo nível de segurança de outros continentes. Portanto, especialistas sugerem que veremos uma maior convergência dos requisitos obrigatórios nos próximos anos. Além disso, a atualização constante dos protocolos estimula as montadoras a adotar novas tecnologias e a elevar a qualidade dos produtos.
Assim, o mercado caminha para exigir mais nos quesitos de segurança passiva e ativa, fazendo as fabricantes reverem suas estratégias. O consumidor, atento às avaliações dos órgãos especializados, tende a se informar melhor e a escolher veículos mais seguros. Dessa forma, a tendência aponta para um futuro com modelos mais avançados e proteção ampliada a todos os ocupantes.











