As preocupações com a exposição das crianças ao Bisfenol A cresceu nas últimas décadas. Afinal, houve um aumento de pesquisas que revelam potenciais impactos dessa substância na saúde infantil. Um composto químico comum na produção de diversos plásticos, o BPA aparece em objetos ligados à rotina das famílias brasileiras, como mamadeiras, brinquedos, utensílios de cozinha e embalagens alimentícias. Em ambientes domésticos, o contato com esses produtos é mais frequente do que muitos imaginam, reforçando a importância de discutir os possíveis riscos que seu uso envolve.
Desde 2011, medidas regulatórias no Brasil restringem a presença de Bisfenol A em itens infantis, como mamadeiras, posicionando o país ao lado de outras nações que adotam políticas semelhantes. Isso ocorre porque o BPA atua como um desregulador endócrino, interferindo diretamente no funcionamento dos hormônios que desempenham papel vital no crescimento e desenvolvimento das crianças. Assim, mesmo após normas mais rigorosas, é fundamental conscientizar sobre onde o Bisfenol A se encontra e os efeitos à saúde mais relatados pela comunidade científica.

O que é o Bisfenol A e onde ele está presente?
O Bisfenol A é um composto utilizado há décadas na fabricação de plásticos policarbonatos e resinas epóxi. Esses materiais conferem resistência, leveza e transparência aos produtos. Essas são características desejáveis para itens voltados ao público infantil e doméstico. Entre as principais fontes de contato estão recipientes plásticos reutilizáveis, mamadeiras produzidas antes da proibição, brinquedos, talheres e pratos infantis, e o revestimento interno de latas de alimentos ou bebidas.
No cotidiano das famílias, a exposição ao Bisfenol A pode ocorrer de diferentes maneiras. Entre elas, pela ingestão de alimentos e líquidos que foram armazenados em recipientes que contenham o composto. Ademais, o aquecimento desses recipientes também favorece o desprendimento do BPA, aumentando os riscos potenciais. Sendo assim, a atenção com o armazenamento e a escolha de materiais adequados representa um passo importante para prevenir o contato excessivo das crianças com substâncias químicas.
Quais são os riscos do Bisfenol A para o desenvolvimento infantil?
Estudos identificaram que o Bisfenol A pode contribuir para alterações hormonais em crianças. Afinal, ele tem estrutura semelhante aos hormônios naturais que o organismo produz, como o estrogênio. Assim, essa imitação pode provocar desequilíbrios no sistema endócrino, responsável por regular funções biológicas essenciais, entre elas, crescimento, metabolismo e amadurecimento sexual.
- Alterações no desenvolvimento neurológico: Pesquisas sugerem que a exposição precoce pode prejudicar o desenvolvimento cerebral, afetando memória, comportamento e aprendizado.
- Desordens hormonais: O BPA pode impactar glândulas produtoras de hormônios, provocando distúrbios como puberdade precoce e mudanças na tireoide.
- Riscos metabólicos: Estudos associam o contato com Bisfenol A ao aumento de casos de obesidade infantil e alterações no metabolismo da glicose.
- Efeitos imunológicos: Pesquisas recentes destacam possíveis impactos do BPA na regulação do sistema imunológico das crianças.

Como reduzir a exposição das crianças ao Bisfenol A?
Diante dos riscos associados ao Bisfenol A, surgem dúvidas frequentes sobre quais estratégias adotar para proteger as crianças dessa substância. Sendo assim, a principal recomendação consiste em diminuir o uso de plásticos que contenham BPA e buscar alternativas mais seguras. Abaixo, estão medidas práticas que as famílias e cuidadores podem adotar:
- Prefira recipientes e utensílios identificados como “livres de BPA”.
- Evite aquecer alimentos ou líquidos em plásticos, especialmente no micro-ondas.
- Dê preferência ao uso de vidro, aço inoxidável e cerâmica para guardar alimentos.
- Descarte mamadeiras, copos ou brinquedos antigos que não indiquem ausência de Bisfenol A.
- Confira sempre os rótulos e informações do fabricante sobre o material utilizado nos produtos destinados ao público infantil.
A atenção à composição dos produtos de uso diário e o acompanhamento das orientações de órgãos reguladores são formas de garantir maior segurança no ambiente infantil. Afinal, elas minimizam a exposição a compostos químicos como o BPA. O tema envolve não apenas escolhas individuais, mas também políticas públicas que visam proteger a saúde das novas gerações diante dos desafios contemporâneos associados à industrialização e ao uso de substâncias químicas em larga escala.










