Animais de corpo flexível e aparência singular, os pepinos-do-mar, conhecidos cientificamente como Holothuroidea, pertencem ao grupo dos equinodermos. Diferentemente de seus parentes mais conhecidos, como estrelas e ouriços-do-mar, esses seres exibem forma alongada e textura macia. Isso lhes garante fácil adaptação ao ambiente marinho. Você pode encontrá-los em variados pontos do planeta. Entretanto, a maior concentração ocorre no Oceano Pacífico, principalmente em águas profundas da região Ásia-Pacífico.
O pepino-do-mar utiliza tentáculos dispostos ao redor da boca para capturar detritos e alimento. Esses tentáculos representam adaptações dos chamados pés ambulacrários, comuns em outros equinodermos. Contudo, em Holothuroidea, eles se modificaram especialmente para auxiliar na alimentação. Ao se alimentar de partículas orgânicas do fundo do mar ou de plâncton presos em muco, esses animais contribuem diretamente para o equilíbrio ecológico marinho. Assim, colaboram para a reciclagem de nutrientes.

Quais são as principais características dos pepinos-do-mar?
Com aparência gelatinosa e estrutura interna peculiar, o pepino-do-mar também apresenta um endoesqueleto com placas calcárias sob a epiderme. Diferente de animais com sistema circulatório completo, esses equinodermos dependem de canais radiais chamados de canais pseudo-hemais. Nesses canais circula um fluido claro rico em amebócitos, responsáveis pelo transporte de nutrientes e resíduos. Vale lembrar que, além dessas particularidades, sua textura flexível ajuda na locomoção por substratos variados.
Além disso, a respiração ocorre de modo único através das chamadas árvores respiratórias ou hidropulmões. Essas estruturas ramificadas ficam na cloaca. Por meio dessas árvores, a troca gasosa com a água acontece de maneira eficiente. Como não possuem órgãos excretores especializados, eliminam resíduos metabólicos diretamente na água. Para isso, utilizam células especializadas conhecidas como amebócitos.

Como é o sistema nervoso e a reprodução do Holothuroidea?
Os pepinos-do-mar não apresentam gânglios predominantes, pois seu sistema nervoso se baseia em um anel nervoso próximo à boca. Desse anel, nervos irradiam-se para o corpo inteiro. Células sensoriais táteis espalhadas pela superfície garantem alguma percepção do ambiente. Embora a movimentação dessas criaturas seja lenta, ela se alinha ao modo de vida sedentário típico desses equinodermos.
A reprodução, na maioria das espécies, ocorre de forma sexuada com fecundação externa. Os órgãos reprodutivos são geralmente simples, pois consistem em gônadas sem ductos especializados. Durante o desenvolvimento, as larvas passam por etapas de simetria bilateral até evoluírem para simetria radial na fase adulta. Em algumas espécies de holotúrias, a reprodução assexuada também ocorre. Elas aproveitam a surpreendente capacidade de regenerar partes do corpo, inclusive após expelirem as vísceras diante de predadores. De fato, essa capacidade coloca o pepino-do-mar entre os equinodermos com maior habilidade regenerativa.
Pepino-do-mar na culinária e na medicina asiática: como é utilizado?
O pepino-do-mar conquistou reconhecimento em vários países asiáticos, como China, Japão e Malásia. Nessas culturas, valorizam-nos tanto na gastronomia quanto na medicina tradicional. Após a colheita, pescadores desidratam e comercializam esses organismos marinhos, que recebem nomes populares como “bicho-do-mar” ou “tripango”. Quando reidratados e preparados com arroz ou outros alimentos, eles compõem iguarias bastante apreciadas.
- Muitos acreditam que o consumo de pepino-do-mar melhora a saúde das articulações, devido aos elevados níveis de sulfato de condroitina, importante para a cartilagem.
- Tradicionalmente, utilizam o pepino-do-mar como apoio no tratamento de dores articulares, fadiga e impotência.
- Sua composição inclui compostos com potencial efeito anti-inflamatório, altamente valorizados tanto na culinária quanto na medicina natural asiática.
Com a demanda crescente na culinária oriental e o interesse comercial, torna-se fundamental promover o manejo sustentável das populações de Holothuroidea. Dessa forma, protegemos esses organismos essenciais ao ecossistema marinho e garantimos sua presença no futuro.
A presença abundante do pepino-do-mar nas regiões abissais ilustra sua adaptação a ambientes extremos. Essa resiliência destaca a classe Holothuroidea como exemplo da impressionante diversidade e complexidade do reino animal nas profundezas oceânicas. Essas características atraem o interesse de estudiosos, profissionais ligados à alimentação e à saúde, além de inspirar novas pesquisas sobre o potencial desses animais.






