Desde a chegada do Pix, o sistema de transferências instantâneas revolucionou a forma como pessoas e empresas movimentam dinheiro no Brasil. No entanto, junto com a praticidade, apareceram também novas tentativas de fraudes e golpes financeiros, gerando a necessidade de medidas de proteção cada vez mais robustas. Pensando nisso, o Banco Central realizou atualizações importantes no chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED) em 2025, implementando novas regras que já estão em funcionamento.
O principal objetivo dessas mudanças é tornar mais eficiente e ágil a recuperação de valores transferidos de forma indevida, especialmente em casos de crime cibernético. Assim, o Banco Central busca proporcionar um ambiente mais seguro para os usuários do Pix e, além disso, aumentar ainda mais a confiança no sistema, dificultando as ações de golpistas e facilitando a devolução dos recursos quando há comprovação de fraude. Em resumo, trata-se de um avanço fundamental na proteção financeira dos usuários cotidianos do Pix.
Como funcionava a devolução de Pix antes das novas regras?
Até o início dessas mudanças, ao detectar uma transação suspeita de fraude, a possibilidade de recuperar o dinheiro dependia da conta originalmente utilizada para receber o valor indevido. Contudo, muitos golpistas transferiam rapidamente o dinheiro para outras contas, esvaziando a origem do golpe antes de qualquer providência. Por esse motivo, esse método dificultava ainda mais a recuperação dos valores.
Grande parte dos usuários se frustrava, pois, mesmo reclamando após sofrer o golpe, era comum que a conta inicial já estivesse sem saldo. Dessa maneira, a devolução se tornava inviável, mesmo que autorizada, ainda perpetuando práticas ilícitas. Diante desse cenário, bancos e clientes precisavam buscar alternativas para tentar reaver os valores. Por isso, sempre se destacou a necessidade de modernizar o processo de rastreamento e combater essas estratégias criminosas.
O que muda com o novo Mecanismo Especial de Devolução do Pix?
A atualização do MED em 2025 trouxe a principal novidade de permitir que as devoluções ocorram a partir de qualquer conta que tenha recebido o dinheiro do golpe, e não mais apenas daquela utilizada na fraude inicial. Com esse avanço, o processo de rastreamento fica mais eficiente, pois impede que sucessivas transferências entre contas ocultem a origem e o destino final dos valores, garantindo maior transparência e proteção.
Como funciona o novo rastreamento
O Banco Central determinou que, em até 11 dias após a contestação da transação, as instituições financeiras envolvidas compartilhem informações relevantes das transferências para localizar os valores. Dessa forma, com essa cooperação entre os bancos, aumenta-se a chance de bloquear e devolver os recursos à vítima do golpe. O usuário, então, passa a contar com maior tranquilidade ao saber que pode recorrer em caso de fraudes.
- Compartilhamento de informações: todos os bancos envolvidos em diferentes estágios da transferência trocam dados cruciais para identificar rapidamente onde estão os recursos fraudulentos.
- Prazo definido: o retorno dos valores pode ocorrer em até 11 dias após o pedido de contestação, tornando o processo bem mais rápido do que nas práticas antigas.
- Combate à fraude: a ampliação do rastreamento dificulta tentativas de burlar o sistema por meio de transferências sucessivas.
O serviço MED já é obrigatório para todos os bancos?
Até o momento, o uso do Mecanismo Especial de Devolução é opcional para bancos e instituições de pagamento. Porém, em breve isso vai mudar. Apesar disso, o Banco Central já notificou que a obrigatoriedade entrará em vigor a partir de 2 de fevereiro de 2026 para todos os participantes do sistema Pix no Brasil. Dessa forma, essa futura exigência deve garantir uma resposta mais uniforme diante de fraudes, ampliando a efetividade do sistema de devoluções.
Em quais situações é possível acionar o MED no Pix?
O recurso do MED destina-se a situações específicas. Segundo o Banco Central, ele pode ser utilizado somente em casos de fraude comprovada ou de falhas operacionais da instituição de pagamento. Assim, é importante destacar que o uso não se aplica a disputas comerciais, divergências entre pessoas físicas de boa-fé ou erros de digitação cometidos pelo próprio pagador, como informar equivocadamente a chave Pix.
Casos em que pode acionar o MED
- Fraudes: transações roubadas por terceiros com acesso ilegal à conta do usuário.
- Erros operacionais: falhas internas ou transferências equivocadas realizadas pela instituição financeira.
Importância do aviso rápido e cuidados essenciais
Diante de um possível golpe relacionado ao Pix, a vítima precisa notificar imediatamente o banco, registrar a contestação e seguir as orientações para acionar o mecanismo de devolução. Acompanhar os extratos e ficar atento aos movimentos na conta facilita o processo de contestação. Portanto, quanto mais rápido for o aviso, maiores as chances de recuperar os valores, pois esse é um fator decisivo na eficácia da devolução.
FAQ: Perguntas Frequentes sobre o novo MED do Pix
- Como posso contestar uma operação suspeita no Pix?
Se notar uma transação suspeita, acione imediatamente o atendimento do seu banco, seja pelo aplicativo, telefone, chat ou presencialmente. Siga as orientações da instituição para registrar a contestação. Além disso, a velocidade da sua ação influencia diretamente as chances de bloqueio. - E se o valor já tiver sido transferido para várias contas diferentes?
Com as novas regras do MED, o rastreamento cobre todas as contas que receberam os valores após a fraude. Dessa maneira, mesmo em casos com múltiplos deslocamentos, aumenta consideravelmente a possibilidade de localizar os recursos e efetivar a devolução. - Posso utilizar o MED caso tenha digitado a chave Pix de forma errada?
Não. O mecanismo foi desenvolvido apenas para fraude comprovada ou erro do banco. Por outro lado, se você transferiu por engano para a conta de outra pessoa, deve negociar diretamente com o recebedor. - Quais cuidados extras posso tomar para evitar fraudes no Pix?
Mantenha o aplicativo do banco sempre atualizado, ative a autenticação em dois fatores, utilize notificações por SMS ou push e não compartilhe senhas ou códigos. Além disso, sempre confira cuidadosamente os dados do destinatário antes de finalizar qualquer transferência. - O Pix é seguro mesmo com o aumento de fraudes?
Sim. O Pix segue como um dos sistemas financeiros mais seguros do Brasil, devido às recorrentes atualizações, camadas extras de proteção e iniciativas como o novo MED. Entretanto, o usuário também deve adotar boas práticas de segurança para evitar golpes e fraudes. - Qual o impacto esperado das novas regras do MED para o futuro do Pix?
A expectativa do Banco Central é que, com as melhorias no MED, o sistema ganhe ainda mais confiabilidade. Isso pode reduzir os prejuízos causados por fraudes e incentivar a adoção do Pix por pessoas e empresas. Em resumo, o novo MED deve ajudar a consolidar o Pix como principal meio de pagamento digital do país.










