Correio Braziliense - Aqui
Sem resultado
Veja todos os resultados
Correio Braziliense - Aqui
Sem resultado
Veja todos os resultados
Correio Braziliense - Aqui
Sem resultado
Veja todos os resultados
Início Bem-estar

Como adaptar as festas de fim de ano para crianças autistas: 8 recomendações práticas

Por Lara
04/12/2025
Em Bem-estar
Créditos: depositphotos.com / Roman_Yanushevsky

Créditos: depositphotos.com / Roman_Yanushevsky

EnviarCompartilharCompartilharEnviar

Fim de ano costuma ser sinônimo de encontros, abraços e casas cheias. Para crianças autistas, porém, esse cenário pode significar exatamente o oposto: excesso de estímulos, barulho constante e uma série de mudanças que tornam o período desgastante. Enquanto muitos aguardam ansiosos pelas festas, parte das famílias que convivem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) precisa reorganizar cada detalhe para que a participação seja possível.

Nos últimos anos, o tema passou a ser discutido com mais frequência em consultórios, escolas e grupos de apoio. A partir dessas conversas, ficou claro que não se trata de proibir festas, mas de repensar a forma como elas acontecem. Pequenos ajustes em som, luz, rotina e interação social podem reduzir a sobrecarga e permitir que a criança com autismo esteja presente de maneira mais tranquila.

Leia Também

Benefícios impressionantes do abacate para a pele

Benefícios impressionantes do abacate para a pele

04/12/2025
Saiba por que a banana é o lanche preferido dos atletas

Saiba por que a banana é o lanche preferido dos atletas

04/12/2025

Os benefícios do chá de gengibre, mel e limão consumido diariamente pela manhã

04/12/2025
Dignidade Menstrual: conheça o programa do SUS que distribui absorventes gratuitos

Dignidade Menstrual: conheça o programa do SUS que distribui absorventes gratuitos

04/12/2025

Por que o fim de ano é tão desafiador para crianças autistas?

A principal característica que interfere nas festas para a criança autista é a forma diferente de processar estímulos sensoriais. Sons altos, vozes falando ao mesmo tempo, televisões ligadas, cheiros de comida, luzes piscando e pessoas circulando pelo ambiente compõem um cenário que, para muitos, é tolerável ou até agradável. Para quem tem hipersensibilidade, porém, esse conjunto de estímulos pode parecer um “bombardeio” difícil de controlar.

Além da questão sensorial, há o impacto das mudanças de rotina. A criança com TEA, em geral, se organiza melhor quando o dia segue uma sequência previsível: horário de acordar, de comer, de brincar e de dormir, sempre em padrões semelhantes. No fim de ano, horários se estendem, refeições acontecem mais tarde, visitas aparecem sem tanta regularidade e a própria casa muda de aparência com enfeites e móveis reposicionados. Essa soma de fatores costuma gerar insegurança e cansaço.

Como adaptar as festas de fim de ano para crianças autistas?

Uma festa mais amigável para a criança autista começa antes da data marcada. Explicar com antecedência o que vai acontecer, usando linguagem simples e recursos visuais, costuma ajudar. Fotos da casa onde será o encontro, imagens dos parentes, um calendário com os dias marcados e até pequenos desenhos podem ser usados para mostrar o passo a passo do evento, reduzindo o elemento surpresa.

Algumas estratégias práticas que costumam ser adotadas por famílias e cuidadores incluem:

  • Roteiro visual: montar, com figuras ou palavras simples, a sequência da festa (chegar, cumprimentar, brincar, lanchar, voltar para casa);
  • Definir tempo aproximado de permanência e, se possível, combinar um horário para ir embora, o que dá à criança uma noção de duração;
  • Apresentar previamente fotos de convidados que a criança não vê com frequência, para diminuir a sensação de estranhamento;
  • Levar objetos familiares, como brinquedos favoritos, fones de ouvido, mantas ou almofadas que transmitam segurança.

Essas medidas não eliminam todos os desafios, mas tornam o contexto mais compreensível para a criança no espectro, favorecendo a participação em parte ou em todo o encontro.

Festas de fim de ano para crianças com TEA: o que pode ser ajustado no ambiente?

Quando o assunto é ambiente físico, três pontos costumam precisar de atenção especial: barulho, luz e circulação de pessoas. Em relação ao som, manter a música em volume moderado e evitar que vários aparelhos toquem ao mesmo tempo (televisão, caixa de som, brinquedos musicais) já reduz bastante a sobrecarga para as crianças autistas. Em locais onde há queima de fogos, o uso de protetor auricular ou fone com cancelamento de ruído torna o impacto menos intenso.

Na parte visual, muitas casas usam luzes piscantes, projetores e enfeites em movimento. Sempre que possível, vale dar preferência a luzes fixas e menos brilhantes. Caso alguém da família queira manter itens piscantes, uma opção é concentrá-los em um cômodo específico, deixando outros espaços mais neutros. Sobre a circulação de pessoas, organizar a casa de forma que haja um canto mais sossegado, com menos passagem, ajuda as crianças autistas a encontrarem um lugar de descanso quando precisar.

  • Reservar um quarto ou cantinho tranquilo, com pouca luz e ruído reduzido;
  • Disponibilizar fones, protetores auriculares ou sons suaves para quem preferir;
  • Permitir que a criança use roupas confortáveis, respeitando possíveis incômodos com tecidos, etiquetas ou acessórios;
  • Manter alguns alimentos habituais, especialmente em casos de seletividade alimentar.

Como familiares e convidados podem colaborar na inclusão das crianças com TEA?

A participação da rede de apoio é decisiva para que as festas de fim de ano sejam mais acessíveis para as crianças autistas. Uma conversa antes do evento, explicando de forma objetiva o que é o TEA, quais são os principais desafios daquela criança específica e o que ajuda ou atrapalha, costuma evitar situações constrangedoras. Comentários como “é só acostumar com barulho” ou “precisa aprender a cumprimentar todo mundo” perdem espaço quando há informação clara.

Algumas orientações simples podem ser compartilhadas com os convidados:

  1. Evitar insistir em abraços, beijos ou toques se a criança demonstrar recuo;
  2. Respeitar quando ela quiser ficar sozinha em um ambiente mais silencioso;
  3. Falar em tom de voz moderado, principalmente perto dos ouvidos;
  4. Perguntar aos cuidadores qual é a melhor forma de se aproximar ou brincar.

Outro ponto importante é aceitar que, em alguns casos, a família da criança autista pode precisar sair mais cedo ou até mesmo optar por não comparecer a determinadas comemorações. Isso não significa falta de interesse, e sim cuidado com o bem-estar e a saúde mental de todos os envolvidos.

De que forma o planejamento ajuda a tornar as comemorações mais acessíveis?

O planejamento para incluir crianças autistas nas festas de fim de ano não se resume ao dia da celebração. Muitas famílias organizam, ao longo de dezembro, pequenas exposições graduais aos estímulos típicos da época, como visitas mais curtas a shoppings decorados, encontros em grupos menores e simulações em casa, com músicas e enfeites em menor escala. Essa adaptação progressiva evita que tudo aconteça de forma abrupta na mesma noite.

Depois das festas, alguns cuidadores observam o comportamento da criança nos dias seguintes, identificando o que funcionou melhor e o que gerou maior desgaste. Esse registro pode ser feito em um caderno, aplicativo ou até por meio de fotos e vídeos, sempre respeitando a privacidade da criança. Em reuniões futuras com profissionais da área da saúde ou da educação, essas informações servem de base para ajustar as estratégias, tornando cada novo fim de ano um pouco mais previsível e manejável.

Dessa forma, a presença de crianças autistas nas celebrações de fim de ano deixa de ser um evento marcado apenas por desafios e passa a ser vista como algo que exige preparo, diálogo e respeito às diferenças sensoriais e emocionais. Com esse cuidado conjunto, as datas comemorativas podem se tornar momentos mais equilibrados e acessíveis para toda a família.

FAQ sobre autismo e festas de fim de ano

A seguir, algumas dúvidas frequentes que não foram abordadas diretamente ao longo do texto, mas que costumam surgir entre famílias e cuidadores de crianças autistas.

  1. Crianças autistas entendem o significado das festas de fim de ano?
    Em suma, muitas crianças autistas compreendem que as festas são momentos especiais, mas essa compreensão pode acontecer de forma diferente da esperada socialmente. Enquanto algumas se interessam por símbolos como árvore de Natal, presentes ou luzes, outras se conectam mais com rotinas específicas, como estar com determinadas pessoas ou realizar uma atividade favorita. Entretanto, o entendimento do “significado simbólico” (como a ideia de celebração, união familiar ou datas religiosas) pode exigir explicações concretas, visuais e repetidas. Portanto, usar histórias sociais, calendários ilustrados e conversas simples ajuda a tornar essas datas mais claras e previsíveis.
  2. Como lidar com presentes que fogem dos interesses da criança autista?
    É comum que a criança com TEA tenha interesses específicos e bem definidos, o que pode gerar frustração quando ganha algo que não faz sentido para ela. Então, uma estratégia é orientar previamente parentes e amigos sobre tipos de brinquedos, temas e materiais que costumam agradar e que são adequados ao nível de desenvolvimento da criança. Entretanto, quando o presente já foi dado e não corresponde às preferências, os cuidadores podem mediar a situação, agradecendo em nome da criança e, depois, oferecê-lo em outros contextos ou trocar discretamente, se necessário. Portanto, o foco deve ser proteger o bem-estar da criança, sem expô-la a pressões ou cobranças de “reagir” de determinada forma.
  3. É possível usar as festas para estimular habilidades sociais da criança autista?
    As festas podem ser uma oportunidade de treino de habilidades sociais, desde que não se transformem em fonte de sobrecarga e cobrança excessiva. Então, pequenas metas podem ser combinadas, como dizer “oi” a uma ou duas pessoas, permanecer por alguns minutos em um ambiente comum ou participar de uma atividade estruturada, como um jogo simples. Entretanto, é importante lembrar que a festa não é uma “aula obrigatória” de socialização, mas um contexto em que a criança pode experimentar interações de forma gradual. Portanto, respeitar os limites, validar quando ela precisa se retirar e valorizar cada pequena conquista faz toda a diferença.
  4. O que fazer se a criança autista tiver uma crise durante a comemoração?
    Crises podem acontecer mesmo com todo o planejamento, porque o ambiente festivo costuma ser imprevisível. Então, o primeiro passo é garantir a segurança física da criança, afastando-a, se possível, de estímulos intensos (barulho, luz forte, muitas pessoas ao redor) e levando-a para um local mais calmo. Entretanto, discutir, repreender ou tentar “forçar” que ela permaneça na festa tende a piorar o quadro. Portanto, é recomendável que um cuidador de referência fique com a criança, ofereça recursos que a acalmem (água, objeto favorito, compressa fria, abraço apenas se ela aceitar) e espere o tempo necessário para que ela se regule novamente, sem pressa e sem exposição desnecessária.
  5. Como explicar o autismo para outras crianças presentes na festa?
    A explicação deve ser simples, honesta e adequada à idade das outras crianças. Pode-se dizer, por exemplo, que “o cérebro dele/dela funciona de um jeito diferente, então alguns barulhos, cheiros e conversas podem incomodar mais” ou que “ele/ela precisa de mais tempo para falar ou brincar junto”. Então, é útil dar exemplos concretos: “se ele quiser ficar um pouco sozinho, está tudo bem”, “se ela não gostar de abraço, podemos acenar”. Entretanto, não é necessário expor detalhes íntimos ou diagnósticos específicos, apenas orientar sobre respeito e inclusão. Portanto, quanto mais natural for a conversa, mais fácil será para as demais crianças aceitarem as diferenças e ajustarem suas formas de interação.
  6. É prejudicial se a família decidir passar as festas em casa, em vez de ir a grandes encontros?
    Não há um “modelo ideal” de comemoração que sirva para todas as famílias e todas as crianças autistas. Então, optar por uma festa mais reservada, em casa e com poucos convidados, pode ser uma escolha saudável quando os estímulos de grandes encontros são muito intensos. Entretanto, algumas famílias sentem culpa por não seguirem o padrão social de grandes celebrações. Nesses casos, vale lembrar que o mais importante é o bem-estar emocional da criança e do grupo familiar. Portanto, criar rituais próprios, como uma refeição tranquila, jogos em família ou um passeio em horário mais calmo, também é uma forma legítima e valiosa de celebrar o fim de ano.
  7. Como equilibrar as necessidades da criança autista com as expectativas dos demais familiares?
    Esse equilíbrio envolve diálogo, limites claros e, muitas vezes, negociação. Então, os cuidadores podem explicar antecipadamente aos familiares quais adaptações são inegociáveis (como volume de som, respeito aos limites de toque e possibilidade de sair mais cedo) e, ao mesmo tempo, buscar formas de manter alguns costumes importantes para o grupo. Entretanto, é comum que nem todos concordem de imediato ou compreendam o impacto do autismo nas festas. Portanto, ao priorizar a saúde da criança e da família nuclear, os cuidadores não estão “estragando a festa”, mas sim construindo um ambiente mais inclusivo e respeitoso para todos, ainda que isso exija mudanças gradativas nos hábitos de comemoração.
Tags: ano novobem-estarcrianças autistasfestas de fim de anonatalTEAtranstorno do espectro autista
EnviarCompartilhar30Tweet19Compartilhar

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Como adaptar as festas de fim de ano para crianças autistas: 8 recomendações práticas

04/12/2025
Por que a esponja de cozinha é o objeto mais sujo da casa?

Por que a esponja de cozinha é o objeto mais sujo da casa?

04/12/2025
Benefícios impressionantes do abacate para a pele

Benefícios impressionantes do abacate para a pele

04/12/2025

Colocar carvão na geladeira funciona? Saiba os benefícios e o tipo recomendado

04/12/2025
Saiba por que a banana é o lanche preferido dos atletas

Saiba por que a banana é o lanche preferido dos atletas

04/12/2025
Por que as letras F e J do teclado têm um risco em relevo? Veja

Por que as letras F e J do teclado têm um risco em relevo? Veja

04/12/2025
  • Sample Page
Sem resultado
Veja todos os resultados