O câncer de pele é hoje um dos principais desafios de saúde pública no Brasil. Entre melanomas e carcinomas, a projeção de novos casos em 2025 mantém a doença no topo do ranking de tumores mais frequentes no país. A elevada exposição ao sol, o clima tropical e a falta de proteção adequada ajudam a explicar esse cenário, que exige monitoramento constante da pele e acompanhamento médico regular. Portanto, quem vive em regiões mais ensolaradas precisa redobrar a atenção em todas as estações do ano, não apenas no verão.
Profissionais de saúde reforçam que pequenas alterações cutâneas podem ser sinais iniciais da doença. Feridas que não cicatrizam, manchas que mudam com o tempo e pintas de aspecto diferente do habitual merecem atenção especial. Além disso, sensação de ardência, coceira persistente e descamação em áreas expostas ao sol também podem indicar problemas. O reconhecimento precoce desses indícios aumenta de forma significativa as chances de tratamento bem-sucedido e reduz o risco de complicações. Em suma, observar a própria pele com regularidade se torna um hábito simples, mas poderoso para a prevenção.
O que é câncer de pele e por que a prevenção é tão importante?
O câncer de pele, termo que será usado aqui como palavra-chave central, corresponde ao crescimento descontrolado de células da pele. Esse processo ocorre, em grande parte, devido ao dano cumulativo causado pela radiação ultravioleta, seja do sol ou de câmaras de bronzeamento artificial. Com o passar dos anos, essas agressões podem levar a mutações no DNA das células, abrindo espaço para o surgimento de tumores cutâneos. Portanto, cada queimadura solar, mesmo aquela que parece “inofensiva”, contribui para esse acúmulo de danos.
Ao contrário de outros tipos de câncer, o câncer de pele costuma ser visível, o que facilita o diagnóstico precoce. Mesmo assim, muitos casos ainda aparecem em estágios avançados. Isso acontece quando sinais surgem e as pessoas os ignoram, confundem com problemas simples ou tentam tratar por conta própria com receitas caseiras e automedicação. Entretanto, intervenções inadequadas podem atrasar o diagnóstico correto e agravar o quadro. A prevenção passa por uma combinação de proteção diária, revisão periódica da pele e busca por avaliação profissional diante de qualquer alteração persistente. Em suma, prevenir o câncer de pele significa adotar uma rotina de cuidados contínuos, e não apenas atitudes pontuais em dias de praia.
Quais são os tipos de câncer de pele e como identificá-los?
Entre os tumores cutâneos mais conhecidos, destacam-se o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma
O carcinoma basocelular costuma surgir em áreas muito expostas ao sol, como rosto, orelhas e pescoço. Ele muitas vezes se apresenta como uma pequena lesão brilhante, perolada, que pode sangrar com facilidade. Já o carcinoma espinocelular tende a formar placas avermelhadas, com crostas, às vezes dolorosas ou com aspecto de ferida que não cicatriza. Portanto, lesões persistentes nessas regiões merecem sempre uma avaliação detalhada.
O melanoma, considerado o tipo mais agressivo de câncer de pele, geralmente começa como uma pinta nova ou como uma mancha que passa a se comportar de forma diferente. Para facilitar a observação, dermatologistas costumam usar a regra do ABCDE das pintas:
- A – Assimetria: metade da pinta é diferente da outra.
- B – Bordas: irregulares, recortadas ou mal definidas.
- C – Cor: variação de tonalidades na mesma lesão.
- D – Diâmetro: maior que 6 mm ou em crescimento.
- E – Evolução: qualquer mudança em tamanho, forma, relevo ou sintomas, como coceira e sangramento.
Outro sinal de alerta para câncer de pele é a presença de feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Manchas e lesões que mudam de cor, aumentam de volume ou apresentam dor, coceira e sangramento também devem passar por avaliação de um especialista. Então, sempre que surgir dúvida, a conduta mais segura envolve a consulta com um dermatologista, em vez de adiar o atendimento ou tentar tratamentos improvisados. Em suma, conhecer o próprio corpo, identificar o que é habitual e perceber o que foge ao padrão ajuda bastante na detecção precoce.
Como reduzir o risco de câncer de pele no dia a dia?
A proteção contra o câncer de pele não se limita ao uso de protetor solar em dias de praia. A exposição aos raios ultravioleta ocorre em atividades rotineiras, como caminhar até o trabalho, praticar esportes ao ar livre ou dirigir com o braço próximo à janela. Por isso, os cuidados precisam fazer parte da rotina, inclusive em dias nublados ou frescos, já que a radiação UV atravessa as nuvens. Portanto, incorporar esses hábitos de proteção diária representa um passo essencial para diminuir o risco ao longo da vida.
- Aplicar filtro solar diariamente: preferencialmente com fator de proteção 30 ou superior, cobrindo rosto, orelhas, pescoço, braços e outras áreas expostas. O produto deve ser reaplicado a cada duas ou três horas, especialmente em ambientes externos. Então, quem trabalha ao ar livre ou pratica esportes sob o sol precisa planejar pausas para reforçar o protetor solar, inclusive em áreas frequentemente esquecidas, como dorso das mãos e pés.
- Usar barreiras físicas: chapéus de aba larga, roupas com proteção UV, óculos escuros com filtro contra radiação e sombrinhas podem reduzir significativamente o impacto do sol sobre a pele. Em suma, combinar filtro solar com essas barreiras físicas oferece uma defesa mais completa, principalmente para crianças, idosos e pessoas de pele muito clara.
- Evitar horários de maior radiação: a faixa entre 10h e 16h costuma concentrar índices mais altos de raios UV. Sempre que possível, recomenda-se buscar sombra e reorganizar atividades ao ar livre para outros períodos. Entretanto, se a exposição nesse intervalo for inevitável, o uso de proteção deve ficar ainda mais rigoroso, com reaplicação frequente de filtro e uso de roupas adequadas.
- Abandonar o bronzeamento artificial: câmaras de bronzeamento se associam a maior risco de melanomas e outros tumores cutâneos, especialmente em pessoas jovens. Portanto, quem busca um tom de pele mais dourado encontra alternativas mais seguras em autobronzeadores cosméticos, que não utilizam radiação UV.
- Realizar autoexame da pele: observar regularmente todo o corpo, incluindo couro cabeludo, plantas dos pés, unhas e costas (com ajuda de espelho ou de outra pessoa), em busca de lesões suspeitas. Em suma, reservar alguns minutos por mês para esse check-up visual contribui para flagrar mudanças precoces, o que aumenta as chances de cura quando um tumor aparece.
Quando procurar ajuda médica e como é feito o diagnóstico?
A orientação entre especialistas é que qualquer mancha, pinta ou lesão que se modifique ao longo do tempo, ou que não cicatrize em até um mês, seja avaliada por um dermatologista. Pessoas com pele muito clara, histórico de queimaduras solares intensas, múltiplas pintas, uso de medicamentos imunossupressores ou casos de câncer de pele na família fazem parte de grupos de maior risco e se beneficiam de acompanhamento periódico. Portanto, marcar consultas regulares com o dermatologista, mesmo na ausência de sintomas, torna-se uma estratégia importante para quem integra esses grupos.
O diagnóstico do câncer de pele ocorre principalmente por exame clínico, com observação detalhada das lesões. Em muitos casos, o médico utiliza um dermatoscópio, aparelho que amplia e ilumina a área examinada. Quando há suspeita de tumor, o profissional solicita uma biópsia, procedimento em que um fragmento da pele é retirado e analisado em laboratório. A partir desse resultado, define-se o tipo de câncer de pele e o tratamento mais adequado, que pode incluir cirurgia, medicamentos tópicos, radioterapia ou terapias sistêmicas, conforme o estágio da doença. Então, seguir as orientações médicas, comparecer às consultas de retorno e não interromper o tratamento por conta própria se tornam atitudes decisivas para um bom desfecho.
A atenção contínua à própria pele, combinada com medidas de proteção solar e acesso a avaliação especializada, tende a reduzir o impacto do câncer de pele na população brasileira. A informação atualizada sobre sinais de alerta e formas de prevenção permanece como uma das principais aliadas para detectar a doença precocemente e ampliar as possibilidades de cura. Em suma, conhecimento, observação diária e acompanhamento profissional formam um trio poderoso na luta contra o câncer de pele.
Perguntas frequentes sobre câncer de pele
1. Quem tem pele negra também pode ter câncer de pele?
Sim. Pessoas com pele negra possuem mais melanina, o que oferece alguma proteção, porém elas também desenvolvem câncer de pele. Entretanto, nesses casos, lesões costumam surgir em áreas menos expostas ao sol, como palmas das mãos, plantas dos pés e leito ungueal. Portanto, o autoexame deve incluir todo o corpo, independentemente do tom de pele.
2. Crianças precisam usar protetor solar todos os dias?
Sim, especialmente em atividades ao ar livre. A pele infantil é mais sensível, e queimaduras repetidas na infância aumentam o risco de câncer de pele na vida adulta. Então, os pais devem aplicar filtro adequado para a idade, reforçar o uso de chapéu, roupas com proteção UV e estimular o hábito de brincar à sombra, principalmente entre 10h e 16h.
3. Vitamina D e proteção solar são incompatíveis?
Não. A maior parte das pessoas consegue produzir vitamina D com exposições curtas e regulares, sem queimaduras. Em suma, alguns minutos de sol em horários mais amenos já contribuem para essa produção. Quando necessário, o médico pode indicar suplementação, sem que a pessoa precise se expor de forma excessiva e arriscada.
4. Toda pinta diferente significa câncer de pele?
Não, muitas pintas são benignas ao longo de toda a vida. Entretanto, qualquer pinta que mude de cor, tamanho, formato ou passe a coçar, doer ou sangrar precisa de avaliação dermatológica. Portanto, o ideal não é viver com medo de todas as pintas, mas sim observar as mudanças e procurar ajuda sempre que algo sair do padrão habitual.
5. Quem já teve câncer de pele pode prevenir novos tumores?
Sim. Embora o histórico de câncer de pele aumente o risco de novos episódios, a pessoa pode reduzir muito essa probabilidade com proteção solar rigorosa, autoexames frequentes e consultas regulares com o dermatologista. Em suma, o acompanhamento contínuo permite identificar recidivas ou novas lesões em estágios bem iniciais, quando as chances de cura permanecem elevadas.









