Levar seu pet para viajar de carro deixou de ser algo raro e passou a fazer parte da rotina de muitas famílias, principalmente em finais de semana prolongados e feriados. No entanto, transportar o animal no veículo exige alguns cuidados específicos, tanto para garantir bem-estar ao animal quanto para cumprir as normas de trânsito vigentes no Brasil.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, deixar o bichinho solto dentro do veículo não é apenas um detalhe. Essa prática distrai o motorista, aumenta o risco de acidentes e ainda pode resultar em autuações de trânsito. Então, conhecer as formas corretas de transporte e se organizar com antecedência se tornou um passo básico para quem deseja incluir o cão ou o gato nas viagens rodoviárias.
Como escolher a melhor forma de transporte para o pet no carro?
A escolha do acessório adequado depende principalmente do porte, do comportamento e da espécie do animal. Cães de grande porte costumam se adaptar melhor ao banco traseiro, presos por um cinto de segurança específico para animais, conectado ao peitoral. Já os cães pequenos geralmente viajam com mais estabilidade em assentos elevados próprios para pets, que também utilizam cintos adaptados e reduzem o balanço durante o trajeto.
No caso dos gatos, a recomendação mais comum é o uso de caixas de transporte rígidas ou semirrígidas, com boa ventilação e travas firmes. Animais mais ariscos se sentem mais protegidos em espaços fechados e estáveis. Entretanto, é importante acostumar o gato à caixa alguns dias antes, deixando o acessório disponível em casa com petiscos e brinquedos, para que ele associe o local a algo positivo. Independentemente do acessório escolhido, o pet não deve ficar no colo do condutor, nem com a cabeça para fora da janela, práticas que aumentam a chance de lesões em freadas ou colisões.
Além disso, tutores de pets idosos ou com problemas articulares podem conversar com o veterinário sobre suportes ortopédicos, mantas acolchoadas ou peitorais anatômicos. Portanto, a melhor forma de transporte considera não apenas a espécie e o porte, mas também a idade, o histórico de saúde e o temperamento do animal, garantindo que viajar com pet no carro se torne um hábito seguro a longo prazo.
Como deixar o ambiente do carro mais confortável para o animal?
Viajar com animal de estimação no carro não envolve apenas segurança física, mas também conforto emocional. Transformar o interior do veículo em um ambiente minimamente familiar ajuda a reduzir o estresse do pet. Tapetes, mantas, caminhas ou panos usados no dia a dia funcionam como referências de cheiro e tornam o espaço menos estranho para o animal. Em suma, o cheiro conhecido atua como um “porto seguro” durante o deslocamento.
Brinquedos preferidos, como bolinhas e ossinhos de borracha, também contribuem para distrair o pet durante o percurso. Em viagens mais longas, é útil levar comedouros e bebedouros portáteis, de preferência os mesmos utilizados em casa, para manter a rotina. O ar-condicionado deve ser ajustado para uma temperatura amena e as janelas devem permanecer bem fechadas ou apenas entreabertas, evitando correntes de vento direto no rosto do animal. Além disso, o tutor precisa observar sinais de desconforto, como inquietação extrema, gemidos ou respiração muito ofegante.
Então, antes de viajar com pet no carro, vale a pena organizar uma pequena “bagagem” exclusiva do animal: saquinhos para fezes, tapetes higiênicos, toalhas extras e, se necessário, roupinhas leves para climas frios.
Feromônios sintéticos ajudam a viajar com pet no carro sem estresse?
Para muitos animais, o simples ato de entrar no carro já desencadeia sinais de ansiedade. Nesses casos, o uso de feromônios sintéticos pode ser uma alternativa considerada por tutores em conjunto com orientação veterinária. Esses produtos imitam substâncias químicas naturais liberadas pelos próprios animais e têm a função de transmitir uma sensação de segurança ambiental. Eles podem atuar como aliados no processo de adaptação ao carro, especialmente para cães e gatos mais sensíveis.
Os feromônios costumam aparecer em versões de spray, coleira ou difusor portátil. Antes da viagem, alguns tutores aplicam o produto na caixa de transporte, na manta ou no assento do pet. Entretanto, é fundamental seguir o modo de uso indicado pelo fabricante e testar o recurso alguns dias antes da viagem principal, evitando qualquer surpresa na estrada. Além disso, é recomendado fazer pequenos trajetos de adaptação, em dias comuns, para que o animal associe o carro a experiências neutras ou positivas, em vez de apenas consultas veterinárias ou deslocamentos longos.
Cuidados com alimentação, água e pausas na estrada
Outro ponto importante para quem pretende viajar com pet no carro é o manejo da alimentação. A orientação mais frequente é evitar oferecer grandes quantidades de comida imediatamente antes de sair, reduzindo a chance de enjoo. Em dias de muito calor, alguns tutores optam por umedecer a ração, o que auxilia na hidratação, especialmente para animais que bebem pouca água durante o trajeto. Planeje a refeição principal com algumas horas de antecedência e, perto da saída, ofereça apenas pequenos petiscos leves, se necessário.
As paradas programadas são essenciais em rodovias. Embora alguns trajetos pareçam curtos, o organismo do animal reage de maneira diferente ao movimento constante do veículo. Intervalos regulares ajudam o pet a se hidratar, fazer necessidades fisiológicas e se alongar. Uma prática comum é organizar pausas seguindo critérios como:
- Parar em locais seguros, como postos de serviço ou áreas de descanso;
- Oferecer água fresca em pequenas quantidades;
- Permitir que o pet caminhe em área com sombra e coleira;
- Observar sinais de cansaço, salivação excessiva ou abatimento.
Então, o tempo entre as paradas pode variar conforme a condição do animal, a temperatura ambiente e a duração total da viagem, mas trajetos longos raramente devem ser feitos de forma contínua, sem intervalos. Em suma, para viajar com pet no carro com segurança, o tutor precisa pensar no conforto do animal como pensaria no de uma criança: com água disponível, pausas estratégicas e atenção constante aos sinais de desconforto ou mal-estar.
Quais regras do trânsito brasileiro envolvem viajar com pet no carro?
Além do bem-estar do animal, há exigências legais ao transportar o pet no veículo. O Código de Trânsito Brasileiro e resoluções complementares proíbem situações que comprometam a direção segura, como animais no colo do motorista ou posicionados entre as pernas do condutor. Também não é permitido carregar o pet do lado de fora do veículo, com parte do corpo para fora da janela ou na carroceria aberta de automóveis não destinados a esse fim. Portanto, ignorar essas regras coloca em risco o animal, o motorista e outros usuários da via.
Para evitar multas e garantir deslocamentos mais tranquilos, muitos motoristas seguem um pequeno roteiro de checagem antes de sair:
- Conferir se o acessório de contenção (caixa, cinto, assento ou bolsa) está em bom estado;
- Verificar a fixação do dispositivo no banco ou cinto do carro;
- Separar itens básicos: água, ração, tapetes higiênicos ou saquinhos;
- Levar carteira de vacinação e contato do veterinário;
- Planejar o trajeto considerando pontos de parada seguros.
Então, quando o tutor decide viajar com pet no carro, ele assume a responsabilidade de seguir tanto as normas de trânsito quanto as recomendações de bem-estar animal.
FAQ: dúvidas frequentes sobre viajar com pet no carro
1. Posso dar remédio para enjoo por conta própria antes da viagem?
Não. Mesmo que o pet tenha histórico de enjoo, o ideal é conversar com o veterinário antes. Alguns medicamentos causam sonolência excessiva ou mascaram sinais de mal-estar mais sério. Portanto, só use remédios com prescrição e na dose indicada para o peso e a idade do animal.
2. Qual a frequência ideal de paradas em viagens longas?
Em média, recomenda-se parar a cada duas ou três horas para que o pet beba água, faça necessidades e caminhe um pouco. Entretanto, filhotes, animais idosos ou com problemas de saúde podem precisar de intervalos mais curtos. Observe sempre o comportamento do pet e ajuste as pausas conforme a necessidade.
3. É melhor alimentar o pet durante o trajeto ou apenas nas paradas?
Em suma, o mais seguro é oferecer pequenas porções nas paradas, nunca durante o movimento do carro. Assim, o animal mastiga com calma, reduz o risco de engasgos e diminui a chance de enjoo. Evite refeições grandes perto da saída e priorize água fresca em pequenas quantidades ao longo do caminho.
4. Como acostumar o pet ao carro se ele tem muito medo?
Comece com etapas curtas: primeiro, deixe o animal explorar o carro parado, com portas abertas, oferecendo petiscos e carinho. Depois, faça trajetos rápidos pelo quarteirão e aumente o tempo gradualmente. Então, associe sempre o carro a experiências positivas, como passeios ou visitas a locais agradáveis, e não apenas ao veterinário.
5. Posso deixar o pet sozinho dentro do carro por alguns minutos?
Não é recomendado. Mesmo por poucos minutos, a temperatura interna do veículo sobe rapidamente, o que pode causar hipertermia e colocar a vida do animal em risco. Portanto, se precisar descer, organize-se para que alguém fique com o pet em local arejado e protegido, ou leve o animal com você sempre que possível.










