Nos últimos anos, o tema sobre o impacto das vacinas contra a COVID-19 na fertilidade tornou-se foco de amplo interesse e debate, especialmente após a disponibilização dos imunizantes em todo o mundo. Desde que os primeiros lotes foram aplicados em 2020, dúvidas surgiram entre homens e mulheres quanto à possível influência das vacinas na capacidade de ter filhos de forma natural, seja no curto ou no longo prazo. Autoridades em saúde e especialistas buscaram esclarecer essas questões por meio de estudos e revisões científicas, visando responder de forma clara aos questionamentos da população. Além disso, a busca recente por dados sobre possíveis interações entre esquemas vacinais e fatores hormonais também passou a compor o escopo das pesquisas, ampliando a compreensão sobre o tema.
Distúrbios na fertilidade podem ser avaliados quando um casal não consegue engravidar após um ano de relações sem proteção. A preocupação geral sobre a interferência dos imunizantes no processo reprodutivo levou ao surgimento de diferentes linhas de pesquisa e posicionamentos oficiais, especialmente com o crescente acesso às vacinas aprovadas por órgãos reguladores. Portanto, entender a relação entre as vacinas contra COVID-19 e a fertilidade tornou-se fundamental para tranquilizar a população e apoiar decisões informadas em saúde reprodutiva.
Como as vacinas contra a COVID-19 interferem na fertilidade?
A palavra-chave principal, fertilidade, permeia os debates a respeito da segurança das vacinas contra o coronavírus. Até novembro de 2025, instituições de saúde reconhecidas afirmam que não há evidências concretas de que esses imunizantes prejudiquem a fertilidade. Testes realizados com os cinco principais imunizantes aprovados, como Pfizer-BioNTech, Moderna e outros, mostraram ausência de impacto negativo significativo sobre a capacidade reprodutiva, conforme indicam resultados obtidos em pesquisas com mulheres de diferentes regiões e faixas etárias. Em suma, estudos adicionais vêm sendo conduzidos para comparar grupos vacinados e não vacinados, fornecendo cada vez mais dados robustos.
Entretanto, parte da comunidade acadêmica ressalta que os dados atuais são originados de estudos com prazo relativamente curto ou baseados em análises laboratoriais limitadas. Até o momento, a maioria dos levantamentos aponta inexistência de relação entre a vacinação e ocorrências como aborto espontâneo, redução da qualidade dos óvulos ou do esperma, ou diminuição das taxas de sucesso em fertilizações. Isso não impede, contudo, novas investigações sobre possíveis implicações futuras, sobretudo em aspectos como toxicidade em embriões ou alterações genéticas decorrentes do processo imunológico. Portanto, se por um lado o consenso científico indica segurança, por outro segue-se com vigilância ativa para garantir a atualização das recomendações.
Existe risco para a fertilidade masculina?
No caso da fertilidade dos homens, o interesse voltou-se especialmente para os parâmetros do esperma: contagem, motilidade (capacidade de movimento) e qualidade geral. Revisões de estudos científicos entre 2022 e 2024 analisaram os efeitos dos principais imunizantes sobre esses fatores, indicando a manutenção de características férteis após a vacinação. A maioria das pesquisas revisadas aponta ausência de alterações relevantes nos parâmetros seminais após o esquema vacinal completo. Em suma, a vacinação contra a COVID-19 não parece ameaçar a saúde reprodutiva masculina.
É importante destacar que, enquanto a vacina contra a COVID-19 não demonstrou reduzir a fertilidade masculina, algumas pesquisas relataram que a infecção pelo coronavírus pode sim afetar temporariamente a qualidade do esperma. Homens infectados podem apresentar redução na contagem e motilidade dos espermatozoides por até 60 dias após o quadro agudo, provavelmente devido a processos inflamatórios causados pela doença nos tecidos testiculares. Entretanto, mesmo nessas situações, a tendência observada é de retorno à normalidade após a recuperação do organismo. Quem busca manter a fertilidade, portanto, tem motivos adicionais para considerar a vacinação como uma estratégia protetiva não só contra a COVID-19, mas também contra seus eventuais impactos reprodutivos.
Vacinas e tratamentos de reprodução assistida: há influência?
Com o aumento da procura pelos tratamentos de reprodução assistida — como a fertilização in vitro (FIV) — investigações recentes buscaram analisar se existe alguma diferença entre desempenho reprodutivo de quem recebeu ou não a vacina. Estudo realizado em 2024 observou que a qualidade de óvulos e esperma utilizados em ciclos de FIV não sofreu alteração em pacientes imunizados em comparação aos não imunizados, demonstrando resultados semelhantes quanto à formação de embriões.
Um levantamento divulgado em 2025 indicou discreta redução no sucesso dos procedimentos de transferência de embriões congelados entre mulheres vacinadas antes da estimulação ovariana. Ainda assim, foi observado que esse efeito tende a desaparecer quando o imunizante é aplicado com pelo menos 90 dias de antecedência. Assim, o consenso atual sugere que não há contraindicações formais para o público que busca tratamentos de reprodução assistida, embora mantenham-se abertas as possibilidades para estudos mais aprofundados sobre o tema. Portanto, quem pretende engravidar por meio de técnicas assistidas pode seguir com a vacinação, alinhando o planejamento com seu médico.
- Os dados atuais indicam ausência de efeito nocivo das vacinas contra COVID-19 sobre a fertilidade humana.
- Pessoas que enfrentam dificuldades para engravidar após infecção pelo coronavírus podem observar mudanças temporárias, principalmente em parâmetros seminais, mas tendem à recuperação espontânea.
- Quem deseja realizar tratamentos como a fertilização in vitro não precisa evitar a vacinação, porém pode conversar com o médico sobre o melhor momento para aplicação.
Quais aspectos ainda exigem novas pesquisas?
Ainda que os principais órgãos de saúde tenham declarado não haver efeito comprovado das vacinas anticovid sobre a fertilidade, existe consenso de que investigações de longo prazo se mostram indispensáveis. Fatores como a genotoxicidade, possíveis efeitos cumulativos e impactos sobre embriões em formação permanecem sob análise, à luz das constantes atualizações científicas. Além disso, estudos recentes incentivam pesquisas sobre possíveis interações do ciclo menstrual feminino com a imunização e eventuais alterações transitórias, reforçando a importância do monitoramento contínuo.
- Acompanhar estudos contínuos sobre fertilidade em diferentes faixas etárias.
- Monitoramento de pacientes que utilizam técnicas de reprodução assistida.
- Observação dos efeitos após reforços (doses adicionais) das vacinas.
A recomendação principal é que pessoas com dúvidas específicas ou histórico de infertilidade procurem orientação de profissionais de saúde especializados. O conhecimento disponível sobre o tema segue em evolução, acompanhando os desdobramentos da pandemia e do emprego de novas tecnologias em imunização. Em suma, a vigilância permanente é imprescindível para detectar possíveis efeitos tardios e manter a segurança da população.
Perguntas Frequentes (FAQ) sobre vacinas contra COVID-19 e fertilidade
- A vacina contra COVID-19 pode causar alterações no ciclo menstrual?
Estudos preliminares indicam que algumas mulheres relataram alterações temporárias no ciclo menstrual após a imunização, como atraso ou sangramento mais intenso, porém essas mudanças tendem a se resolver espontaneamente, sem impacto duradouro sobre a fertilidade. - Pessoas com histórico de distúrbios hormonais podem se vacinar sem riscos à fertilidade?
Em geral, quem possui distúrbios hormonais, como síndrome dos ovários policísticos, pode ser vacinado sem contraindicações extras referentes à fertilidade. Entretanto, recomenda-se discutir cada caso individualmente com o médico responsável. - O uso de anticoncepcional interfere na resposta vacinal ou aumenta riscos à fertilidade?
Não há evidências de que o uso de anticoncepcionais orais, injetáveis ou dispositivos intrauterinos altere a eficácia da vacina nem cause prejuízo adicional à fertilidade. - É seguro engravidar logo após tomar a vacina contra COVID-19?
Sim, não há necessidade de adiar planos de gravidez após a imunização. Entretanto, alguns especialistas recomendam aguardar algumas semanas para evitar confusões entre sintomas da vacina e sinais de gravidez. - Pessoas que já tiveram COVID-19 devem esperar para iniciar tratamento de fertilidade?
Pode ser interessante aguardar de 60 a 90 dias após a infecção, principalmente para homens, já que a qualidade do esperma pode ficar temporariamente alterada. Então, consultar o especialista é a melhor forma de personalizar o momento ideal para o tratamento.









