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O que é a “dor fantasma” em amputados? Entenda!

Por Lucas
11/12/2025
Em Bem-estar
O que é a "dor fantasma" em amputados? Entenda!

Créditos: depositphotos.com / atercorv.gmail.com

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A chamada “dor fantasma” é um fenômeno que intriga médicos, pacientes e pesquisadores há décadas. Trata-se da sensação dolorosa que indivíduos amputados podem perceber em uma parte do corpo que já não está mais presente, como se o membro perdido ainda estivesse ali. Mesmo sem o braço, a perna, a mão ou o pé, a pessoa relata queimação, fisgadas, formigamentos ou pressão em uma região que fisicamente deixou de existir. Embora seja mais conhecida em amputações de membros, a dor fantasma também pode ocorrer após remoção de outras partes do corpo, como mama (mastectomia) ou dentes, reforçando que a origem do problema está na forma como o sistema nervoso processa a perda.

Esse quadro não está restrito a um tipo específico de amputação. A dor fantasma pode surgir após perda traumática de membro, amputações por doenças vasculares, cirurgias oncológicas ou até remoções parciais, como dedos. Em muitos casos, a sensação aparece logo nas primeiras semanas após a cirurgia, mas também pode surgir meses depois, com intensidade e frequência bastante variáveis entre os pacientes. Para alguns, trata-se de desconfortos breves e esporádicos; para outros, a dor pode ser crônica e debilitante, interferindo significativamente na qualidade de vida.

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O que é dor fantasma em amputados e por que ela recebe esse nome?

A dor fantasma em amputados é definida como uma experiência dolorosa localizada na parte do corpo que foi retirada. O termo “fantasma” é usado porque o cérebro continua percebendo aquele membro como se ele ainda existisse. Não se trata de ilusão deliberada nem de imaginação voluntária, mas de um fenômeno neurológico reconhecido pela medicina desde o século XIX. Em outras palavras, mesmo sem o tecido físico, o “mapa” daquele membro continua ativo no sistema nervoso, o que permite que a dor seja sentida como real.

É importante diferenciar a dor fantasma da chamada “sensação fantasma”, que é a percepção de que o membro amputado ainda está presente, mas sem dor, apenas com impressão de volume, peso ou posição. Em muitos pacientes, as duas experiências coexistem, o que pode dificultar o relato preciso dos sintomas. Ainda assim, a dor fantasma costuma chamar mais atenção por interferir em sono, mobilidade e reabilitação. Entender essa diferença ajuda o paciente a explicar melhor o que sente e auxilia a equipe de saúde a escolher abordagens terapêuticas mais adequadas.

Como a reorganização do córtex somatossensorial se relaciona com a dor fantasma?

Um dos aspectos mais estudados da dor fantasma é a reorganização do córtex somatossensorial. Essa área do cérebro abriga um mapa do corpo, conhecido informalmente como “homúnculo somatossensorial”. Cada região corporal tem seu “território” cortical, responsável por processar estímulos de tato, dor, temperatura e posição.

Quando ocorre uma amputação, os nervos que levavam informações daquele membro ao cérebro são interrompidos. Mesmo assim, o córtex que antes recebia esses sinais não desaparece. Em vez disso, o cérebro passa por um processo de plasticidade neural, em que o mapa corporal é reorganizado. Áreas vizinhas do córtex começam a “invadir” o espaço que antes era dedicado ao membro ausente, redirecionando conexões e circuitos.

Estudos de neuroimagem mostram que, ao tocar regiões específicas do corpo remanescente, é possível ativar a área cortical que antes representava o membro amputado. Essa ativação cruzada está fortemente associada à sensação de dor fantasma, como se o cérebro interpretasse esses sinais reorganizados ainda como pertencentes à parte do corpo que não existe mais fisicamente. Pesquisas mais recentes também apontam o envolvimento de outras estruturas, como o tálamo e áreas relacionadas às emoções, indicando que a dor fantasma é fruto de uma interação entre sistemas sensoriais e emocionais.

Por que a dor fantasma acontece em alguns pacientes e em outros não?

Nem toda pessoa amputada apresenta dor fantasma, o que levanta a questão sobre os fatores que aumentam ou reduzem esse risco. A intensidade da reorganização do córtex somatossensorial é um dos candidatos principais. Quanto mais extensa for essa remodelação, maior parece ser a chance de o cérebro gerar sensações dolorosas no membro ausente.

Além da plasticidade cortical, outros elementos são frequentemente investigados:

  • Histórico de dor antes da amputação – pacientes que já sentiam dor intensa no membro antes da cirurgia costumam ter mais probabilidade de relatar dor fantasma posteriormente.
  • Lesão de nervos periféricos – neuromas (crescimentos anômalos de nervos cortados) no coto podem enviar sinais desordenados ao sistema nervoso central.
  • Fatores emocionais e estresse – embora não sejam causa única, estados de ansiedade e alterações de humor podem amplificar a percepção dolorosa.
  • Tempo pós-amputação – em alguns casos, a dor diminui com a adaptação do sistema nervoso; em outros, persiste por anos.

Genética, idade, tipo de anestesia utilizada na cirurgia e estratégias de controle de dor já no período perioperatório também vêm sendo estudados como possíveis influenciadores. Hoje se entende que a dor fantasma é um fenômeno multifatorial, que resulta da combinação de alterações nos nervos periféricos, na medula espinhal, no cérebro e no contexto emocional e social de cada pessoa.

Quais são os principais tipos de sensação na dor fantasma?

As descrições da dor fantasma variam bastante entre os pacientes, mas algumas características aparecem com frequência. Essas variações mostram como o cérebro interpreta de formas diversas os sinais que chegam – ou mesmo que são gerados internamente – após a reorganização cortical.

  • Dor em queimação, muitas vezes contínua, como se a região estivesse exposta ao calor intenso.
  • Choques ou fisgadas, descritos como pontadas súbitas e rápidas.
  • Sensação de aperto ou esmagamento, como se algo comprimisse o membro inexistente.
  • Câimbras e torções, lembrando um músculo contraído de forma involuntária.
  • Formigamento e dormência, que podem alternar entre desconforto leve e dor mais intensa.

Essas manifestações podem ser constantes ou aparecer em crises, com duração que vai de alguns minutos a várias horas. Em determinadas situações, estímulos externos – toque no coto, alterações de temperatura, uso de prótese – parecem desencadear ou agravar os episódios. Situações de estresse, fadiga, alterações de sono e até mudanças climáticas também são comumente relatadas como gatilhos, o que reforça a importância de uma abordagem global do paciente, e não apenas focada no local da amputação.

Como a dor fantasma é avaliada e tratada atualmente?

A avaliação da dor fantasma geralmente envolve uma combinação de entrevista clínica, exame físico e, em alguns casos, exames de imagem. Profissionais de saúde investigam padrões de dor, fatores que aliviam ou pioram os sintomas, histórico de tratamentos prévios e impacto na rotina diária. Esse levantamento orienta a escolha das abordagens terapêuticas mais adequadas a cada pessoa amputada. Escalas de dor, questionários específicos e, em alguns centros, testes de sensibilidade no coto e em regiões vizinhas ajudam a mapear melhor o quadro.

Entre as estratégias mais utilizadas estão:

  1. Medicamentos – analgésicos comuns, fármacos usados em dor neuropática, antidepressivos e anticonvulsivantes podem ser prescritos conforme o perfil do paciente.
  2. Terapias de reabilitação – fisioterapia, terapia ocupacional e uso adequado de próteses ajudam a reorganizar o corpo em movimento e a reduzir estímulos dolorosos no coto.
  3. Técnicas baseadas em ilusão visual, como a “caixa de espelho”, que explora a plasticidade do córtex somatossensorial ao dar ao cérebro a impressão de que o mesmo membro ausente está se movendo sem dor.
  4. Estimulação elétrica ou magnética – em centros especializados, são testadas formas de modular a atividade cerebral e medular com o objetivo de diminuir a percepção da dor.
  5. Abordagens psicossociais – acompanhamento psicológico e educação em dor contribuem para que o paciente compreenda o fenômeno e desenvolva estratégias de enfrentamento.

Mesmo com avanços na compreensão da reorganização cortical e da plasticidade neural, a dor fantasma continua sendo um desafio. O conhecimento acumulado até 2025 indica que a combinação de diferentes terapias, aliada ao acompanhamento contínuo, tende a oferecer os melhores resultados para quem convive com esse tipo de dor após uma amputação. Em muitos casos, o objetivo não é apenas eliminar a dor, mas torná-la mais controlável, permitindo que a pessoa retome atividades, use a prótese com mais conforto e recupere autonomia e qualidade de vida.

Tags: amputadosbem-estarCuriosidadesdordor fantasma
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