O acidente vascular cerebral é uma emergência médica em que parte do cérebro perde o suprimento de sangue de forma súbita. Esse evento, chamado de AVC ou derrame, pode deixar sequelas duradouras e está entre as principais causas de morte no Brasil em 2025. A ocorrência é mais comum em pessoas com doenças que afetam a circulação, mas também pode acometer indivíduos mais jovens, principalmente quando existem fatores de risco acumulados ao longo do tempo. Em suma, qualquer pessoa que descuida da saúde cardiovascular aumenta a probabilidade de enfrentar um episódio de derrame ao longo da vida.
O derrame cerebral acontece, em geral, por dois mecanismos principais: obstrução ou ruptura de um vaso sanguíneo. Em ambos, a região cerebral atingida deixa de receber oxigênio, e as células começam a sofrer lesão em poucos minutos. Portanto, cada minuto de atraso no atendimento representa maior risco de morte de neurônios e de sequelas. O impacto vai depender da área afetada, do tempo até o atendimento e das condições clínicas prévias da pessoa. Por isso, as campanhas atuais enfatizam tanto a importância de cuidar da saúde cardiovascular e reconhecer rapidamente sinais de alerta, pois, então, as chances de tratamento eficaz aumentam consideravelmente.
AVC: o que é, como ocorre e quais são os tipos?
O acidente vascular cerebral é uma alteração súbita da circulação no cérebro. Quando o problema é causado por um bloqueio em uma artéria, trata-se do AVC isquêmico. Nessa situação, coágulos ou placas de gordura interrompem o fluxo sanguíneo, comprometendo áreas específicas do tecido cerebral. Entretanto, muitos desses coágulos surgem a partir de doenças cardíacas ou de lesões nas artérias do pescoço, o que reforça a ligação entre saúde do coração e saúde do cérebro. Já quando há rompimento de um vaso e extravasamento de sangue dentro do crânio, ocorre o AVC hemorrágico. Embora tenham origens diferentes, ambos podem provocar perda de força, alterações de fala, dificuldades visuais e outros sintomas neurológicos, afetando intensamente a capacidade de trabalho, de estudo e de atividades simples do dia a dia.
No AVC isquêmico, a origem do entupimento muitas vezes está ligada à hipertensão mantida por anos, ao colesterol elevado, ao diabetes descontrolado ou a certas arritmias cardíacas. Essas condições favorecem a formação de placas nas artérias ou de coágulos que podem migrar até o cérebro. Portanto, quando a pessoa controla esses fatores com medicamentos e mudanças de hábitos, ela reduz de maneira importante a chance de sofrer um entupimento súbito. No tipo hemorrágico, o cenário mais frequente envolve pressão muito alta, aneurismas cerebrais, malformações vasculares ou uso inadequado de medicamentos que interferem na coagulação. Então, o ajuste cuidadoso das doses, o acompanhamento médico periódico e a atenção a sintomas como dor de cabeça súbita se tornam fundamentais.
Em 2025, dados de serviços de emergência indicam que o derrame cerebral continua atingindo mais homens, mas o impacto entre mulheres também chama atenção, especialmente após a menopausa. Entretanto, mudanças hormonais, aumento de peso, maior incidência de hipertensão e de diabetes nessa fase explicam parte desse crescimento. Apesar disso, uma parcela significativa dos casos poderia ser evitada com acompanhamento médico regular, controle de doenças crônicas e redução de exposições de risco, como tabagismo e sedentarismo. Em suma, quando a população adota rotinas mais saudáveis, o número de internações e de sequelas incapacitantes tende a diminuir.
Como prevenir AVC com hábitos e controle de doenças?
A prevenção do acidente vascular cerebral passa por um conjunto de atitudes diárias voltadas à proteção do coração e do cérebro. Portanto, o cuidado não se limita a remédios: envolve escolhas constantes ao longo do dia. Uma parte importante desse cuidado está no manejo adequado de condições que prejudicam a circulação. Entre as principais estratégias destacam-se:
- Monitorar a pressão arterial: aferir regularmente, seguir as orientações médicas e usar remédios conforme prescrito ajuda a evitar picos de pressão que podem lesar as artérias cerebrais. Então, medir a pressão em casa, anotar os valores e levar esse registro às consultas contribui para ajustes mais precisos no tratamento.
- Acompanhar diabetes e colesterol: manter glicemia e gorduras sanguíneas em níveis controlados reduz o desgaste dos vasos e a formação de placas. Em suma, consultas periódicas, exames laboratoriais e adesão às medicações indicadas criam uma barreira importante contra o AVC.
- Evitar o cigarro: o tabagismo acelera o envelhecimento das artérias e aumenta a chance tanto de entupimento quanto de ruptura. Portanto, buscar apoio profissional, terapias de cessação e, quando indicado, uso de substitutos de nicotina melhora bastante as chances de abandonar o vício.
- Rever uso de drogas ilícitas: algumas substâncias provocam elevação súbita da pressão e podem desencadear AVC em pessoas sem histórico prévio de doença. Então, pedir ajuda especializada e envolver a família no processo de tratamento costuma facilitar a interrupção do consumo.
A alimentação equilibrada é outro eixo de proteção. Padrões que priorizam frutas, verduras, legumes, grãos integrais, leguminosas, azeite e peixes contribuem para manter a saúde vascular. Portanto, montar pratos coloridos, ricos em fibras e com pouca gordura saturada demonstra, na prática, um investimento direto na prevenção do derrame cerebral. Em contrapartida, excesso de sal, bebidas açucaradas, frituras e ultraprocessados favorece hipertensão, alteração de colesterol e ganho de peso. Entretanto, mudanças graduais, como reduzir o sal aos poucos, trocar refrigerantes por água ou sucos naturais e planejar marmitas para o trabalho, costumam gerar maior adesão no longo prazo. A prática de exercícios físicos, por cerca de 150 minutos semanais de intensidade moderada, auxilia no controle do peso, da pressão e da glicemia, reforçando o conjunto de medidas preventivas contra o derrame cerebral. Em suma, caminhar, pedalar, dançar ou nadar regularmente transforma-se em um dos pilares da proteção cerebral.
Quais sinais de AVC indicam necessidade de socorro imediato?
Mesmo com atenção à prevenção, o AVC pode ocorrer. Nesse momento, o tempo passa a ser um fator determinante. Portanto, reconhecer os sintomas sem hesitar faz diferença direta no prognóstico. Campanhas de saúde orientam a ficar atento a mudanças súbitas no corpo e no comportamento. Entre os principais sinais que exigem acionamento imediato do serviço de emergência estão:
- Rosto torto ou sorriso assimétrico, com um lado mais caído;
- Perda de força ou dormência em um braço ou perna, geralmente de um lado do corpo;
- Dificuldade para articular palavras ou compreender frases simples;
- Visão embaçada, dupla ou perda de parte do campo visual;
- Desequilíbrio intenso, dificuldade para caminhar ou coordenação alterada sem causa aparente;
- Dor de cabeça súbita e muito forte, diferente das habituais, especialmente quando acompanhada de outros sintomas.
Um recurso simples usado em vários países é observar três aspectos: face, braço e fala. Caso o rosto fique torto, um dos braços não consiga ser elevado ou a fala saia enrolada, há forte suspeita de derrame cerebral. Então, ligar imediatamente para o serviço de emergência e informar com clareza o horário de início dos sintomas ajuda a equipe a decidir qual tratamento oferecer. Diante desse quadro, especialistas recomendam não aguardar melhora espontânea nem usar automedicação. Portanto, evitar analgésicos por conta própria, não induzir a pessoa a dormir e não dirigir o próprio carro até o hospital aumentam a segurança no trajeto. O encaminhamento rápido a um hospital com estrutura para atendimento neurológico aumenta as possibilidades de uso de terapias específicas e reduz a chance de sequelas graves. Em suma, agir rápido salva neurônios, preserva funções e melhora a qualidade de vida depois do evento.
Reabilitação após acidente vascular cerebral e redução do risco de recorrência
Depois do atendimento emergencial e da estabilização clínica, inicia-se a fase de reabilitação. O objetivo é recuperar ao máximo as funções comprometidas e adaptar a rotina às novas necessidades. Portanto, o processo não se limita ao hospital: ele segue em casa, no trabalho e na comunidade. Esse processo costuma envolver uma equipe multiprofissional, com neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros profissionais de saúde. Em suma, a integração entre família, paciente e equipe de reabilitação fortalece a recuperação física e emocional.
- Fisioterapia motora: trabalha equilíbrio, marcha e fortalecimento muscular. Então, exercícios repetidos, ajustados à capacidade de cada pessoa, estimulam o cérebro a criar novas conexões e compensar áreas lesionadas.
- Fonoaudiologia: atua na reeducação da fala e na avaliação da deglutição, reduzindo risco de engasgos. Portanto, treinos de linguagem, respiração e coordenação entre falar e engolir tornam as atividades diárias mais seguras.
- Terapia ocupacional: ajuda a retomar atividades cotidianas, adaptando utensílios e ambientes quando necessário. Em suma, pequenas adaptações, como barras de apoio no banheiro, talheres especiais ou cadeiras adequadas, aumentam a autonomia.
- Suporte psicológico: auxilia na adaptação às mudanças e na adesão aos cuidados de longo prazo. Então, o acompanhamento psicológico e, quando indicado, psiquiátrico, pode reduzir sintomas de ansiedade e depressão, muito comuns após o derrame.
- Revisão de fatores de risco: ajustes de medicamentos, reforço na alimentação saudável, incentivo à atividade física e abandono definitivo do tabaco e de outras substâncias. Portanto, o foco passa a ser não apenas recuperar o que se perdeu, mas também impedir um novo episódio.
A partir do primeiro episódio de acidente vascular cerebral, a atenção à prevenção secundária se torna ainda mais rigorosa. A adesão ao tratamento proposto, o comparecimento às consultas programadas e as mudanças de estilo de vida tendem a reduzir a possibilidade de um novo evento e contribuem para preservar a autonomia e a qualidade de vida nos anos seguintes. Em suma, quem encara o pós-AVC como uma oportunidade de reorganizar a saúde e o cotidiano costuma colher resultados melhores a médio e longo prazo.
Perguntas frequentes sobre AVC (FAQ)
1. AVC e AIT são a mesma coisa?
Não. O AIT (ataque isquêmico transitório) provoca sintomas semelhantes aos do AVC, porém eles duram poucos minutos ou horas e se resolvem em até 24 horas. Entretanto, o AIT funciona como um aviso grave de que um AVC definitivo pode ocorrer em breve, então exige avaliação urgente e mudanças rápidas nos fatores de risco.
2. Quem tem enxaqueca corre mais risco de AVC?
Algumas formas de enxaqueca com aura se associam a risco discretamente maior de AVC, principalmente em mulheres jovens que fumam e usam anticoncepcionais hormonais combinados. Portanto, nesses casos, o acompanhamento neurológico e ginecológico se torna essencial para avaliar métodos contraceptivos mais seguros e estratégias de prevenção.
3. Anticoncepcional pode causar derrame cerebral?
Certos anticoncepcionais hormonais, especialmente em mulheres fumantes, hipertensas ou com enxaqueca com aura, aumentam o risco de AVC. Em suma, a avaliação individual com o médico antes de escolher o método contraceptivo ajuda a equilibrar benefícios e riscos, evitando combinações que elevem demais a chance de trombose.
4. O estresse emocional provoca AVC?
O estresse, por si só, não causa derrame, mas ele favorece comportamentos de risco, como má alimentação, abuso de álcool, tabagismo e sedentarismo. Além disso, crises de estresse intenso podem elevar a pressão arterial. Portanto, técnicas de manejo do estresse, como terapia, meditação, sono adequado e atividade física, funcionam como aliadas na prevenção.
5. Quem já teve AVC pode voltar a trabalhar e dirigir?
Em muitos casos, sim. Entretanto, essa decisão depende do grau de sequela motora, cognitiva e visual, além do tipo de atividade profissional. Então, a equipe de reabilitação e o neurologista avaliam, em conjunto, o momento mais seguro para retomar o trabalho e a direção, podendo recomendar adaptações ou mudanças de função.
6. Existem exames para saber se eu tenho alto risco de AVC?
Sim. Exames como aferição de pressão, glicemia, perfil de colesterol, eletrocardiograma, ecocardiograma e ultrassom de carótidas ajudam a mapear fatores de risco. Em suma, consultas de rotina com clínico ou cardiologista permitem identificar problemas silenciosos e iniciar o tratamento antes do primeiro sintoma.








