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Stranger Things: entenda a teoria do buraco de minhoca

Por Larissa
29/12/2025
Em Ciência
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Os fãs de ficção científica costumam se deparar com portais misteriosos que conectam realidades diferentes, como acontece na quinta temporada de Stranger Things. Na série, a investigação de Dustin ajuda a revelar que o que ocorre em Hawkins pode ser interpretado, dentro da lógica da série, como a formação de um buraco de minhoca. Nesse modelo narrativo, Hawkins e o Abismo — também chamado de Dimensão X — ocupam as duas extremidades desse túnel, enquanto o Mundo Invertido funciona como a própria passagem do buraco de minhoca. Ele surge como uma cópia distorcida da cidade, criada pela conexão entre os dois pontos, permitindo que energia, sinais e criaturas atravessem de um lado ao outro. Assim, o Mundo Invertido não é apresentado como um universo separado, mas como o “corredor” que liga Hawkins à Dimensão X.

Créditos: depositphotos.com / MironovKonstantin

Fora das telas, porém, a ideia de atravessar esse tipo de túnel cósmico ainda pertence principalmente ao campo teórico. A física contemporânea descreve como esses portais poderiam existir, quais seriam suas características e por que, em 2025, a ciência ainda não conseguiu detectar nenhum deles de forma direta, apesar do interesse crescente em compreender a estrutura do espaço-tempo.

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O que é um buraco de minhoca no espaço-tempo?

A expressão buraco de minhoca é usada para descrever um túnel hipotético que conecta dois pontos distintos no espaço-tempo. Em vez de percorrer toda a distância entre esses pontos, o atalho encurta o trajeto, como se o tecido cósmico fosse dobrado. Então, em termos didáticos, imagine duas extremidades de uma folha de papel: em vez de ir pela borda, você dobra a folha e fura com um lápis, criando um caminho muito mais curto entre os pontos.

A ideia surge a partir da teoria da relatividade geral, proposta por Albert Einstein, que descreve a gravidade como a curvatura do espaço-tempo causada pela presença de massa e energia. Quando essa curvatura se torna extrema, como em regiões próximas a buracos negros, modelos matemáticos indicam a possibilidade de surgirem “pontes” ligando áreas remotas do cosmos. Entretanto, essas soluções matemáticas, por si só, não garantem que tais estruturas apareçam na natureza de forma estável.

Esses túneis também são chamados de pontes de Einstein-Rosen. Em suma, eles funcionam como ligações teóricas entre dois “poços gravitacionais” muito intensos. Apesar disso, a existência de buracos de minhoca atravessáveis, capazes de permitir a passagem de matéria, ainda não foi confirmada por observações astronômicas. Portanto, até agora, eles pertencem ao conjunto de soluções possíveis da relatividade, não à lista de objetos efetivamente observados no céu.

Buraco de minhoca: é possível viajar por ele?

Na teoria, um buraco de minhoca atravessável poderia permitir viagens entre regiões muito distantes do Universo em um intervalo de tempo bem menor do que o necessário em rotas convencionais. Se alguém conseguisse manter um túnel estável, a navegação entre duas galáxias poderia ocorrer em anos, dias ou até segundos, dependendo do cenário escolhido pelo modelo. Alguns estudos sugerem até a possibilidade de conexões entre instantes diferentes no tempo, o que alimenta discussões sobre paradoxos temporais e causas físicas envolvidas nesse tipo de viagem.

Na prática, porém, vários obstáculos aparecem:

  • Os cálculos indicam que esses túneis seriam, em geral, extremamente pequenos, em escala subatômica, o que inviabiliza qualquer uso direto para viagens tripuladas.
  • Mesmo que surgissem em tamanhos maiores, tenderiam a colapsar rapidamente, impedindo a passagem de qualquer objeto antes que a travessia terminasse.
  • A estabilidade exigiria a presença de matéria exótica, com densidade de energia negativa, algo observado apenas em efeitos quânticos muito específicos, como o efeito Casimir, e em quantidades ínfimas.

A combinação de dimensões minúsculas, instabilidade extrema e necessidade de energia negativa torna a ideia de uma viagem prática por buracos de minhoca um objetivo distante. Entretanto, o estudo desses modelos teóricos revela bastante sobre como a relatividade geral interage com a mecânica quântica. Então, mesmo que ninguém construa um portal, as equações que descrevem buracos de minhoca ajudam pesquisadores a entender até onde as leis físicas podem ser esticadas sem se quebrar.

O que a ciência já sabe sobre buracos de minhoca em 2025?

Até 2025, nenhum buraco de minhoca foi detectado de forma direta por telescópios, detectores de ondas gravitacionais ou outros instrumentos astronômicos. O que existe são soluções matemáticas válidas dentro da relatividade geral e de teorias que tentam unificar gravidade e mecânica quântica. Pesquisadores usam essas equações para entender melhor os limites das leis físicas e explorar cenários extremos do Universo.

Entre as linhas de investigação mais discutidas estão:

  1. Simulações numéricas que testam se túneis estáveis podem surgir em determinados modelos cosmológicos, por exemplo, em universos primordiais muito energéticos ou em contextos com campos quânticos exóticos.
  2. Estudos sobre energia negativa e efeitos quânticos, que poderiam, em teoria, sustentar um buraco de minhoca aberto, levando em conta restrições como as desigualdades quânticas, que limitam a quantidade de energia negativa disponível.
  3. Análises de dados de buracos negros e galáxias ativas em busca de assinaturas anômalas que indiquem passagens incomuns no espaço-tempo, como padrões diferentes em lentes gravitacionais ou em emissões de alta energia.

Até o momento, esses estudos servem principalmente para refinar teorias e não para planejar portais reais de transporte ou viagem temporal. Em suma, buracos de minhoca ajudam físicos a testar hipóteses sobre gravidade quântica, informação e causalidade, mas ainda não aparecem como elementos concretos em projetos tecnológicos. Entretanto, conforme novos observatórios de ondas gravitacionais e radiotelescópios entram em operação, a comunidade científica continua atenta a qualquer sinal que possa indicar estruturas espaciais fora do padrão conhecido.

Por que buracos de minhoca continuam tão presentes no imaginário popular?

A combinação entre atalhos cósmicos, universos paralelos e possibilidade de encontros entre versões diferentes da realidade alimenta o interesse por buracos de minhoca tanto na cultura pop quanto na divulgação científica. A noção de que alguém poderia cruzar o Universo em um passo ou reencontrar outra versão de si mesmo em outra linha temporal funciona como um poderoso gatilho para a imaginação.

A ideia traduz de forma acessível conceitos complexos de gravidade, curvatura do espaço-tempo e dimensões adicionais. Portanto, quando um filme mostra um personagem entrando em um portal brilhante, o público tem uma metáfora visual simples para fenômenos matematicamente complicados. Então, mesmo que a representação artística não siga à risca a física, ela serve como porta de entrada para temas como relatividade, cosmologia e física quântica.

Ao mesmo tempo, o tema incentiva a curiosidade por física e astronomia. Mesmo sem evidências observacionais de túneis atravessáveis, o estudo teórico desses objetos ajuda a testar os limites da relatividade geral e a discutir como o Universo se comporta em condições extremas. Portanto, buracos de minhoca ligam o fascínio pelo desconhecido ao esforço rigoroso da ciência. Assim, o buraco de minhoca permanece como um dos conceitos mais marcantes quando se fala em viagens pelo espaço-tempo, tanto nas telas quanto nos laboratórios.

FAQ: dúvidas frequentes sobre buracos de minhoca

Buracos de minhoca são a mesma coisa que buracos negros?
Não. Buracos negros surgem do colapso gravitacional de estrelas massivas ou de processos cósmicos extremos e possuem um horizonte de eventos do qual nada escapa, nem a luz. Já buracos de minhoca são túneis hipotéticos no espaço-tempo que, em teoria, conectam duas regiões distintas. Entretanto, certos modelos matemáticos relacionam buracos de minhoca a pares de buracos negros, o que às vezes gera confusão.

Um buraco de minhoca poderia aparecer perto da Terra?
Os modelos atuais não indicam nenhum mecanismo conhecido que gere um buraco de minhoca macroscópico espontaneamente perto da Terra. Se algum buraco de minhoca existir, ele provavelmente estará em escalas microscópicas ou em ambientes cósmicos extremamente energéticos, muito distantes do nosso sistema solar.

Buracos de minhoca permitem viajar mais rápido que a luz?
A velocidade local de qualquer objeto dentro do túnel ainda respeita o limite da luz. Entretanto, o caminho encurtado faz com que a viagem, vista “de fora”, pareça mais rápida do que um feixe de luz que seguisse pela rota comum no espaço. Em suma, o atalho reduz a distância efetiva, não a velocidade máxima permitida pela relatividade.

Existem propostas de detectar buracos de minhoca indiretamente?
Sim. Alguns pesquisadores sugerem buscar assinaturas específicas em lentes gravitacionais, em padrões de ondas gravitacionais ou em emissões de raios X e gama perto de objetos compactos. Então, se um buraco de minhoca macroscópico afetar a luz ou a matéria ao redor de forma diferente de um buraco negro comum, essa diferença poderá, em princípio, aparecer nos dados observacionais.

Buracos de minhoca poderiam explicar universos paralelos?
A ligação entre buracos de minhoca e universos paralelos aparece mais na ficção do que na física estabelecida. Entretanto, algumas teorias de gravidade quântica e de multiverso consideram a possibilidade de conexões entre “bolhas” de universo por meio de estruturas semelhantes a túneis. Essas ideias ainda permanecem altamente especulativas e sem suporte observacional direto.

Tags: buraco de minhocaCiênciasmundo invertidostranger things
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