A brasileira Juliana Marins, que caiu durante trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, morreu. A família da jovem de 26 anos confirmou a informação nas redes sociais. A jovem caiu cerca de 300 metros em um penhasco quando percorria o trajeto, um dos mais exigentes do país asiático. “Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, declarou a família no comunicado.
A operação salvamento demorou devido a dificuldades impostas pelo terreno acidentado e pelas condições climáticas adversas.Segundo relatos de testemunhas, Juliana estava em uma viagem pela Ásia e se separou do grupo ao sentir cansaço, sendo deixada pelo guia. O acidente ocorreu em um trecho de difícil acesso, tornando a localização e o resgate ainda mais complexos. A utilização de equipamentos como drones com câmeras térmicas foi um recurso fundamental para encontrar a brasileira após a queda.
Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Juliana foi localizada na segunda-feira em uma área de paredão rochoso a 500 metros de profundidade, sem sinais de movimento aparentes. A partir de então, as equipes passaram a usar drones térmicos, que fazem as imagens com radiação infravermelha.
Quais fatores dificultam um resgate no Monte Rinjani?
Diversos fatores tornam a operação no Monte Rinjani uma tarefa desafiadora. Primeiramente, o terreno íngreme e rochoso impede que equipes de resgate avancem rapidamente. Além disso, o frio intenso e a densa neblina frequentemente reduzem a visibilidade, obrigando à interrupção ou, em alguns momentos, realizados em condições bastante restritas.
Os ventos fortes e as bruscas mudanças de clima também elevam o risco para as equipes envolvidas. O uso de helicópteros tornou-se inviável pela maior parte do tempo, uma vez que as condições meteorológicas dificultam voos seguros e pousos em áreas próximas ao abismo onde Juliana foi localizada.

Como a tecnologia auxilia em buscas?
Com obstáculos naturais limitando o avanço por terra, as equipes de resgate recorreram a tecnologias como drones térmicos para monitorar a região e identificar sinais de vida. Isso porque esses aparelhos capturam diferenças de temperatura no ambiente, auxiliando a visualização de pessoas mesmo quando estão escondidas pela vegetação ou pedras.
- Drones comuns, para filmagem e localização visual
- Drones térmicos, que detectam calor corporal
- Sistemas de comunicação por rádio para coordenação entre equipes
- Cordas e equipamentos de alpinismo para descidas em grandes profundidades
A estratégia permitiu localizar Juliana em diferentes momentos, inclusive em pontos considerados quase inacessíveis, como paredões rochosos a centenas de metros de profundidade.
Os principais desafios logísticos desse tipo de resgate
O resgate em regiões de vulcão ativo, como o Monte Rinjani, exige recursos avançados e bom planejamento. Entre os principais desafios estão:
- Transporte de equipamentos: O acesso até a base da montanha já é complexo, sendo feito por trilhas estreitas e longas caminhadas.
- Coordenação entre equipes internacionais: Diferentes idiomas, métodos e estratégias precisam ser alinhados rapidamente.
- Limitações climáticas: Chuvas e neblina forçam pausas constantes, atrasando operações críticas.
- Comunicação em tempo real: Em locais remotos, a transmissão de dados ou mensagens pode ter interferências ou ser inexistente.
Em casos como o de Juliana, é preciso instalar bases intermediárias durante a descida até a vítima, utilizando cordas especiais com até 450 metros para alcançar profundidades elevadas. O relato de que algumas cordas eram insuficientes para a profundidade também evidencia a complexidade da missão.
O que se sabe sobre a segurança das trilhas e o histórico de acidentes?
O Monte Rinjani, com mais de 3.700 metros de altitude, é uma das trilhas mais difíceis e apresenta instabilidade das condições climáticas. O percurso pode durar até quatro dias, incluindo passagens escorregadias e áreas expostas ao frio intenso. Segundo as informações mais recentes, essa não é a primeira ocorrência grave no local. Em 2022, um turista europeu faleceu na região. Já em maio de 2025, outra morte também ocorreu durante tentativa de escalada.
Autoridades indonésias reiteram a necessidade de planejamento adequado e recomendam cautela a todos os visitantes que desejam explorar a área. As ocorrências reforçam a importância de seguir orientações de segurança e a companhia de guias especializados durante ascensões.
Desinformação impactou o resgate?
Diversos episódios de informações desencontradas aconteceram ao longo da operação. Inicialmente, circularam relatos de que Juliana teria recebido comida e água, mas posteriormente esses dados foram desmentidos pela família. A situação evidenciou a importância da verificação rigorosa dos fatos e do alinhamento entre autoridades locais e representantes diplomáticos.
Além disso, familiares de Juliana Marins expressaram publicamente críticas ao ritmo da operação de resgate, alegando demora na mobilização das equipes e falta de clareza sobre as condições em que ela se encontrava. Em entrevistas, destacaram que receberam informações conflitantes ao longo dos dias em que a jovem esteve desaparecida, incluindo mudanças frequentes nas narrativas oficiais. A família também relatou dificuldades em estabelecer comunicação direta com os responsáveis pela missão, o que aumentou a ansiedade em relação à saúde de Juliana e à efetividade das ações. Em alguns momentos, surgiram boatos nas redes sociais sobre um suposto resgate já concluído, ou sobre o local exato do acidente, que tiveram de ser desmentidos pelas autoridades e pelos próprios parentes, demonstrando o impacto negativo da proliferação de rumores e notícias não verificadas
Em situações de emergência em áreas remotas, o acesso rápido a informações confiáveis pode definir estratégias, mobilizar resgates auxiliares e acalmar familiares e amigos. Desta forma, aprimorar protocolos de comunicação aparece como prioridade em futuros casos semelhantes.
A tentativa de resgatar Juliana Marins no Monte Rinjani exemplifica as adversidades enfrentadas por equipes de salvamento ao redor do mundo, sobretudo em ambientes extremos como montanhas e vulcões. A experiência ressalta a necessidade de preparo, cooperação internacional e uso intensivo da tecnologia para aumentar as chances de sucesso em missões de alto risco.










