Conheça o procedimento cirúrgico de laqueadura, seus benefícios, riscos e o que diz a legislação brasileira a respeito
A laqueadura, conhecida tecnicamente como laqueadura tubária, é um procedimento cirúrgico utilizado por mulheres que desejam interromper de forma definitiva a possibilidade de engravidar. Popularmente chamada de “ligadura das trompas”, essa técnica consiste em bloquear ou cortar as tubas uterinas, impedindo que os óvulos liberados pelos ovários encontrem os espermatozoides. O procedimento é considerado um dos métodos contraceptivos mais eficazes e é amplamente realizado em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Ao longo da história, a laqueadura passou por diversos avanços. Desde os primeiros relatos de tentativas de esterilização feminina, ainda no início do século XX, até a padronização de técnicas cirúrgicas seguras, o método foi sendo aprimorado para reduzir riscos e facilitar a recuperação das pacientes. Atualmente, a cirurgia pode ser realizada por videolaparoscopia, um método minimamente invasivo, ou por via abdominal convencional, dependendo do caso e das condições de saúde da mulher.
Como é feita a laqueadura tubária?
O processo da laqueadura começa com uma avaliação médica detalhada, que leva em consideração o histórico da paciente e suas condições de saúde. Durante o procedimento, o cirurgião realiza uma pequena incisão no abdome para acessar as trompas de Falópio. Em seguida, utiliza técnicas como clampagem, corte, amarração ou cauterização das trompas, evitando, assim, a passagem do óvulo para o útero.
Após a operação, a recuperação costuma ser rápida, principalmente quando a laqueadura é feita por videolaparoscopia. Em poucos dias, a mulher pode voltar às atividades cotidianas, mas orientações pós-operatórias são fundamentais para evitar complicações. Apesar de ser considerada definitiva, há relatos de reversão, embora com taxas de sucesso limitadas e custos elevados.
Quais são os riscos da laqueadura?
Embora tratada como um procedimento seguro, a laqueadura possui riscos que precisam ser avaliados. Entre as complicações cirúrgicas possíveis destacam-se infecções, hemorragias, lesão de órgãos internos e reações adversas à anestesia. Outro ponto importante é o risco de gravidez ectópica, caso haja uma recanalização espontânea das trompas.
No longo prazo, algumas mulheres relatam alterações no ciclo menstrual ou desconforto abdominal, mas estudos apontam que a maioria não sofre impactos significativos na saúde hormonal. Além disso, a decisão pela laqueadura deve ser tomada após cuidadosa reflexão, pois, apesar de existirem técnicas de reversão, a garantia de restabelecimento da fertilidade não é absoluta.
Qual é o preço da laqueadura e o que diz a legislação brasileira?
O valor da laqueadura tubária pode variar bastante em território nacional. Na rede privada, o procedimento em 2025 pode custar entre R$ 3.000 e R$ 8.000, dependendo do hospital, da equipe médica e da cidade onde é realizado. Para quem recorre ao Sistema Único de Saúde (SUS), a laqueadura é oferecida de forma gratuita, desde que a paciente atenda aos requisitos previstos em lei, como idade mínima de 21 anos ou pelo menos dois filhos vivos.
Segundo a legislação brasileira, é obrigatório o consentimento da mulher manifestado por escrito, além de um prazo de reflexão de pelo menos 60 dias entre a solicitação e a realização do procedimento. Essa regra busca evitar decisões precipitadas e garantir que a mulher esteja realmente informada sobre as consequências do procedimento definitivo.
Laqueadura tem reversão? Vale a pena optar pelo procedimento?
A reversão da laqueadura é possível, mas complexa e com chances de sucesso que variam muito conforme o tempo decorrido desde a cirurgia, a técnica utilizada e as condições das trompas. O método de reversão, denominado reanastomose tubária, é mais caro do que a laqueadura em si, podendo ultrapassar R$ 15.000 na rede particular.
Quando a decisão é tomada com consciência, a laqueadura pode ser uma alternativa para quem busca um método contraceptivo definitivo e de alta eficácia. Porém, profissionais recomendam que a mulher esteja bem informada sobre todas as opções, riscos e consequências antes de optar pela cirurgia, destacando sempre a importância do acompanhamento médico em todas as fases do processo.










