Encontradas majoritariamente em ambientes aquáticos, as serpentes que habitam rios, mares e pântanos despertam curiosidade por suas adaptações e características singulares. Algumas dessas espécies representam riscos devido ao seu veneno potente, enquanto outras apenas aproveitam dos recursos aquáticos para sobreviver. Ao longo do tempo, pesquisadores registraram diferentes tipos de cobras aquáticas em áreas tropicais, subtropicais e até temperadas. Em geral, elas se destacam pelo modo de vida e pelos hábitos alimentares diferenciados.
No extenso território do Brasil e em outras regiões do mundo, é possível observar animais como a cobra-do-mar-pelágio, sucuris, cobras-d’água e até mesmo espécies que simulam a aparência de serpentes mais perigosas. Apesar da diversidade, a convivência com humanos tende a ser limitada, visto que a maioria dessas serpentes mantém hábitos discretos ou vivem longe do contato direto com pessoas.
Quais são as principais cobras de ambientes aquáticos?
Serpentes adaptadas à vida na água divididem-se em dois grandes grupos: as marinhas e as semiaquáticas. Entre as que vivem no mar, destaca-se a Hydrophis platurus, ou cobra-do-mar-pelágio. Essa espécie possui dorso escuro, ventre amarelo e é uma das mais venenosas, podendo atingir até 1,5 metros, especialmente as fêmeas. Suas presas predominantes são pequenos peixes e crustáceos encontrados em mar aberto.
No universo das cobras semiaquáticas, exemplares como a sucuri — conhecida por seu porte avantajado — e a cobra-d’água (Helicops spp.) também têm relevância. A sucuri-verde, uma das maiores do planeta, ocupa áreas de rios e pântanos, exercendo papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas aquáticos. Já as Helicops são menores, possuem grande variedade de tamanhos e colorações, e encontram-se em áreas de água doce distribuídas pelo território brasileiro e outras partes da América do Sul.
Cobra-do-mar-pelágio: onde vive e por que é considerada perigosa?
A Hydrophis platurus circula por uma ampla faixa que abrange desde a costa leste da África até a costa oeste americana, estando presente em ilhas e mares tropicais do Pacífico e do Índico. Este animal chama atenção pelo veneno potente, classificado como neurotóxico e miotóxico, capaz de afetar tanto o sistema nervoso como a musculatura de suas presas.
Apesar da fama, esta cobra-do-mar raramente estabelece contato com humanos, uma vez que não frequenta praias ou regiões rasas. Os acidentes, geralmente, acontecem por acidente em redes de pesca, quando a serpente se sente ameaçada ou não consegue escapar. Por consequência, seu papel nos mares permanece voltado à caça de pequenos peixes, desempenhando uma função ecológica e mantendo o distanciamento dos ambientes mais próximos à costa.

Como identificar e diferenciar cobras semiaquáticas?
Algumas cobras se destacam pela capacidade de viver entre a terra e a água. A sucuri — especialmente a espécie Eunectes murinus, ou sucuri-verde — pode alcançar até seis metros de comprimento e se alimenta de mamíferos, aves, peixes e répteis, utilizando a constrição para capturar suas presas. Diferentemente das serpentes venenosas, as sucuris matam por asfixia, enrolando-se ao redor do animal capturado.
A cobra-d’água é outra representante desse grupo, sendo caracterizada por colorações variadas e tamanho moderado, geralmente até um metro. Presentes em rios, lagos e pântanos, as Helicops desenvolvem hábitos aquáticos e podem ser confundidas com espécies venenosas devido à sua aparência, mas geralmente não representam risco à saúde humana.
- Sucuri-verde: Grande porte, vive em rios e pântanos, age por constrição.
- Cobra-d’água: Porte médio a pequeno, habitat em água doce, não é venenosa.
- Falsa jararaca (Erythrolamprus miliaris): Imita serpentes peçonhentas, mas não possui veneno.
O que caracteriza as kraits-marinhos e a falsa jararaca?
As serpentes do gênero Laticauda, conhecidas como kraits-marinhos, destacam-se por uma combinação de características adaptativas, como escamas largas ventrais para locomoção em terra e cauda em formato de remo para nadar. Diferente de outras serpentes marinhas, essas cobras precisam retornar ao solo para colocar ovos, o que as torna únicas entre as elapídeas marinhas.
Já a falsa jararaca apresenta um interessante mecanismo de defesa, podendo assumir postura e coloração semelhantes às de cobras venenosas, como forma de evitar predadores. Esse fenômeno é denominado mimetismo. Apesar disso, a falsa jararaca não possui veneno, alimentando-se predominantemente de peixes e anfíbios. Isso evidencia a diversidade de estratégias presentes nas serpentes que, mesmo em ambientes aquáticos, evoluíram diferentes formas de se proteger e garantir sua sobrevivência.
A variedade de serpentes encontradas em ambientes aquáticos demonstra a complexidade da fauna nesses ecossistemas. Mesmo em locais distintos, de águas doces a mares abertos, essas espécies desenvolvem adaptações notáveis, seja para caçar, se locomover ou se proteger de ameaças. Assim, o estudo e a observação desses animais ajudam a entender melhor a rica biodiversidade presente em regiões tropicais e subtropicais.







