No cenário internacional, diversos países passaram por processos de mudanças de nomes ao longo da história. Essas transformações ocorrem por fatores como independência, disputas territoriais, redefinições culturais ou políticas e ainda processos de descolonização. Assim, o resultado dessas transições nota-se no mapa-múndi, alterando não apenas a geografia, mas também a identidade nacional desses povos.
A troca de nome de um país envolve questões profundas, que vão do reconhecimento internacional até a adoção pela própria população e impactos em tratados, documentos oficiais e integrações diplomáticas. Assim, essas mudanças costumam estar atreladas a fatos históricos marcantes ou à busca por uma afirmação da soberania e da cultura local diante do cenário global.

Quais os principais países que mudaram de nome?
Entre os exemplos mais famosos de países que tiveram suas denominações alteradas, destacam-se aqueles que buscaram se dissociar de legados coloniais ou ditatoriais. Por exemplo, o Zimbábue foi, até 1980, conhecido como Rodésia, nome herdado do período de dominação britânica. Já outro caso emblemático é o do Sri Lanka, chamado Ceilão até 1972, quando a nação decidiu adotar um nome com raízes mais antigas e representativas de sua história local.
No contexto europeu, a República Tcheca anunciou em 2016 sua nova designação curta: Tchéquia. Já o país que por décadas era identificado internacionalmente como Macedônia, tornou-se Macedônia do Norte em 2019, após um longo impasse junto à Grécia por questões históricas ligadas a Alexandre, o Grande. Dessa forma, esses processos refletem a complexidade do tema e a importância de consenso tanto nacional quanto internacional.
Outros exemplos notáveis incluem a atual Tailândia, chamada de Sião até 1939 e, brevemente, entre 1945 e 1949. O Irã foi Pérsia até 1935, quando o governo solicitou o uso internacional do nome Irã. Já Myanmar, citado mais adiante, foi Birmânia até 1989. A República Democrática do Congo já foi chamada de Zaire, de 1971 até 1997. Outras mudanças incluem o Lesoto (antigo Basutolândia), Gana (antiga Costa do Ouro), Jordânia (antiga Transjordânia), Mali (anteriormente Sudão Francês), e Guiné-Bissau (antiga Guiné Portuguesa), além do Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, que ganharam nomes próprios após a independência da União Soviética.
Por que um país decide mudar de nome?
Os motivos para a alteração do nome de uma nação são variados. Entre eles estão:
- Independência de colonizadores: Países que alcançam a autonomia frequentemente buscam reforçar uma identidade autêntica, substituindo nomes impostos durante a dominação estrangeira, como ocorreu com Benin (ex-Daomé) e Burkina Faso (ex-Alto Volta).
- Processos de reorganização política: Mudanças de regime podem motivar a atualização da nomenclatura oficial, como na transição da Birmânia para Mianmar em 1989.
- Resgate de raízes culturais: Nações que optam por valorizar patrimônios culturais ou históricos, substituindo nomes europeizados ou considerados inadequados ao contexto local, como ocorreu com o Sri Lanka.
- Conflitos e acordos diplomáticos: Em certos casos, a alteração pode fazer parte de negociações para normalizar relações com vizinhos, exemplificado pela Macedônia do Norte.
Como a mudança impacta a população e reconhecimento internacional?
A adoção de um novo nome oficial pode gerar desafios práticos e simbólicos. Internamente, há a necessidade de atualização de documentos, currículos escolares, moedas e símbolos nacionais. Por outro lado, em relação ao cenário internacional, é fundamental que órgãos como a ONU reconheçam e legitimem a nova denominação, permitindo que tratados e relações diplomáticas passem pelas atualizações adequadas.
Nesse contexto, adaptações podem ocorrer em diferentes ritmos. Por vezes, emissoras, mapas e documentos seguem utilizando antigas nomenclaturas por anos até que a nova identificação seja plenamente assimilada. O processo também impacta a forma como estrangeiros e turistas passam a perceber e pronunciar os nomes desses países, exigindo campanhas de esclarecimento e divulgação.

Quais países trocaram de nome recentemente?
Nos últimos anos, outros exemplos de mudanças ganharam destaque. Suazilândia, na África Austral, passou a se chamar Essuatíni em 2018, priorizando a língua oficial e a autoidentidade. Camboja, chamado anteriormente de Kampuchea, voltou a adotar o nome tradicional após períodos históricos conturbados. Já Esquistão, antigo Turcomenistão, segue discutindo possíveis adaptações para valorizar características nacionais.
Outros exemplos recentes incluem a Turquia, que pediu formalmente à ONU em 2022 para ser reconhecida internacionalmente pelo nome Türkiye, refletindo o nome usado na língua local. Timor-Leste, apesar de várias denominações coloniais no passado, assumiu este nome ao conquistar sua independência em 2002. A República da Irlanda antes era conhecida como Estado Livre Irlandês e mudou para o nome atual em 1937. Sudão do Sul, que se tornou independente em 2011, adotou o novo nome para refletir a separação do Sudão.
Essas mudanças evidenciam como os nomes de países refletem dinâmicas políticas, culturais e identitárias. Ainda que não sejam comuns, tais alterações podem desempenhar um papel importante na consolidação da soberania e na forma como a história de uma nação será lembrada mundialmente.










