O frevo se destaca como uma das manifestações culturais mais representativas do Brasil, especialmente quando se fala em ritmos que embalam multidões e dão vida aos carnavais do Nordeste. Com um compasso veloz, coreografias acrobáticas e sonoridade vibrante, essa expressão musical ganhou reconhecimento mundial, consolidando-se como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco desde 2012. O termo, derivado da palavra “ferver”, faz jus à energia contagiante presente nos desfiles, coretos e apresentações que animam as ruas, principalmente de Recife e Olinda.
Originalmente, o frevo surgiu no final do século XIX, em meio à efervescência dos blocos carnavalescos pernambucanos. Combinando influências da marcha, do maxixe e até mesmo da capoeira, essa forma de arte logo conquistou admiradores pelo ritmo apressado dos metais e pelos movimentos dos dançarinos, conhecidos como passistas. Atualmente, o frevo não se restringe ao Carnaval; tornou-se elemento permanente da cultura local e peça fundamental em eventos culturais durante todo o ano.

O que faz o frevo ser considerado Patrimônio da Humanidade?
O reconhecimento internacional do frevo não aconteceu por acaso. Afinal, a Unesco valoriza manifestações culturais que contribuem para a diversidade e que carregam tradições transmitidas entre gerações. O frevo reúne características que exemplificam a riqueza do patrimônio brasileiro: mistura de música instrumental, dança coreografada, roupas coloridas e movimentos soltos. Além disso, a dança do frevo reflete a criatividade popular, pois a cada apresentação os passistas inovam, acrescentando novos passos e criando tendências.
O frevo também representa um meio de integração social, gerando oportunidades para músicos, artesãos, figurinistas e instrutores de dança. Escolas e associações culturais dedicadas ao frevo mantêm vivas essas tradições em Pernambuco e inspiram novas gerações de artistas, o que fortalece a identidade local e marca presença nos registros históricos e audiovisuais.
Elementos que definem o frevo: música, dança e figurino
A singularidade do frevo se traduz em vários aspectos. O ritmo acelerado é comandado principalmente por instrumentos de sopro como trombones, trompetes e clarinetes, acompanhados por uma percussão marcante. O resultado é uma sonoridade que impulsiona tanto foliões quanto profissionais a se movimentarem intensamente nas ruas ou nos tablados preparados para grandes eventos.
Já a dança do frevo impressiona pelas acrobacias e flexibilidade dos passistas. Entre os passos mais tradicionais, destacam-se a tesoura, a pernada, o parafuso e o dobradiço. Uma característica visual marcante é a sombrinha colorida de tecido, utilizada pelos dançarinos não apenas como adorno, mas também como instrumento coreográfico. O figurino, por sua vez, costuma ser bastante chamativo, com roupas de cores vivas que ajudam na identificação do grupo e valorizam a estética carnavalesca.
- Música: Uso intenso de metais e percussão.
- Dança: Passos acrobáticos e livre improvisação.
- Figurino: Roupas coloridas e sombrinhas de tecido.
Como o frevo influencia o Carnaval de Pernambuco?
No contexto do Carnaval, o frevo ocupa papel de protagonista em desfiles, blocos de rua e apresentações em palcos. Nas ladeiras de Olinda e nas avenidas do Recife, o ritmo dita o clima, reunindo turistas e locais em celebrações que ultrapassam fronteiras geográficas e sociais. Tanto orquestras tradicionais quanto grupos modernos incorporam o frevo ao repertório, promovendo intercâmbios culturais e estimulando o surgimento de novas composições.
Entre blocos famosos, destaca-se o Galo da Madrugada, considerado um dos maiores do mundo, onde milhares de foliões seguem a banda ao som do frevo. Outros blocos e troças também mantêm acesa a chama dessa tradição, transformando Pernambuco em referência nacional no quesito folia de rua. O impacto do frevo vai além do entretenimento, sendo fator de geração de renda no turismo e setor cultural da região.

Por que o frevo permanece relevante em 2025?
Mesmo após mais de um século desde sua origem, o frevo segue renovando seu público e reinventando formas de expressão. Projetos de educação musical, oficinas de dança e incentivos governamentais contribuem para sua manutenção e difusão, especialmente entre crianças e adolescentes que desejam integrar a cultura local. O acesso à internet e às redes sociais expandiu ainda mais o alcance do frevo, levando gravações, vídeos e coreografias para diferentes partes do país e do exterior.
Ao olhar para o cenário brasileiro atual, observa-se que o frevo conquistou um espaço singular pela capacidade de reunir tradições populares, valorizar a diversidade e promover inclusão social. Sua vitalidade e adaptabilidade explicam por que, mesmo em 2025, esse ritmo mantém-se atual e presente nas festividades e na vida cotidiana dos pernambucanos e admiradores espalhados pelo mundo.










