Durante a gestação, o enjoo é uma das manifestações mais frequentemente relatadas pelas mulheres, especialmente nos primeiros meses. Esse desconforto, que pode ou não ser acompanhado por episódios de vômito, afeta diferentes faixas etárias e graus de sensibilidade, com intensidade e duração variadas. A sensação de náusea geralmente aparece entre a quinta e a sexta semana de gravidez e, para a maioria das mulheres, tende a reduzir ou desaparecer até o segundo trimestre.
Apesar de não ser considerada uma condição de risco para a maior parte das gestantes, o mal-estar causado pelo enjoo pode interferir substancialmente no bem-estar e na rotina. As estratégias para aliviar os sintomas vão desde ajustes simples no cotidiano até, em casos extremos, a necessidade de acompanhamento médico especializado para evitar complicações.
Quais são as principais causas do enjoo na gravidez?
O enjoo durante a gravidez é resultado de múltiplos fatores combinados, sendo os hormônios os principais envolvidos. A elevação dos níveis hormonais, especialmente da gonadotrofina coriônica humana (hCG) e dos estrogênios, é apontada como elemento chave no desencadeamento das náuseas. Além do fator hormonal, questões emocionais e genéticas, bem como características individuais de cada gestante, também têm influência.
Entre outros fatores de risco associados, podem-se destacar: histórico de enjoos em gestações anteriores, predisposição familiar e predisposição a enjoo por cheiros específicos ou movimento. Quadros de hiperêmese gravídica, em que os sintomas se apresentam de forma intensa a ponto de prejudicar a saúde materna, são menos frequentes, mas exigem atenção redobrada.

Enjoo na gravidez: o que fazer para aliviar?
Muitas gestantes buscam alternativas para controlar as náuseas sem recorrer diretamente à medicação. Medidas preventivas e mudanças no estilo de vida costumam surtir efeitos positivos. A alimentação é fundamental nesse contexto, com recomendações que incluem:
- Fracionar as refeições ao longo do dia, evitando períodos longos em jejum;
- Dar preferência a alimentos leves e de fácil digestão, especialmente ricos em carboidratos;
- Evitar alimentos muito gordurosos, condimentados ou de aroma forte;
- Beber líquidos em pequenas quantidades, entre as refeições;
- Evitar exposição a cheiros que provocam náusea.
Além dessas orientações, o ambiente também pode ser adaptado, com ventilação adequada e luz natural. Uso de gengibre, aromaterapia e técnicas de relaxamento são práticas que algumas gestantes relatam como úteis, embora sua eficácia não seja comprovada igualmente para todas.
Quando o enjoo na gravidez exige atenção especial?
Muitas pessoas se perguntam: em quais situações o enjoo pode ser sinal de algo mais sério? O surgimento de sintomas intensos, como vômitos persistentes, perda de peso, sinais de desidratação ou queda no estado geral, pode indicar hiperêmese gravídica — uma condição que requer acompanhamento médico imediato.
Nesses casos, o obstetra pode solicitar exames de sangue, urina e, eventualmente, ultrassonografias para descartar possíveis causas secundárias e evitar prejuízos à saúde tanto da mãe quanto do bebê. A automedicação é fortemente desaconselhada, pois nem todos os remédios têm uso seguro na gestação. Por isso, qualquer intervenção medicamentosa deve ser sempre orientada por um profissional especializado.

Como é realizado o acompanhamento do enjoo em gestantes?
O acompanhamento do enjoo durante o pré-natal envolve a análise individual de cada caso, considerando fatores como intensidade dos sintomas, impacto na alimentação e na hidratação e possíveis complicações. O primeiro passo geralmente inclui orientações sobre hábitos alimentares e comportamentais. Quando medidas conservadoras não são suficientes, pode-se recorrer à administração de vitamina B6 (piridoxina) e, em alguns casos, à combinação de medicamentos sob prescrição médica. Ao longo do acompanhamento, o objetivo principal é garantir a manutenção do bem-estar materno e fetal, minimizando ao máximo os riscos.
Embora seja um sintoma incômodo para a maioria das gestantes, o enjoo tende a se resolver espontaneamente ao longo da gravidez. Adotar hábitos saudáveis e buscar orientação médica diante de sinais de alerta são medidas essenciais para o bom andamento da gestação. Assim, a experiência torna-se mais tranquila, valorizando a saúde da mulher e do bebê até o nascimento.










