O Pantanal vive o pior cenário de queimadas ao considerar a série histórica dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De janeiro a julho deste ano, foram 846,7 mil hectares consumidos pelo fogo — maior número desde 2002, quando o mapeamento começou. A área destruída equivale a 1,1 milhão de campos de futebol. O número de focos de incêndio também é alto: foram mais de 4,2 mil, de janeiro a julho, o maior número da série histórica.
Há mais de 15 dias, um incêndio no Pantanal que ainda não foi controlado consumiu, só em dois municípios do Mato Grosso, cerca de 195 mil hectares. No Mato Grosso do Sul, Ladário e Corumbá estão em estado de emergência desde 24 de julho. O cenário é grave, tendo em vista que em 16 de julho o governo federal publicou um decreto que proíbe queimadas no Pantanal e na Amazônia por 120 dias.
Especialistas apontam que a redução do volume de chuvas piorou o cenário: sem a cheia tradicional do começo do ano no Pantanal, a vegetação ficou bem mais seca, favorecendo as queimadas. Porta-voz do Greenpeace, Rômulo Batista afirma que o Pantanal enfrenta uma “catástrofe ambiental”. Ele admite que houve menos chuva no bioma, tornando áreas que costumam alagar mais suscetíveis ao fogo, sem terem alagado. “Mas isso não tira a responsabilidade do governo. Isso já era sabido, tinha que ter investido em um plano de prevenção às queimadas”, ressalta.
Segundo a secretária de estado de Meio Ambiente do Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, foi montada uma força-tarefa para combater o incêndio na região. Cinco maquinários apreendidos em operações contra o desmatamento este ano estão sendo usados no combate.
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