'O critério não é o estado. É quem precisar mais', afirma Saúde sobre vacina contra covid

O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, esclareceu que as tratativas estaduais ajudam na corrida por parcerias e que, quando confirmada a eficácia da vacina, a distribuição será nacional

Independente das tratativas estaduais com parceiros internacionais para conseguir vacinas contra a covid-19, assim que for registrada uma vacina contra covid-19 no Brasil, a distribuição será feita a nível nacional. É o que garantiu o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, durante coletiva de imprensa do Ministério da Saúde, na tarde desta quarta-feira (12/8).

"O critério não é o estado X, Y, Z. É quem precisa mais, quem tem mais risco e aí se faz uma priorização. O objetivo, é claro: levar a todos. Precisa ser feito com a estratégia, todo um estudo, com uma inteligência por trás de como fazer isso chegar a população na ponta, de forma mais útil, eficaz e benéfica", esclareceu Angotti.

Apesar das apostas estarem mais otimistas quanto à chegada da vacina de Oxford com parceria da farmacêutica AstraZeneca, o Ministério da Saúde não descarta a possibilidade de fechar outras parcerias. "Nada impede que, mesmo tudo ocorrendo bem com a AstaZeneca, em paralelo, possa ser feito um acordo com uma outra vacina de um outro produtor. O foco é salvar vidas, é simples assim. Você tem três, quatro, 15 opções de vacina e se essas 15 ajudarem o nosso povo, o governo vai atrás", afirmou o secretário, ressaltando que não há preferências, desde que seja garantida a eficácia e efetividade.

Avaliar esses dois critérios é o primeiro passo ao se observar uma potencial candidata. O segundo critério levado em consideração nas negociações é se o produtor tem capacidade de ofertar um número adequado de vacinas que corresponda a expectativa de imunização. Por fim, o terceiro quesito importante é a possibilidade de transferência tecnológica em valor estratégico.

"A SCTIE avalia a parte científica, junto com a SVS (Secretaria de Vigilância em Saúde), a viabilidade, as doses. Uma vez que toda essa parte científica, de registro e tudo isso já está mais arredondado, a SVS faz todo o planejamento epidemiológico de como aplicar isso à população", explicou Angotti. A ideia é incluir a vacina, que pode ser aplicada em uma ou duas doses, no programa nacional de imunização, oferecendo a prevenção contra a covid-19 de graça. A expectativa é que a população comece a receber as primeiras doses no primeiro semestre de 2021.