Produção da vacina de Oxford pela Fiocruz é esperada para abril, diz Saúde

A vacina com parceria da farmacêutica AstraZeneca é a principal aposta de imunização para o ministério. Outras quatro iniciativas têm protocolo de fase 3 de testes no Brasil

As negociações brasileiras com a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca estão cada vez mais consolidadas. O Ministério da Saúde já liberou aproximadamente R$1,9 bilhão para a compra de 100 milhões de doses, além da transferência tecnológica para que o Brasil tenha capacidade de produzir a imunização internamente. A expectativa é que a assinatura do contrato entre os responsáveis britânicos e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ocorra na primeira semana de setembro e, em abril de 2021, o país já consiga desenvolver sozinho a vacina.


Para isso, é necessário que o envio das doses, bem como a transferência da tecnologia, ocorra em dezembro. "Uma vez entregue e processada [a vacina], deverá chegar à população no mês de janeiro. Tudo isso caso o registro seja obtido por meio da Anvisa. A Anvisa tem ajudado muito o Ministério da Saúde, tem dados celeridade aos processos e acompanhado de forma intensiva todas essas propostas de vacinas. Esperamos que, a partir de abril do ano que vem, a Fiocruz já tenha capacidade de produção interna da vacina", detalhou o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti, em coletiva de imprensa desta quinta-feira (20/8).


De acordo com a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), atualmente há 13 protocolos de vacina, incluindo ensaio de fase um. Das iniciativas em fase 3, a última etapa de testes com aplicação de doses em grandes grupos de voluntários para verificar eficácia e segurança, há quatro protocolos enviado, sendo que um ainda está em diligência pelos órgãos reguladores.


É a partir do próprio teste da vacina que está sendo realizado no Brasil que o Ministério da Saúde vai definir os grupos prioritários. "Baseado nesses testes, no acompanhamento das evidências e das indicações, esses grupos prioritários serão definidos. Nós temos que verificar a capacidade imunológica para cada faixa etária, características genéticas da nossa população, para que possamos, então, definir", afirmou o secretário-executivo, Élcio Franco.


Segundo Franco, um grupo de especialistas está sendo criado para auxiliar o ministério na definição do público prioritário. "Cabe destacar que está sendo criada uma câmara técnica com um grupo de trabalho, com integrantes da comunidade científica, da Vigilância em Saúde, da Anvisa, do Conselho Federal de Medicina e de Farmácia, Conselho da Associação Médica Brasileira, Fiocruz e vários outros órgãos para que sejam definidos esses públicos prioritários para serem imunizados com a vacina, de acordo com a disponibilidade e o calendário". A intenção é incluir a imunização no cronograma de Imunização Nacional do Governo Federal.