Contra praia cheia, litoral de SP terá barreira e mais fiscalização

A região deve apertar a fiscalização para evitar cenas como as vistas no fim de semana passado em Santos

Agência Estado
postado em 02/09/2020 13:22 / atualizado em 02/09/2020 13:22
 (crédito: Divulgação/Prefeitura de Bertioga)
(crédito: Divulgação/Prefeitura de Bertioga)
Cidades do litoral paulista estão reforçando o controle para evitar aglomerações nas praias durante o feriadão de 7 de setembro, que começa no próximo sábado. Em São Sebastião, por exemplo, estão sendo preparadas barreiras sanitárias nos limites com Bertioga e Caraguatatuba, o que também é cogitado por Guarujá. A região deve apertar a fiscalização para evitar cenas como as vistas no fim de semana passado em Santos e no Rio de Janeiro.
"Vamos parar todos os veículos que não tenham placa de São Sebastião, será feita medição de temperatura de motorista e passageiros, desinfecção dos pneus e perguntas sobre a covid-19. Se a pessoa apresentar sintomas, será submetida ao teste. Em caso de resultado positivo, será encaminhada imediatamente a uma unidade de pronto atendimento", afirmou o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB).
Ele se preocupa com aglomerações, principalmente nas praias mais famosas dos bairros de Maresias, Baleia, Juqueí e Camburi. No último fim de semana, havia quase 200 mil pessoas na cidade. "Inverno atípico, com 40 graus, mar em boas condições e céu limpo, fatores que promoveram aglomeração nas praias. A fiscalização não deu conta de todas as 18 praias, que estavam praticamente lotadas", acrescentou o prefeito.
O Plano São Paulo - programa de flexibilização da quarentena - proíbe aglomerações em locais públicos, mas a prerrogativa de liberar o acesso a praias é dos municípios, que devem garantir o cumprimento dos critérios estaduais. Na segunda-feira, o governador João Doria (PSDB) criticou a alta procura pelas praias e cobrou medidas mais restritivas dos prefeitos. Ontem, o governo de São Paulo voltou a ressaltar, em nota, que dialoga com as prefeituras para apoiar as ações no feriado. "O Estado recomenda que as ações sejam efetivas, visando a manutenção da quarentena e a utilização de máscaras", indicou a nota do Palácio dos Bandeirantes.
No Guarujá, uma reunião do comitê gestor do novo coronavírus do município será realizada e até amanhã deve sair uma decisão sobre adoção ou não de medidas restritivas. O Decreto 13.770, de 10 de julho, permite a permanência nas praias da cidade apenas para caminhada e prática de esporte. No fim de semana, a prefeitura admitiu que houve aglomeração "e centenas de intervenções dos fiscais em faixa de areia".
Em Santos, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) também demonstrou preocupação. Por meio de nota, informou que o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da Baixada Santista (Condesb) discutirá medidas estratégicas ao longo da semana. "A pandemia não acabou. É importante que as pessoas se mantenham conscientes. O distanciamento e as regras de higienização para prevenção continuam. Todos, sem exceção, devem sair de casa cumprindo e respeitando o próximo e a si mesmo", declarou Barbosa.
Outros Estados
Depois do fim de semana de praias cheias, a prefeitura do Rio fez, na segunda-feira passada, um apelo para que os cariocas não se aglomerem nas areias. Embora o banho de mar esteja liberado, ocupar a faixa de areia continua proibido. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) afirmou que pedirá ajuda ao governo fluminense para intensificar a fiscalização. Na cidade, a média móvel de casos de coronavírus saltou de 374 para 808, entre 9 e 23 de agosto, alta de 116%.
Em Florianópolis, a reabertura deve começar na próxima segunda-feira. Assim como nas praias paulistas, será permitida só a prática esportiva. Restaurantes na orla serão autorizados a colocar mesas e cadeiras ao ar livre. O decreto será publicado ainda nesta semana para confirmar a data e a prefeitura promete dobrar o efetivo da Guarda Municipal em feriados e fins de semana.
Em outros destinos turísticos, a ida à praia ainda não é permitida. Em Salvador, a orla está fechada desde 18 de março, sem previsão de reabertura. "São 50 quilômetros de orla fiscalizadas diariamente por 50 profissionais da Guarda Civil", informou Maurício Lima, diretor de segurança urbana e prevenção à violência da prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 

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