Pandemia

País bate marca de 4 milhões de casos

» BRUNA LIMA » MARIA EDUARDA CARDIM
postado em 03/09/2020 23:31 / atualizado em 03/09/2020 23:32
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Apesar da alta subnotificação de infectados pelo novo coronavírus, o Brasil ultrapassou, ontem, a marca de 4 milhões de casos confirmados. Em pouco mais de seis meses de pandemia no país, oficialmente, foram registrados 4.041.638 de diagnósticos positivos para a doença. Ainda que com registro de menos de mil mortes nas últimas 24 horas, o número de novos óbitos continua em altos patamares; com mais 834 fatalidades, o país totaliza 124.614 vidas perdidas.

Se mantiver a média de 800 perdas diárias, a previsão é de que o Brasil ultrapasse 125 mil mortes pela covid ainda hoje. Esta semana, o Ministério da Saúde ressaltou, nas coletivas, a diminuição das médias móveis, principalmente no número de fatalidades. “Em todas as regiões do Brasil, na última semana epidemiológica, tivemos, sim, uma redução no número de óbitos”, confirmou o secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Correia. A menor variação ocorreu no Sudeste, com queda de 8%, seguida pelo Norte (-11%), Nordeste (-12%), Sul (-16%) e Centro-Oeste (-18%). Na curva nacional, essa variação fez com que as mortes tivessem uma queda de 11% em relação à semana anterior.

No entanto, na avaliação de especialistas, essas diminuições nada mais são do que “flutuações” da curva em um alto pico de novos incrementos. “Essas flutuações para cima ou para baixo têm se mantido e têm feito com que a média móvel, tanto de casos quantos óbitos, mantenha-se em patamares altos”, explica Domingos Alves, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e um dos responsáveis pelo Portal Covid-19 Brasil. Com isso, ele estima que o Brasil atinja a triste marca de 200 mil mortos até outubro.

“Tem sido propagandeada uma tentativa de mostrar que os casos estão caindo. Quando chegou a 100 mil óbitos, quiseram minimizar a pandemia e falar do número de mortes por milhão de habitantes. Quando o Brasil estava no 12º. O Brasil já está subindo, está em nono, passou a Suécia, os Estados Unidos. Lembrando que a Suécia foi o país que não fez nenhum controle e que voltou atrás pedindo desculpas”, ressalta o especialista. Domingos estima que, até a próxima semana, o país entre para a lista das cinco piores nações em mortes por milhão.

Para o médico sanitarista e membro da Fundação Getulio Vargas (FGV) Walter Cintra, ainda que haja sinais positivos, como a diminuição da taxa de transmissão — que, esta semana, foi a menor desde a intensificação da pandemia —, será necessário ter cuidado ao se pensar nas próximas estratégias. “Temos que olhar com muita cautela esse número porque, para ele voltar a subir, é muito fácil. (...) Não dá para achar que 'liberou geral' e ir para a praia. Isso que aconteceu no Rio de Janeiro, na última semana, é muito preocupante; e só vamos ver o efeito disso daqui a duas semanas”, avalia.

Estados
Atualmente, 22 unidades federativas têm mais de mil mortes cada. Quem lidera o ranking negativo é São Paulo, com 30.905 óbitos, acumulando mais de um quarto das fatalidades brasileiras. O Rio de Janeiro vem em segundo, com 16.394 vítimas da covid. Em seguida estão: Ceará (8.493), Pernambuco (7.619), Pará (6.215), Bahia (5.549), Minas Gerais (5.591), Amazonas (3.828), Rio Grande do Sul (3.590), Maranhão (3.478), Paraná (3.449), Goiás (3.345), Espírito Santo (3.221), Mato Grosso (2.845), Distrito Federal (2.641), Paraíba (2.501), Santa Catarina (2.352), Rio Grande do Norte (2.278), Alagoas (1.910), Sergipe (1.877), Piauí (1.855) e Rondônia (1.165). No pé da tabela estão Mato Grosso do Sul (914), Tocantins (712), Amapá (669), Acre (622) e Roraima (596).

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Estoque de cloroquina zerado

O Ministério da Saúde afirmou, ontem, que o estoque de cloroquina no país está zerado e que a pasta está distribuindo a medicação doada pelo governo dos Estados Unidos mediante demanda. A pasta explicou ser necessário o fracionamento, já que foram doados frascos com 500 e 100 comprimidos. “Nós estamos tornando público um guia de orientação para ajudar, na ponta, a fazer esse fracionamento”, indicou o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto. O material será voltado para gestores locais, secretários municipais e estaduais. Durante a coletiva, o secretário afirmou que a substância “diminui o risco de a pessoa ser hospitalizada, ir para o tubo, e diminui o risco de a pessoa morrer por causa de covid. Isso, cientificamente, é mais que verificado em vários níveis de evidência.”

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