PANDEMIA

Covid-19: tendências de mortalidade colocam Centro-Oeste em nível de alerta

Na última análise do Boletim Observatório Fiocruz Covid-19, as unidades federativas que apresentaram as maiores taxas de mortalidade entre as semanas 35 e 36 foram Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal

Bruna Lima
postado em 14/09/2020 15:35
 (crédito: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP)
(crédito: Chip Somodevilla/Getty Images/AFP)

O mais recente Boletim Observatório Fiocruz Covid-19, que avalia o cenário da pandemia no país com a partir de indicadores observados com o fim das semanas epidemiológicas 35 e 36, revela que o Brasil apresenta uma ligeira tendência de queda no número de óbitos, mas com manutenção em patamares ainda altos do número de casos notificados. No entanto, as tendências de mortalidade, ou seja, quantidade de óbitos pela doença a cada 100 mil habitantes, colocam o Centro-Oeste e regiões limítrofes em estado de alerta.

As unidades federativas que apresentaram as maiores taxas de mortalidade entre as semanas 35 e 36 foram Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. A capital do país liderou o ranking negativo, com taxa de óbitos de 1.1, seguido por GO e MT, ambos com 0,8; TO (0,7); e MS (0,6). O Rio de Janeiro também apresenta alta taxa (0,6).

No estado fluminense, a análise indica que a letalidade por covid-19 permanece alta. Além disso, aumentou consideravelmente em Goiás, "o que pode indicar falhas na atenção primária e vigilância epidemiológica nesses estados. A simultânea redução de disponibilidade de leitos no Amazonas, bem como a sobrecarga do sistema hospitalar de Goiás e Rio de Janeiro também revelam situação de alerta", indica o boletim.

Ainda que a tendência nacional seja de ligeira queda de mortes, no Amazonas, estado que estava apresentando redução de óbitos, os pesquisadores avaliaram um aumento na mortalidade, assim como ocorreu no Pará. Já em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, observou-se a tendência de aumento no número de casos.

Já no Mato Grosso, a nova edição encontrou uma discrepância significativa entre os números de registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) reportados no Sistema de Informação de Vigilância epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e de casos reportados no painel da secretaria do estado. "É possível que a incidência de SRAG para o Mato Grosso esteja subavaliada", diz o boletim.

Além da avaliação de casos, óbitos, letalidade, mortalidade e ocupação de leitos de UTI, os registros de SRAG servem como um dos indicadores para monitorar a situação da covid-19, já que entre as ocorrências com resultado positivo para os vírus respiratórios, 97,4% dos casos e 99,3% dos óbitos são em consequência do novo coronavírus.

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