PANDEMIA

Covid-19: Estudo nega relação entre uso de ônibus e aumento de casos

Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos concluiu que os riscos de contágio nos coletivos são os mesmos que em outros ambientes públicos

Bruna Lima
postado em 16/09/2020 12:31 / atualizado em 16/09/2020 12:31
 (crédito: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press - 30/12/16)
(crédito: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press - 30/12/16)

Atividades que requerem aproximação com pessoas se tornaram potenciais fontes de transmissão da covid-19 em meio à pandemia. Entre elas, o uso de transporte coletivo no dia-a-dia. No entanto, um estudo elaborado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) indicou que o uso de ônibus não está associado ao aumento de casos e possui riscos de contágio semelhantes a outros ambientes públicos.

Diante da necessidade de se adaptar ao novo normal, a proposta é de mudanças nos hábitos de higiene e uma colaboração entre funcionários, usuários e autoridades para cumprimento das recomendações sanitárias. "O transporte público por ônibus urbano não pode ser apontado como responsável pelo aumento do número de casos, não há uma relação entre uma coisa e outra. Podemos dizer que o transporte público coletivo urbano é seguro se todos tomarem as devidas precauções", afirma o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha.

Para o levantamento, a associação avaliou a variação da demanda por transporte e os dados do novo coronavírus durante 17 semanas. "Hoje, conhecemos melhor os fatores relacionados à disseminação e as medidas que devem ser tomadas para a minimização destes riscos à população. Queremos preservar a saúde de passageiros e colaboradores, além de garantir o acesso ao transporte público", defende Cunha.

Para isso, no entanto, ele ressalta a necessidade de uma colaboração entre diversos atores, como autoridades, funcionários e usuários. "Se motoristas, cobradores e passageiros usarem máscara dentro do ônibus e nos pontos de parada, se as pessoas evitarem conversar e se os veículos trafegarem sempre com janelas abertas, o risco será baixo", garante o presidente, que pediu, ainda, a atuação das prefeituras junto às empresas para adotar estratégias de fiscalização para evitar aglomerações.

"Os colaboradores não têm poder de polícia para, se no caso não houver mais como acomodar todos os passageiros sentados, não atender aos próximos usuários. Precisamos de uma atuação conjunta", destaca.

Horário ampliado

Outra sugestão, apresentada durante a coletiva que mostrou os resultados da pesquisa, foi a adoção de períodos alternativos de funcionamento das atividades, ampliando o horário de pico e dando a possibilidade de que um mesmo ônibus, preparado para receber os usuários dentro das medidas de higiene necessárias, possa realizar mais viagens com menos passageiros por vez.

Os dados foram coletados do fluxo de 15 sistemas de transportes públicos urbanos por ônibus no Brasil, responsáveis por 171 municípios. Juntos, esses sistemas são responsáveis pela realização de mais de 325 milhões de viagens de passageiros por mês, ou 13 milhões de deslocamentos diários de pessoas. Ao considerar os levantamentos de 2017 do IBGE, isso corresponde a 32,5% do total de viagens de passageiros realizadas em todos os 2.901 municípios brasileiros atendidos por sistemas organizados de transporte público por ônibus.

 

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