Em cerimônia no Palácio do Planalto, ontem, o general Eduardo Pazuello foi efetivado ministro da Saúde e, no primeiro discurso depois de quatro meses de interinidade, ressaltou que o país alcançou uma “situação de estabilidade bem definida” para os novos casos do novo coronavírus. Ao ressaltar que, em algumas regiões, os números estão em declínio, reforçou que a mudança de protocolo no tratamento da covid-19, sem defender o isolamento social –– em estreito alinhamento com o que propunha o presidente Jair Bolsonaro ––, consolidou aquilo que considerou uma estratégia bem-sucedida de enfrentamento da doença. Foi uma crítica velada aos seus antecessores, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que pregavam o afastamento entre as pessoas.
“O Ministério da Saúde e o mundo todo, em um primeiro momento, acreditaram que a melhor conduta era ficar em casa, aguardando a melhora dos sintomas. Nós vimos que não era o melhor remédio. O aprendizado ao longo da pandemia nos mostrou que, quanto mais cedo atendermos aos pacientes, melhores são suas chances de recuperação”, observou, juntando um fator (isolamento) que não dependia de outro (atendimento rápido dos infectados).
Bolsonaro também criticou o afastamento social adotado por governadores e prefeitos como prevenção. “Sempre falei que essa política de isolamento, do fique em casa, levaria ao aumento da violência doméstica, ao abuso de crianças, à violência contra a mulher e também ao suicídio. Os números já estão aparecendo”, disse o presidente, porém sem apresentar números que confirmem tais afirmações.
Para Bolsonaro, os governadores e prefeitos que estabeleceram o lockdown foram influenciados pela imprensa, a qual se referiu como “mídia catastrófica”. “Não precisaria ter fechado o comércio, como aconteceu. Essa questão poderia ser tratada um pouco diferente, com muito mais racionalidade”, criticou. E elogiou Pazuello. “Todos sabíamos da enorme capacidade de gerir aquilo que estivesse sob sua orientação. Você ganhou a simpatia de prefeitos e governadores”, acrescentou.
À frente do Chile
O Brasil ultrapassou o Chile em óbitos por milhão, assumindo a quinta posição no ranking de maiores mortalidades entre os países com mais de um milhão de habitantes. Ontem, a Saúde registrou mais 987 vítimas fatais e 36.820 casos, totalizando 134.106 brasileiros que perderam a vida para o vírus e 4.419.083 que contraíram a doença.
São Paulo e Rio têm, respectivamente, 33.253 e 17.342 vítimas fatais do novo coronavírus. Em seguida estão Ceará (8.764), Pernambuco (7.933), Minas (6.419), Pará (6.405), Bahia (6.085), Rio Grande do Sul (4.216), Paraná (3.971), Goiás (3.935), Amazonas (3.920), Maranhão (3.611), Espírito Santo (3.388), Mato Grosso (3.156), DF (3.000), Paraíba (2.659), Santa Catarina (2.593), Rio Grande do Norte (2.330), Alagoas (1.996), Piauí (1.996), Sergipe (1.965) e Rondônia (1.277).
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