Em transmissão ao vivo para discutir a defesa da Amazônia, nesta sexta-feira (18/9), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), aproveitou para alfinetar o governo francês após críticas em relação ao desmatamento no país. “Sobre o relatório do desmatamento e opinião do primeiro-ministro francês, de que o acordo Mercosul não deve ser ratificado pelo parlamento francês por causa da questão do desmatamento, vamos lembrar que na Guiana Francesa temos desmatamento e garimpo”, disse.
Ele repetiu a informação em outro momento durante a transmissão. Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, publicou em seu perfil no Twitter que um relatório sobre desmatamento no Brasil apresentado ao governo confirma a posição da França de se opor ao projeto de acordo da União Europeia-Mercosul da forma como está. “A consistência dos compromissos ambientais do nosso país e da Europa depende disso”, escreveu.
La déforestation met en péril la biodiversité et dérègle le climat.
— Jean Castex (@JeanCASTEX) September 18, 2020
Le rapport remis par Stefan Ambec conforte la position de la France de s’opposer au projet d’accord UE-Mercosur, en l’état.
Il en va de la cohérence des engagements environnementaux de notre pays et de l'Europe. pic.twitter.com/MhMp4iXmlJ
Depois de “alfinetar” o outro governo, Mourão disse que não iria “colocar a discussão nesse nível”. “Vou colocar é que nós temos que trabalhar por meio da diplomacia e por meio das nossas operação de comando e controle no sentido da diplomacia para termos o canal de diálogo aberto e mostrar que o acordo Mercosul-União Europeia não favorece só os países do Mercosul. (...) Favorece a ambos”, afirmou.
Um acordo preliminar foi assinado no ano passado, e agora o cenário ambiental no Brasil trava o momento de selar parceria. Ainda em agosto do ano passado, o presidente francês, Emmanuel Macron, se opôs ao acordo comercial em meio a uma crise diplomática após declarações do presidente Jair Bolsonaro minimizando preocupação sobre mudanças climáticas. Em junho deste ano, Macron voltou a reiterar posição.
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