São Paulo

Mulheres acusam médico de abuso: "Pedi mais de uma vez para ele parar"

Cinco delas detalharam os casos a tevê e afirmaram que, nos últimos anos, procuraram o especialista para emagrecer e que, sem a presença de enfermeiras, foram violentadas pelo profissional. Ele nega os atos

Correio Braziliense
postado em 21/09/2020 11:40
 (crédito: Reprodução/TV Globo)
(crédito: Reprodução/TV Globo)

Um grupo de mulheres denunciou o médico nutrólogo Abib Maldaun Neto de abuso sexual em São Paulo. Cinco delas detalharam os casos a GloboNews e afirmaram que, nos últimos anos, procuraram o especialista para emagrecer e que, sem a presença de enfermeiras, foram violentadas pelo profissional. Ele nega os atos.

As mulheres não se identificaram. “Ele olhou para as minhas parte íntimas, como se estivesse examinado, e então, ele me tocou e introduziu o dedo em mim. Começou a mexer e falou: ‘é, dá pra ver mesmo que você é virgem’. Tive que pedir mais de uma vez para ele parar”, conta uma delas. "Nunca imaginei passar por algo assim. A figura do médico tem muita credibilidade. Você está ali como paciente. Demora para entender as reais intenções da pessoa", prossegue.

“Ele pediu para tirar minha calça, eu tirei minha calça. Aí, ele pediu para eu tirar a minha calcinha e nesse momento que ele pediu para eu tirar a minha calcinha, ele inseriu dois dedos em mim e depois falou que ia examinar e estimular meu clitóris para saber se estava tudo certo”, relata outra paciente ao canal.

Ao Correio, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) confirmou que o caso é investigado. “As denúncias recebidas pelo Cremesp sobre este caso estão sendo investigadas e, por questão de sigilo determinado por lei, somente após o trânsito em julgado de penas que são públicas, o Conselho pode revelar detalhes sobre a parte denunciada”, diz, em nota.

“O Conselho esclarece também que adota sistema de classificação das denúncias, em que as denúncias como a em questão são classificadas como “abuso/assédio sexual” e não “violência sexual”. Tais denúncias variam quanto ao seu teor e gravidade, sendo apuradas caso a caso, dentro de parâmetros legais e preservando o direito de manifestação das partes envolvidas”, prossegue.

Por fim, o Cremesp informou que “durante o curso do processo, até o trânsito em julgado de uma pena de cassação, o registro de um profissional médico permanece ativo, exceto nos períodos de interdição cautelar, caso este instrumento tenha sido utilizado.”

Em nota à GloboNews, Abib Maldaun Neto afirmou que mantém a consciência tranquila, pois em décadas arduamente dedicadas à medicina jamais praticou qualquer ato imoral ou ilegal contra qualquer paciente ou cidadão e que sempre colaborou com o processo, comparecendo em todos os atos e se colocando à disposição da Justiça.

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